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Quando a união faz a força
Uma terapia em forma de alegria
Grupo Pausa para o Riso leva diversão e esperança para crianças da Santa Casa de Paranavaí
Fundado em 2014, o grupo Pausa para o Riso nasceu de uma iniciativa de três atores de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, que são apaixonados por circo e teatro. Em 2005, eles criaram um grupo de doutores palhaços chamado Amigos do Riso. Com o passar dos anos e algumas mudanças, hoje a trupe de oito voluntários se reveza nas visitas à Santa Casa de Paranavaí, onde leva alegria, diversão e esperança às crianças internadas na ala pediátrica.
“Também visitamos os adultos quando temos tempo”, explica a fundadora Karina Lima que prevê em breve a inclusão de asilos e abrigos na agenda do grupo. Além das visitas semanais com duração média de duas horas, os integrantes do Pausa para o Riso se reúnem uma vez por mês para compartilharem experiências. “Nosso grupo trabalha de forma espontânea. Quando vemos que alguém se enquadra no perfil do grupo, fazemos um convite para ingressar na trupe”, conta.
O convidado ou a convidada responde a um questionário e participa de uma simulação, começando a se familiarizar com o trabalho dos doutores palhaços. “Fazemos com que tentem imaginar como será quando estiverem no ambiente hospitalar”, argumenta Karina. Em média, o Pausa para o Riso atende pelo menos 200 pessoas por mês. Além dos internos, eles interagem com acompanhantes e funcionários da Santa Casa de Paranavaí.
“Logo no início percebemos que o ambiente hospitalar é o local ideal para levarmos a alegria proporcionada pelo circo”, comenta Karina Lima, acrescentando que muitas pessoas já passaram pelo grupo, mas as mudanças são naturais quando alguém decide trilhar um novo caminho. Como o Pausa para o Riso é 100% voluntário e não tem fins lucrativos, a maior recompensa dos integrantes é o sorriso das crianças, o agradecimento das mães e as amizades que surgem com as visitas.
“Muitas mães aproveitam as nossas brincadeiras com seus filhos para se ausentarem por alguns minutos, respirar um ar que não seja o do hospital e restabelecer a energia. Lá somos palhaços, amigos, companheiros, confidentes. Também somos um abraço, um sorriso, um detalhe que faz a diferença na vida de quem passa por nós”, declara Karina. Quem quiser contribuir com o Pausa para o Riso, realizando algum tipo de doação, pode ligar para (44) 9927-4486.
Formação
Doutora Naninha – Karina Lima, Doutor Tramela – Cristiano Oliveira, Doutor Clavinho – Bruno Alécio, Doutora Soninho – Tais Fernanda, Doutor Goiabinha – Paulo Queiroz, Doutora Leãozinho – Kátia Batista, Doutora Frida Não Kalo – Gislaine Pinheiro.
O triste fim de quem não quer ser ajudado
Na última terça-feira, dia 26 de janeiro de 2015, fiquei sabendo de um fato que me deixou chocado. No ano passado, eu e mais alguns amigos nos mobilizamos para ajudar um casal que estava passando por uma situação extremamente crítica – aparentemente de miséria, já que viviam em um barraco. Com o tempo, estreitamos o contato com eles e descobrimos que eles não foram tão sinceros conosco. Ainda assim ajudamos do mesmo jeito. Afinal, o que custa fazer o bem a alguém?
Quem ajuda por solidariedade ou empatia não espera nada em troca. Porém, ficamos sabendo mais tarde que essas pessoas, mesmo depois de receber até mais do que tínhamos prometido, começaram a espalhar boatos sobre o nosso trabalho. Supostamente dando a entender que tínhamos arrecadado muito dinheiro e não repassamos a eles, o que por sinal, não fazia o menor sentido, já que investimos até tempo e dinheiro do nosso próprio bolso. Afinal, iríamos roubar nos mesmos? Mas até aí tudo bem.
Os dois eram alcoólatras e se recusavam a mudar de vida, apesar dos nossos conselhos. Inclusive nos recebiam em sua casa embriagados. Na realidade, em algumas situações chegavam a rir e quase cair diante de nossos pés. Um dia, liguei para eles e foram surpreendentemente agressivos. Então amenizei a situação dizendo que ajudaríamos mais um pouco, mas não iríamos mais visitá-los, já que eles poderiam seguir em frente tranquilamente.
Na última conversa, a mulher chegou a fazer algumas acusações, dizendo que eu tinha conseguido o que queria. Eu, como jornalista, não recebo e nunca recebi nada por registrar a realidade da periferia. É um trabalho que faço porque gosto, me interesso, me identifico com tudo isso e acho que vale a pena ser partilhado com outras pessoas e divulgado. Na realidade, se vocês entrevistarem jornalistas, acredito que pelo menos uma boa parte vai dizer que os trabalhos mais gratificantes foram aqueles que menos lhe trouxeram retorno financeiro.
Bom, mas continuando. Fui acusado pela mulher de ter me dado bem ao contar a história deles – só não entendi como isso seria possível. Respondi tranquilamente que ela estava equivocada e tentei me justificar. Mas sua malícia desconsiderou todos os meus argumentos. Fui insultado pela mulher, só que ainda a ajudei mais uma vez. E aquele foi nosso último contato. Nunca mais tive notícias deles.
Então ontem fiquei abismado e até triste ao saber que ela faleceu há 15 dias em decorrência de cirrose hepática. A mulher tinha cerca de 40 anos. E o seu marido teve outro AVC e agora está quase em estado vegetativo. Para cuidar dele, não restou ninguém. Sobrou apenas as visitas esporádicas de filhos e enteados viciados em crack que normalmente os visitavam para buscar dinheiro e alimentos. Os amigos de boteco também desapareceram.