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O Bardo e o Banjo, a força do bluegrass à brasileira
“Não foi uma formação planejada, mas sim uma união de bêbados que deu muito certo”
Em 2012, quando o multi-instrumentista e compositor Wagner Creoruska Junior se apresentava nas ruas mais movimentadas de São Paulo, divulgando a cultura bluegrass como um homem-orquestra, ele conheceu o violinista Antonio de Souza. “A ideia de criar uma banda veio daí. E logo sugiram convites para participarmos de shows e festivais. Então pensamos na entrada do Marcus Zambelo como vocalista, visando preencher mais o som que fazíamos. Ele tocava em uma banda cover do Rush”, narra Wagner em referência ao início da banda O Bardo e o Banjo, de bluegrass e folk, criada no mesmo ano.
Com a popularidade do grupo, Maurício Pilczuk, que já integrava outras bandas e era professor de música, foi convidado a ingressar como baixista, dando mais corpo aos shows. “Todos acabamos nos conhecendo enquanto tocávamos por aí. É interessante porque não foi uma formação planejada, mas sim uma união de bêbados que deu muito certo”, conta Creoruska rindo.
As primeiras releituras de O Bardo e o Banjo foram de bandas como Lynyrd Skynyrd, The Beatles e Johnny Cash, com o diferencial de uma peculiar roupagem bluegrass, o que Wagner admite não ser uma novidade, já que nos anos 1970 o grupo Old and in the Way, de San Francisco, na Califórnia, fazia covers do The Rolling Stones.
“O Hayseed Dixie também ficou muito conhecido fazendo isso. Adaptar arranjos é sempre um exercício de desconstrução e reconstrução musical. Para nós é legal porque tocamos do nosso jeito as músicas que adoramos, soando menos ‘agressivas’. É engraçado, por exemplo, tocar ‘Ace of Spades’, do Motörhead, e ver as crianças dançando como se fosse o show daquela galinha azul”, comenta às gargalhadas. Outro ponto positivo é que covers bem executados atraem bom público. Por isso a banda gosta de mesclar músicas autorais e releituras, tornando o show bastante interativo.
Influenciado pela música irlandesa e norte-americana desde a infância, Wagner ainda se recorda das tardes ouvindo os discos de Willie Nelson que pertenciam ao seu tio. “Ouvia também Beatles, Creedence e Rick Wakeman. Mas diria que todos viemos do rock e do metal, embora nossas maiores inspirações sejam Heyseed Dixie, Greensky Bluegrass, Old and in the Way e Bill Monroe, entre outros. Como o bluegrass é um tipo de música folclórica com raízes nas fiddle tunes irlandesas, no country e no blues, nos definimos com bluegrass e folk. Buscamos muito essa linguagem mais tradicional”, destaca.
A primeira música autoral do grupo foi “Sweetums”, lançada no final de 2012. Desde então a boa aceitação estimulou O Bardo e o Banjo a seguir em frente. “Não parei mais de compor e hoje temos cerca de 30 composições, incluindo gravadas e não gravadas”, revela Creoruska. Entre os temas das letras estão o cotidiano, relacionamentos, histórias fictícias e divagações.
Em 2013, a banda lançou o EP Sinergy, seguido pelo EP Lakeside, de 2014. No mesmo ano lançaram também o álbum Homepath e o CD ao vivo Folk n’ Roll que traz covers de Motörhead, Del and Dawg, Black Sababth, Lynyrd Skynyrd, Dire Straits, The Beatles, Ozzy Osbourne, Old Truck Revival, Johnny Cash e ZZ Top.
“O Homepath teve uma divulgação bem legal desde que foi lançado. Através dele conseguimos matérias em jornais e demos entrevistas para a TV. Inclusive tivemos uma das faixas tocadas em um episódio da novela ‘I Love Paraisópolis’, da Rede Globo”, explica Creoruska. Em síntese, o álbum se tornou uma ótima porta de entrada para os outros trabalhos da banda, também servindo como convite para que mais pessoas conheçam e se aventurem pelo universo do bluegrass.
De 2012 para cá, O Bardo e o Banjo passou por apenas uma mudança na formação. Em 2015, o violinista Antonio de Souza deixou a banda e foi substituído por Peter Harris. “Também fizemos alguns shows com o baixista Beto Grangeia que chegou a tocar baixo no clipe de ‘Homepath’. Tivemos ainda a participação do violinista Rik Dias em alguns shows antes da entrada do Peter”, enfatiza.
O que também chama muita atenção no trabalho da banda é a qualidade dos vídeos, acima da média nacional. De acordo com Wagner, os clipes são sempre produzidos em parceria com produtoras e filmmakers aptos a captarem a essência de cada música. “Fizemos muitos vídeos a convite de produtoras com um portfólio incrível. E todos eles estão disponíveis no YouTube”, avisa.
Atualmente os integrantes estão trabalhando na produção do segundo álbum. Tudo indica que as gravações vão ser iniciadas nos próximos meses. “Quanto a instrumentos novos, estamos experimentando outros timbres. Por exemplo, um banjo feito de lata que uso em algumas músicas novas”, informa Creoruska.
O Bardo e o Banjo já fez shows em nove estados do Brasil. Ainda assim há muitas cidades onde a banda pretende se apresentar até o final do ano. “Agora vamos fazer uma pequena turnê pelo estado de São Paulo. Serão 15 shows em duas semanas. Possivelmente passaremos por Brasília no final de julho e também pela região Sul em agosto e setembro. Em novembro voltaremos a Maringá para participar da Virada Cultural”, anuncia.
“Tocar na rua é uma experiência única”
O fundador da banda O Bardo e o Banjo, Wagner Creoruska Junior conta que quando começou a tocar sozinho pelas ruas de São Paulo jamais imaginou que um dia as pessoas iriam se interessar tanto por bluegrass e folk. “Fico bastante impressionado com a aceitação do público em geral. Hoje temos muitas bandas de folk, muitos artistas tocando e começando pelas ruas. Acho incrível e apoio todos eles. Tocar na rua é uma experiência única”, admite.
E foi justamente a boa repercussão do trabalho que motivou Creoruska a fundar o projeto Redneck Murder que recentemente disponibilizou o EP No Road is Too Long no site SoundCloud. “É um som mais puxado para o rock e southern rock. Fica o convite para todos ouvirem!”, recomenda o multi-instrumentista que vê a internet como aliada e a considera fundamental na divulgação de sessions, vídeos e matérias sobre o trabalho da banda – publicadas principalmente em blogs. No entanto, defende que o contato com o público nas ruas é de suma importância e nunca deve ser subestimado. “O contato visual real, a música ao vivo ali na sua frente, causa um impacto muito maior do que um vídeo ou áudio na internet”, avalia.
Wagner Creoruska também reconhece o potencial dos sites de financiamento coletivo, ferramenta que tem ajudado a transformar boas ideias em realidade. “Para quem precisa de dinheiro para gravar um álbum ou clipe, o financiamento é uma grande solução. Porém, tem que ser bem pensado e estruturado para que você consiga convencer as pessoas a participarem do projeto”, argumenta.
“Agradecemos sempre aos nossos fãs. Eles são nossos principais parceiros e patrocinadores. Realmente, o Bardo e o Banjo não estaria onde está não fosse por eles” – Wagner Creoruska Junior.
Formação Atual
Wagner Creoruska Junior – vocal, banjo e percussão
Marcus Zambelo – vocal, bandolim, percussão e sapateado
Maurício Pilcsuk – vocal e baixo acústico
Peter Harris – violino
Saiba Mais
O Bardo e o Banjo continua aberto a convites de shows. Para entrar em contato, ligue para (11) 98863-2373 ou envie mensagem por WhatsApp. O e-mail da banda é obardoeobanjo@gmail.com. A agenda pode ser acompanhada pelo site www.obardoeobanjo.com
O CD Homepath, camisetas, bonés e posters podem ser comprados na loja virtual da banda: http://www.obardoeobanjo.lojaintegrada.com.br