David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for the ‘Veganos’ tag

Acredito que veganos votando no Bolsonaro estão sendo os mais especistas

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Eu acredito realmente que veganos votando no Bolsonaro estão sendo os mais especistas. A lógica é simples. Esse voto é uma reação de ódio ao PT, e nesse caso quem vai pagar a conta são os animais, simplesmente porque a cólera humana desconsidera até mesmo as lutas em defesa dos mais vulneráveis. E ódio é uma manifestação de ego, uma manifestação de veleidade.

Não vejo maior prova disso do que o endosso às três bancadas que historicamente neste país mais desprezaram os animais – ruralista, religiosa e armamentista. Ninguém nega que a JBS cresceu assustadoramente no governo PT, e que há sim muita culpa nos benefícios concedidos a JBS, mas, francamente, eu não vou ficar olhando pra trás quando um candidato a presidente já firmou compromisso para os próximos quatro anos de transformar o Brasil em um inferno ainda mais visceral para os animais, com apoio de centenas de deputados que olham para os animais como objetos, bens de consumo e até mesmo lixo.

Estou falando de um cara que apoia abertamente caça (não me interessa se ele citou apenas javali, caça é caça. E ainda por cima firmou compromisso com o Clube de Caça de Goiânia). O sujeito apoia vaquejada, pesca em área de proteção ambiental, já disse que vai sair do Acordo de Paris, que é o único compromisso do Brasil com a redução da emissão de gases do efeito estufa. O indivíduo deixou claro que as questões ambientais passarão pela bancada ruralista, o que coloca as nossas reservas naturais em risco mais premente. Estou fora de apoiar alguém assim.

 

Written by David Arioch

October 10th, 2018 at 3:09 pm

Sobre ser contra o veganismo

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Quando alguém fala que vegano tem que morar na floresta

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Written by David Arioch

June 20th, 2018 at 12:13 am

Sobre pessoas que debocham do veganismo

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Gary Francione critica veganos que “celebraram” a morte de Anthony Bourdain

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Anthony Bourdain se tornou impopular entre vegetarianos e veganos por causa de suas declarações e fotos polêmicas (Foto: Reprodução)

No último final de semana, o professor de direito da Rutgers School of Law, de Newark, New Jersey, Gary Francione, uma das referências internacionais na luta pelos direitos animais, criticou em sua página os veganos que “celebraram” o suicídio do chef e autor Anthony Bourdain.

Bourdain era conhecido por fazer críticas a vegetarianos e veganos. Em uma entrevista concedida à Folha de S. Paulo em 2000, ele declarou que o vegetariano é uma pessoa que pede a um pintor para que faça um quadro usando apenas duas cores. “Ignorar todas as carnes, ou, pior, leite e derivados, como fazem os radicais, é inaceitável.”

No ano seguinte, ele publicou o livro “Kitchen Confidential”, em que compara vegetarianos e veganos com membros do Hezbollah, os chamando de inimigos de tudo de bom e decente no espírito humano. “Uma afronta a tudo que defendo, o puro prazer da comida”, escreveu. Bourdain também era conhecido por suas fotos provocativas em que aparece debochando de animais mortos. Paradoxalmente, o chef também dizia que ele não tinha de concordar com uma pessoa para gostar dela ou respeitá-la.

Por outro lado, os defensores de Anhony Bourdain dizem que ele se tornou mais flexível nos últimos anos, levando em conta que suas declarações mais polêmicas são da década passada. Em entrevista concedida ao Eater e publicada em 18 de abril deste ano, Bourdain afirmou que reconhece a importância das alternativas aos alimentos de origem animal, considerando principalmente a quantidade de pessoas passando fome no mundo.

Diante da grande repercussão após a morte de Bourdain, Gary Francione decidiu se manifestar a respeito, dizendo que viu um número de postagens absolutamente vis de pessoas que afirmam serem veganas celebrando a morte por suicídio de Anthony Bourdain. “Bourdain não era diferente de qualquer outro não vegano. Aqueles veganos que celebraram o suicídio de Bourdain, mas não festejaram o suicídio de seus parentes e amigos não veganos, são apenas hipócritas misantrópicos.” Ele enfatizou que nenhum vegano abolicionista deve celebrar a morte de ninguém – incluindo a morte de alguém que acabou com a própria vida por causa da depressão.

 





 

Written by David Arioch

June 12th, 2018 at 3:08 pm

Produtores de queijo premiado se tornam veganos e trocam o leite de cabra pelo leite de oleaginosas

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“Estávamos ampliando o problema. Não queríamos ser parte do problema, mas sim da solução”

“Agora ao não criar animais com essa finalidade [de produzir leite e queijo], podemos salvar os animais da crueldade em vez de agravá-la trazendo mais animais para o mundo” (Acervo: The Sanctuary at Soledad Goats)

Ao longo de 20 anos, Carol e Julian Pearce produziram um queijo de leite de cabra premiado nos Estados Unidos. Ainda assim, decidiram se tornar veganos e começar uma nova vida, que incluiu a fundação de um santuário e uma nova produção de queijos. Mas dessa vez baseado em oleaginosas, não em leite de cabra.

Carol e Julian se conheceram enquanto cuidavam de bezerros doentes. Quando viviam na Inglaterra, Carol era conhecida por invadir fazendas e “sequestrar” animais que seriam enviados para o matadouro.

Mais tarde, nos Estados Unidos, os Pearce investiram em uma fazenda de caprinos no Sul da Califórnia, onde a política era “nunca matar”. No entanto, com o tempo, começaram a repensar a própria história, o trabalho e a vida. Foi quando perceberam uma contradição em suas ações.

Enquanto resgatavam animais que seriam enviados para os matadouros, eles investiam na procriação de outros para a produção de leite e queijo. “Por ser uma fazenda leiteira, estávamos ampliando o problema. Não queríamos ser parte do problema, mas sim da solução”, explica o casal.

Em 2015, a decisão natural foi o veganismo, que os Pearce qualificam como um imperativo moral, de honrar e respeitar os animais rejeitando todas as formas de exploração. O leite de cabra então foi substituído pelo leite de oleaginosas – nozes, castanhas, amêndoas, etc.

“Estamos replicando a qualidade do queijo que conseguimos produzir com o leite de cabra – textura suave, ingredientes frescos, e feito artesanalmente com cuidado, consistência e paixão. Até agora nossas amostras foram muito bem recebidas, com muitas pessoas nos dizendo que continuarão comprando os nossos produtos em versão vegetal. Isso é muito encorajador para nós”, garantem.

Além de cuidar das cabras do seu antigo rebanho leiteiro, o casal resgata cabras, vacas, bois, cavalos, porcos, frangos, galinhas, patos, cães e gatos maltratados, abandonados e negligenciados. Parte desses animais seria enviada para o matadouro, outros passariam por eutanásia. “Agora ao não criar animais com essa finalidade [de produzir leite e queijo], podemos salvar os animais da crueldade em vez de agravá-la trazendo mais animais para o mundo”, justificam.

Hoje, o The Sanctuary, situado em Soledad, no sul da Califórnia, é uma entidade sem fins lucrativos, e a produção de queijo vegano ajuda a custear as despesas com os animais, assim como a contribuição de seus apoiadores. O santuário é aberto à visitação e quem quiser pode comprar diretamente no site alguns produtos veganos como chocolates, velas, sabonetes, canecas, brincos e hidratantes.

Referência

The Sanctuary at Soledad Goats – Where every animal has a home

 





 

Alguém diz: “O veganismo ensina as pessoas a respeitarem os animais, mas não as pessoas”

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“O veganismo não ensina nada disso, mas tentarei entender o seu posicionamento”

Sim, o veganismo é uma filosofia de vida que se volta em primeiro lugar para o direito dos animais à vida (Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals)

Alguém diz:

— O veganismo ensina as pessoas a respeitarem os animais, mas não as pessoas.

— Me desculpe, meu camarada, mas há um equívoco substancial na sua afirmação. O veganismo não ensina nada disso, mas tentarei entender o seu posicionamento. Creio que você queira dizer que veganos priorizam os animais não humanos. Sim, no contexto do veganismo, naturalmente, porque o veganismo é uma filosofia de vida que se volta em primeiro lugar para o direito dos animais à vida, pelo direito de não sofrer em decorrência da má intervenção humana, mas isso não significa que veganos desrespeitem seres humanos ou não se importem com seres humanos. Porém, vamos considerar um cenário de veganos que desrespeitam pessoas. Seres humanos são seres complexos, têm suas peculiaridades e vicissitudes.

Logo se você busca perfeição entre veganos, devo dizer que está buscando isso no lugar errado. Simplesmente porque perfeição não existe em nenhum contexto. E desrespeitar pessoas é algo que deve ser analisado sob um prisma mais abrangente. Quero dizer, a não ser que você veja alguém exercendo um desrespeito contínuo ou inerente, isso pode ser apenas uma manifestação equivocada e circunstancial. Bom, um sujeito de quem você não goste, ou que você qualifique como “imbecil”, pode sim ser vegano. Afinal, ser vegano não isenta ninguém de ter falhas. Eu mesmo tenho muitas, e é exatamente por isso que não condeno quem defende os animais, mas carregue falhas em seu histórico.

Eu particularmente não conheço nenhum caso de veganos que tenham feito conscienciosamente mal às pessoas. Sim, os seres humanos podem se exaltar em seus discursos, praguejar a humanidade, criticar o descaso humano em relação aos animais não humanos; até mesmo xingar. Claro, há pessoas que se excedem, mas percebo que isso normalmente acontece quando nos deixamos guiar pela emoção e pela situação, então não racionalizamos nosso discurso e agimos impulsivamente. Mas isso não significa que uma pessoa seja ruim ou odeie, de fato, a humanidade. Afinal, não vivemos no pleno ostracismo. Nos comunicamos com alguém em algum momento, não? Ademais, o veganismo é feito por pessoas, logo há essencialmente um senso coletivista.

E desrespeito muitas vezes é um retrato do momento, um retrato até mesmo difuso. Além disso, todos podemos mudar (ou não), crescer, amadurecer, evoluir, o que quer que seja. Logo quem sou eu para dizer quem deve ou merece ser vegano ou não? Outro ponto. Sua afirmação também carrega uma falha histórica. O vegetarianismo ético, os direitos animais e o veganismo foram idealizados por humanitários. Sim, isso mesmo, por pessoas que antes se preocupavam com seres humanos e entenderam que era importante estender isso aos seres não humanos.

Então realmente não acho muito apropriado dizer que o veganismo ensina as pessoas a não respeitarem pessoas. A história está repleta de personagens protovegetarianos, vegetarianos, protoveganos e veganos que defenderam e defendem os animais humanos e não humanos – o que não significa que defender pessoas seja, de fato, uma premissa ou obrigação. Henry Salt, por exemplo, um dos nomes mais importantes da era vitoriana na defesa dos animais e pioneiro da teoria dos direitos animais, foi o fundador da Liga Humanitária Inglesa.

Não podemos ignorar também que há inúmeras bandeiras específicas em defesa dos humanos, mas só uma em defesa dos animais, e realmente isso faz uma diferença não circunstancial, mas sim substancial. Claro que em um cenário ideal seria muito bom se houvesse respeito a animais humanos, não humanos, uma harmonia verdadeiramente abrangente. Mas creio que as coisas vão evoluindo com o tempo e com as nossas predisposições.





 

39 ativistas veganos foram presos nos EUA por tentarem resgatar galinhas doentes de uma fazenda industrial

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Hsiung (à direita): “Enquanto as corporações controlarem nosso sistema alimentar – incluindo o envio dos denunciantes para a prisão – não teremos um sistema alimentar com integridade” (Foto: DxE)

Esta semana, 39 ativistas veganos foram presos após um grande protesto em frente à Sunrise Farms, em Pataluma, na Califórnia. Cerca de 500 ativistas participaram da vigília organizada pela rede em defesa dos direitos animais Direct Action Everywhere (DxE). Os organizadores informaram que a ação foi uma tentativa de “destacar a inação corporativa do governo diante da crueldade contra os animais”.

Os ativistas, que usavam equipamentos de biossegurança aprovados por veterinários, alegaram que eles tinham o direito legal de entrar na fazenda industrial voltada à produção de ovos para cuidar de 37 galinhas doentes e feridas. Mas autoridades locais discordaram e prenderam 39 ativistas por invasão de propriedade.

“Essas aves são criaturas vivas, não coisas, mas a Amazon.com e outros grandes varejistas as tratam como commodities. Seja o foie gras, as peles de animais ou a parceria com as fazendas industriais, a Amazon está enviando crueldade para milhões de lares”, criticou o investigador do DxE, Priya Sawhney.

O cofundador da rede Direction Action Everywhere e ex-professor de direito da Universidade Northwestern, Wayne Hsiung, afirmou que os estadunidenses não querem ver os animais explorados pelo sistema alimentar. Porém, segundo Hsiung, nenhuma ação foi tomada depois que eles apresentaram filmagens de crueldade contra os animais às autoridades e ao Amazon.com.

“Quando os americanos veem o que está acontecendo atrás das portas das fazendas industriais, eles sabem que isso vai contra seus valores, mas enquanto as corporações controlarem nosso sistema alimentar – incluindo o envio dos denunciantes para a prisão – não teremos um sistema alimentar com integridade. [Mas] essa ação vai acabar com o poder deles”, garantiu. A Sunrise Farms negou todas as acusações feitas pelo DxE.

 

Referência

Plant Based News

 





 

Written by David Arioch

May 31st, 2018 at 6:32 pm

The Guardian lança episódio sobre os benefícios e a evolução do veganismo no podcast “Nós precisamos falar sobre…”

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O The Guardian lançou hoje mais um episódio no podcast “Nós Precisamos Falar Sobre…”,  uma série que aborda temas escolhidos pelos apoiadores do jornal britânico. O episódio da vez foi dedicado aos benefícios e a evolução do veganismo como uma filosofia de vida que tem conquistado cada vez mais visibilidade. Entre as questões abordadas estão o que significa se tornar um vegano e qual é o impacto do veganismo na vida dos animais, no meio ambiente e no bem-estar humano.

Apresentado pela colunista Decca Aitkenhead, o episódio sobre veganismo também mostra como as pessoas estão desconectadas dos alimentos que consomem e discute a iniciativa de grandes empresas em investirem em produtos para veganos. Os colaboradores do episódio sobre veganismo são a jornalista Joanna Blythman, o editor de meio ambiente do The Guardian, Damian Carrington; a chef e autora Meera Sodha e a diretora de programas da Jeremy Coller Foundation, Rosie Wardle.

Acesse o podcast





 

Written by David Arioch

May 30th, 2018 at 7:30 pm

Mais de 50% dos jovens britânicos experimentaram uma dieta vegetariana nos últimos 12 meses

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Cerca de um terço dos entrevistados declarou que adotou uma dieta vegetariana por ser contra a exploração animal (Foto: Vegan Travel)

De acordo com uma matéria publicada esta semana no jornal britânico The Sun, 56% dos britânicos com faixa etária de 16 a 29 anos experimentaram uma dieta baseada em vegetais nos últimos 12 meses. Nas faixas etárias dos 30 anos e dos 40 anos, o percentual é de 45%.

Essas informações fazem parte de uma pesquisa realizada pela companhia de alimentos Kellogg, que entrevistou dois mil adultos sobre seus hábitos alimentares; assim descobrindo que o interesse por alimentos livres de ingredientes de origem animal tem crescido bastante no Reino Unido.

Cerca de um terço dos entrevistados declarou que adotou uma dieta vegetariana por ser contra a exploração animal. Outros 29% se abstiveram do consumo de alimentos de origem animal por preocupações com o peso; e 4% se sentiram motivados a experimentar uma dieta vegetariana depois de ver celebridades abordando o assunto pelas mais diferentes razões.

A nutricionista sênior da Kellogg, Laura Street, explicou que uma nova linha de cereais vegetarianos da marca foi criada a pedido de um grande número de consumidores que querem reduzir o consumo de alimentos de origem animal, mas não sabem o que comer.

Ao The Sun, Laura enfatizou que muitas pessoas estão optando por uma dieta baseada em vegetais, porém há aqueles que creem que pode ser difícil mantê-la. “É por isso que, como parte do nosso Plano de Melhores Iniciativas para ajudar as famílias a fazerem escolhas mais saudáveis, estamos desenvolvendo uma nova linha de cereais para veganos”, argumentou.

Embora os objetivos da Kellogg tenham mudado substancialmente desde que foi fundada em 19 de fevereiro de 1906, vale lembrar que seus fundadores – Will Harvey Kellogg e John Harvey Kellogg – eram vegetarianos e defensores do vegetarianismo. Inclusive Harvey Kellogg fez campanha contra a indústria da carne antes de fundar a companhia Kellogg com o irmão.

Referência

Over HALF of young Brits have attempted to become vegan in last 12 months

 





Written by David Arioch

May 29th, 2018 at 3:14 pm