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Capitán, o cão que dormia no túmulo do seu ex-tutor desde 2007
Em Villa Carlos Paz, na Argentina, o cão Capitán, um cão mestiço, parte pastor alemão, chamava a atenção. O animal descobriu sozinho em 2007 onde o seu companheiro humano foi enterrado, e desde então dormia ao lado do túmulo. Infelizmente, esta semana Capitán foi encontrado morto a poucos metros do Cemitério Municipal de Villas Carlos Paz em decorrência de insuficiência renal. Aos 16 anos, ele já havia perdido a visão de um olho e tinha dificuldades para caminhar.
Capitán, encontrado por Miguel Guzmán em 2005, foi criado como um irmão de seu filho Damián. À época, a mãe Verónica Moreno não gostou muito da ideia porque já imaginava como seria trabalhoso cuidar futuramente de um animal de grande porte. Em 24 de março de 2006, Miguel faleceu, e não demorou para Capitán começar a vasculhar a casa, procurando pistas de Guzmán. Cheirou cada cômodo da residência e mais tarde desapareceu.
A família pensou que o cão tivesse sido morto ou adotado. Só descobriram o paradeiro de Capitán quando Damián foi visitar o pai no cemitério e encontrou o cachorro ao lado do túmulo. “Ele começou a ladrar de uma maneira que dava a impressão de que estava chorando”, contou Verónica que tentou levá-lo para casa, mas ele se recusou; preferiu continuar ao lado de Miguel.
De acordo com a vendedora de flores Marta, Capitán chegou ao Cemitério de Villas Carlos Paz em janeiro de 2007, quando encontraram o cão com uma pata da frente quebrada. “Percebemos que ele amava o seu tutor porque jamais deixou o cemitério”, testemunhou. Até hoje, ninguém sabe explicar como Capitán achou o túmulo de Miguel. O homem faleceu no hospital e de lá foi levado para uma casa funerária bem longe de onde morava.
Não havia um dia em que Verónica e Damián visitavam Miguel e não encontravam Capitán junto ao túmulo. Algumas vezes o cão acompanhava a família até em casa, mas sempre retornava ao cemitério. “Lá é a casa dele agora. Admito que antes eu não gostava tanto do Capitán. Isso mudou assim que percebi o amor que ele tem pelo meu marido. Desenvolvi um carinho muito grande. Sinto que o Capitán está com Miguel”, afirmou Verónica Moreno.
Damián desistiu de levar o cão para casa quando percebeu que não adiantaria. Não importava para onde Capitán ia, ele sempre retornava ao cemitério. “Todos os dias, às seis horas em ponto, ele se deitava em frente ao túmulo. É uma lição de preservação das memórias daqueles que partem. Incrível como os animais nos ensinam isso de modo tão fiel”, comentou o administrador do cemitério, Héctor Baccega, que todos os dias contava com a companhia do cão em suas andanças.
Referência
La Voz, de Córdoba, Argentina.