David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for the ‘Ucraniano’ tag

Um dos maiores lutadores da história da Rússia defendia o não consumo de carne

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Ivan Poddubny ou Paddoubny era protovegetariano

Ivan Poddubny ou Paddoubny (1871-1949), também conhecido como “Ivan O Terrível” e “Hércules Ucraniano”, foi um lutador do Império Russo de origem cossaca. Poddubny era protovegetariano, defendia o não consumo de nenhum tipo de carne e gostava de pães integrais e de centeio. O lutador alcançou prestígio internacional por vencer quatro campeonatos mundiais de luta livre.

De acordo com a obra “Bogatyr from Kasenivka”, publicada por T. Nikitenko, Ivan Poddubny, também chamado de “O Campeão dos Campeões”, continuou lutando até os 70 anos. Durante a Segunda Guerra mundial, quando os nazistas invadiram Yeisk, na costa do Mar Azov, eles ofereceram muito dinheiro para que Poddubny treinasse lutadores alemães, mas ele recusou.

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Fábula sobre um mundo iluminado

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A história de um jovem que viaja em busca de memórias familiares

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Filme convida o espectador a uma viagem pelo hiper-realismo (Foto: Reprodução)

Em 2005, o filme Everything is Illuminated, que no Brasil foi lançado com o título Uma Vida Iluminada, marcou a estreia do ator estadunidense Liev Schreiber como cineasta. A obra é um road movie sobre um jovem que viaja para o Leste Europeu em busca da mulher que salvou seu avô na Segunda Guerra Mundial.

Jonathan Safran Foer, interpretado pelo estadunidense Elijah Wood, conhecido por filmes como The Lord of the Rings, Hooligans e Sin City, é um emotivo colecionador de objetos comuns e incomuns como embalagens vazias, selos, xícaras de chá, fotos, cartões, dentaduras, terras, insetos e lembranças familiares. Logo que chega à Ucrânia, conhece o guia Alex Perchov, personagem do músico ucraniano Eugene Hütz, vocalista da banda icônica de gypsy punk Gogol Bordello que inclusive assina a trilha sonora do filme.

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Elijah Wood interpreta um colecionador de lembranças (Foto: Reprodução)

Perchov, que se veste como um rapper negro, personificando das mais diversas formas a globalização, se diz especialista na descoberta de heranças culturais e lidera uma equipe formada por ele, o avô mal-humorado (Boris Leskin) que se considera cego e o demente cão-guia Sammy Davis Jr. Isso mesmo, uma homenagem ao icônico cantor judeu.

A bordo de um carro soviético em frangalhos, o grupo vive inúmeras aventuras pelo interior da Ucrânia. Aos poucos, a história assume um caráter de fábula reforçada não apenas pela linguagem, costumes e estranheza dos personagens, mas também pela direção de imagem de Matthew Libatique. Rica em detalhes, a fotografia do filme transcende a narrativa e convida o tempo todo o espectador a um mergulho por um universo de cores tão vívidas que remetem ao hiper-realismo.

Em Everything is Illuminated, a leveza contrasta com a intensidade e o burlesco com a beleza em sua forma mais simplificada. E mais interessante ainda, o filme tenta se distanciar de clichês e estereótipos ao abordar o holocausto da forma menos apelativa possível, evitando se somar aos muitos filmes melodramáticos que discutem o tema. Em suma, uma obra de sensibilidade, diversão e reflexão.

Curiosidade

O filme é inspirado no livro homônimo do escritor estadunidense Jonathan Safran Foer, publicado em 2002.

Por que enterra os seus?

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Uma breve discussão entre dois amigos na França de 1930

Ludovitch: cemitérios edificados para resguardarem seus falecidos? (Foto: копия)

“Olho para o chão e me pergunto, por que o homem que anseia por um paraíso etéreo e enxerga a vida como mera passagem terrena enterra os seus? Parece-me demasiado contraditório se levarmos em conta a fabulosa crença de Tártaro abaixo de nossos pés. Qual é a lógica de enterrar os seus quando a profundidade do espaço terreno é o símbolo burlesco do mundo inferior? O que busca o homem? Um eterno banho no Flegetonte?”, questionou o francês François Schieu ao deslizar a mão direita pelo queixo.

O ucraniano Nikolai Ludovitch, estático e atento às palavras do amigo, revelou jamais ter pensado a respeito. “É uma pergunta interessante, mas qual seria a solução mais plausível? Cemitérios edificados com cinquenta ou cem andares para resguardarem seus falecidos? É possível distender sentidos peculiares e simbólicos, já que estariam mais próximos da região superior, onde se movem os astros.”

 
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