David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for the ‘Vivissecção’ tag

Um bom presente para a Terra no Dia da Terra

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Fotos: Tras Los Muros/Eyes On Animals/Animals Matter/Sea Shepherd/HSI/Fur Free Alliance/African Wildlife Foundation/CBEE/Greenpeace

Depois de degradar espaços naturais, matamos até 72 bilhões de animais terrestres por ano e somente nos matadouros, ou seja, para consumir suas carnes (dados da PETA).

Matamos 790 bilhões de peixes em seus próprios habitats (de forma intencional ou “acidental”) e o total pode chegar a 2,3 trilhões por ano – sem contabilizar os criados em cativeiro (dados da Fish Count UK).

A pesca comercial fere gravemente e mata mais de 650 mil mamíferos marinhos por ano (dados da Animal Matters).

Matamos mais de 100 milhões de animais (incluindo camundongos, sapos, coelhos, porquinhos-da-índia, porcos, primatas e pássaros) em testes de produtos, vivissecção e outros experimentos a cada ano (dados da PETA, Cruelty Free International e HSI).

Matamos mais de 10 milhões de animais silvestres por ano apenas para arrancar seus couros e utilizar na indústria da moda (dados da Last Chance for Animals).

Mais de 40% dos anfíbios do planeta estão ameaçados de extinção, assim como um terço de todos os mamíferos marinhos. A humanidade já afetou negativamente 75% das terras do planeta e 55% dos ecossistemas marinhos (dados da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos).

Nos últimos 20 anos, matamos mais de um milhão de pangolins, animal que já estava aqui milhões de anos antes da chegada da humanidade (dados da African Wildlife Foundation), e que hoje tem seu nome associado ao coronavírus graças a nós.

Atualmente, 105.732 espécies conhecidas de animais estão ameaçadas de extinção no mundo todo (dados da União Internacional para a Conservação da Natureza).

Só no Brasil, e como consequência da destruição de espaços naturais, matamos por ano 475 milhões de animais atropelados nas rodovias brasileiras. São 15 animais silvestres mortos por segundo (dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas).

Um bom presente para a Terra neste Dia da Terra seria deixar de matar também seus filhos não humanos.

Curta-metragem mostra a realidade das experiências científicas realizadas com primatas

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O maior peso do curta está no retrato do trauma psicológico que os animais sofrem em laboratórios

O filme é resultado de uma parceria entre a NEAVS e a We Animals (Foto: Reprodução)

Lançado no mês passado, “Empty Laws: Psychological Well-Being of Laboratory Primates”, de Kelly Guerin, é um curta-metragem que mostra o impacto das experiências científicas realizadas com primatas. De acordo com o filme, primatas usados em laboratórios são submetidos a tudo – inclusive têm seus olhos costurados, como ocorre nas pesquisas de acidentes de carro.

O maior peso do curta está no retrato do trauma psicológico que os animais sofrem em laboratórios. Isso é perceptível quando observamos os olhos, as expressões e as reações dos primatas que aparecem no filme. Claro, um reflexo de um fato comum – praticamente nada é ilegal quando se trata de pesquisas com animais.

Mesmo após séculos de campanhas contra a vivissecção, e algumas conquistas, ainda esbarramos em um problema usual – a garantia do bem-estar animal pode ser facilmente negligenciada se isso for um impedimento à realização de um experimento, já que no contexto científico há muito perpetuou-se a crença de que podemos usar e abusar dos animais simplesmente porque eles não são iguais a nós.

Como mostra o filme “Empty Laws”, inspeções laboratoriais costumam ser raras, e a única forma de revelar o que realmente acontece nesses locais é enviando um investigador disfarçado capaz de registrar a realidade com uma câmera. Sem isso, provavelmente não teríamos registros confiáveis do estado de privação e sofrimento desses animais.

Ainda assim, o impacto não tem sido tão grande quanto deveria; nem o cenário tão auspicioso quanto poderia. Prova disso é que só nos Estados Unidos mais de 71 mil primatas foram usados em experiências do Departamento de Agricultura em 2016, de acordo com o relatório anual da USDA. Um número surpreendente se comparado ao fato de que os santuários membros da North American Primate Sanctuary Alliance (NAPSA) abrigam atualmente cerca de 700 chimpanzés recuperados de laboratórios.

Essa diferença gritante de números entre explorados e sobreviventes deixa claro que o destino comum dos primatas usados em laboratórios é o “descarte”, ou seja, a morte – tão logo sejam considerados inúteis. Para além desse cenário, segundo a Cruelty Free International, pelo menos 115 milhões de animais são usados em experiências por ano no mundo todo.





Breve reflexão contra a vivissecção (experimentação animal)

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A vivissecção passou a ser considerada “prática comum” no mundo ocidental a partir do século 19. Muito tempo se passou, estamos em 2018 e animais continuam sendo torturados e mortos desnecessariamente em nome da ciência. O que ajuda a postergar o banimento dessa prática já considerada obsoleta é o lobby e a politicagem que caminham lado a lado.

 





 

Diga não aos testes em animais

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Reflexão sobre a importância de sermos contra a realização de testes em animais. Estamos em 2018 e há inúmeras alternativas que não envolvem exploração, sofrimento e morte de animais.

 





 

Brigid Brophy: “Temos a obrigação de reconhecer e respeitar os direitos dos animais”

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“Nós os forçamos a trabalhar; os comemos e os usamos. Nós os exploramos para servir às nossas superstições”

“Uma vez que reconhecemos a vida e a sensibilidade nos outros animais, somos obrigados a reconhecer o que se segue” (Foto: Kate Levey)

Brigid Brophy foi uma escritora britânica que conquistou notoriedade com seus romances “The King of a Rainy County”, “The Finishing Touch” e “In Transit,” e também pela sua dedicação às questões humanas e não humanas. O seu trabalho contra a exploração animal é considerado tão relevante, que ela, assim como o psicólogo e escritor Richard R. Ryder, é apontada como importante personagem da fundação do movimento moderno pelos direitos animais na Inglaterra; inclusive influenciando filósofos como Peter Singer.

Um dos seus artigos mais famosos em defesa dos animais foi publicado em 10 de outubro de 1965 no jornal britânico The Sunday Times. No texto intitulado “The Rights of Animals”, Brigid Brophy diz que a relação dos seres humanos com os animais é de incessante exploração e pede que nos empenhemos em mudar esse cenário. Não simplesmente não contribuindo com isso, mas também tomando parte nessa luta. “Nós os forçamos a trabalhar; os comemos e os usamos. Nós os exploramos para servir às nossas superstições: costumávamos sacrificá-los para os nossos deuses e rasgávamos suas entranhas para prever o futuro, agora os sacrificamos em nome da ciência e fazemos experiências com suas entranhas na esperança – ou sem qualquer chance – de enxergar mais claramente o presente”, escreveu.

Para Brigid, a vivissecção, mesmo que endossada pela ciência com pretensos “bons propósitos”, não deixa de ser um tipo moderno de sacrifício expiatório de animais; já que matamos criaturas que não querem morrer sob a justificativa de um “bem maior” que ignora qualquer interesse não humano. “Você não pode fazer uma aritmética que troque seis direitos de um tipo por dois de outros tipos. Se fosse justificável sacrificar um animal de laboratório pelo bem dos humanos, seria justificável sacrificar um humano de laboratório pelo bem de uma centena de seres humanos”, comparou.

Foi a romancista quem colocou o psicólogo, escritor e ativista pelos direitos animais Richard D. Ryder em contato com Rosalind Godlovitch, Stanley Godlovitch e John Harris, três estudantes de pós-graduação da Universidade de Oxford que editaram o livro “Animals, Men and morals: An Inquiry into the Maltreatment of Non-Humans”, uma coleção de ensaios sobre direitos animais lançada em 1971, e que conta com a participação de Brigid Brophy e Ryder. O livro, considerado a obra pioneira do movimento moderno pelos direitos animais, teve grande influência sobre Peter Singer no desenvolvimento do livro “Animal Liberation”, de 1975.

Pelo seu empenho contra o uso de animais em experiências laboratoriais, Brigid chegou a ser presidente da histórica National Anti-Vivisection Society, fundada em Londres em 1875. Foram também as suas contrariedades em relação às experiências com animais que a motivaram a escrever o romance satírico “Hackenfeller’s Ape”, publicado em 1953. Na obra, o professor Darrelhyde, que estuda os hábitos do casal de macacos Percy e Edwina, que vivem no Regent’s Zoo (London Zoo), faz de tudo para evitar que Percy seja enviado para o espaço dentro de um foguete com fins experimentais. Como sua campanha não recebe nenhum tipo de apoio, nem de cientistas e jornais, nem mesmo de uma liga que supostamente deveria coibir práticas cruéis contra os animais, o professor Darrelhyde decide sequestrar o macaco Percy:

“Eu não sustento que os animais são superiores ou iguais aos seres humanos. Todo o caso de que devemos tratar os animais decentemente subsiste no fato de que somos uma espécie superior. Temos a capacidade da imaginação, racionalidade e escolha moral, e é precisamente por isso que temos a obrigação de reconhecer e respeitar os direitos dos animais.”

Em seu artigo “The Rights of Animals”, Brigid Brophy escreveu também que o toureiro que atormenta um touro até a morte e depois remove a sua orelha se engana se acredita que está provando ou ampliando a própria virilidade com essa prática bárbara. “Ele simplesmente demonstra que é um carniceiro com tendências performáticas”, criticou.

Brigid Brophy, que era vegetariana, e naturalmente defendia o não consumo de animais, declarou que nem mesmo quando evitamos ao máximo causar dor aos animais temos o direito de matá-los visando o consumo. Ou seja, ela reprovava qualquer forma de abate de animais, e certamente condenaria o que chamam hoje, e estrategicamente, de “abate humanitário”. A escritora acreditava que nenhum “bom tratamento” seria capaz de justificar a morte seguida da mercantilização da carne.

“Sei que eu não teria o direito de te matar, por mais indolor que isso fosse, só porque gosto do seu sabor, e não estou em posição de julgar que sua vida vale mais para você do que a de um animal para ele”, ponderou a escritora no Sunday Times em publicação de 10 de outubro de 1965.

Ao longo de décadas, muitas das frases de Brigid Brophy foram usadas em panfletos e campanhas a favor dos animais na Inglaterra e também em muitos outros países. Excerto de um de seus discursos mais famosos foi publicado pela Voice for Ethical Research at Oxford, e que pode ser confirmado no próprio site da Vero:

“Uma vez que reconhecemos a vida e a sensibilidade nos outros animais, somos obrigados a reconhecer o que se segue; o direito à vida, à liberdade e a busca da felicidade.” Em 9 de outubro de 2015, no aniversário de 50 anos do artigo “The Rights of Animals”, foi realizada na Inglaterra a Brigid Brophy Anniversary Conference, um evento com duração de dois dias que contou com presenças ilustres, como a do seu amigo e defensor dos direitos animais Richard D. Ryder.

A conferência coordenada pelo professor Richard Canning, da Universidade de Northampton, e que teve o apoio da Vegan Society, foi pautada na literatura de Brigid, na sua luta pelos direitos animais, pelo humanismo e pelo feminismo. Na ocasião, o discurso de abertura da conferência foi marcado, entre outras lembranças, pelo incômodo de Brigid Brophy ao ter certeza de que a pesca não era uma preocupação das entidades de bem-estar animal, e exortou mudanças nesse sentido. Graças a ela, surgiu em Londres o Council for the Prevention of Cruelty by Angling (Conselho para a Prevenção da Crueldade da Pesca). Em 1981, na posse do conselho, Brigid fez um discurso celebrando essa conquista: “Este é um dia feliz para os peixes.”

Saiba Mais

Brigid Brophy nasceu em Ealing, Londres, em 12 de junho de 1929, e faleceu em 7 de agosto de 1995.

Referências

Brophy, Brigid. The rights of Animals. The Sunday Times. 10 de outubro de 1965.

Brophy, Brigid. Don’t Never Forget: Collected Views and Reviews. Holt, Rinehart and Winston; First edition (1967).

Brigid Brophy On Vivisection. National Anti-Vivisection Society (1970).

Bekoff, Marc. Encyclopedia of Animal Rights and Animal Welfare. Página 96. Routledge (1998).

Stalwood, Kim. Brigid Brophy Anniversary Conference 2015 Presentation.

Godlovitch, Stanley; Godlovitch, Rosalind; Harris, John. Animals, Men, and Morals: An Enquiry into the Maltreatment of Non-Humans. Taplinger Pub Co. (1971).

 





Como alguém consegue dedicar anos de sua vida a infligir dor a outros seres vivos?

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Acervo: Peta

É difícil entender como uma pessoa, que provavelmente tem família e convive harmoniosamente com animais de estimação, consegue dedicar anos e anos de sua vida a infligir dor a outros seres vivos. Há quem defenda que mais de 50% das experiências realizadas com animais não chegam a lugar algum. Ou seja, quando algo dá muito errado (e aqui volto a reafirmar um mínimo de 50%), não são publicados nem artigos sobre o assunto. Quando digo dar errado significa que não há nem mesmo registros consistentes do que aconteceu com os animais usados nessas experiências. Ou seja, nessas situações, tudo é abafado.

E aqueles estudos que são conclusivos, muitas vezes são desconsiderados quando se trata de comparativos com seres humanos. Hoje de manhã, por exemplo, eu estava lendo sobre uma experiência envolvendo indução à amnésia. Animais recebiam até 300 choques diários. Imagine você falando sobre o seu trabalho e dizendo: “Ah, sou pesquisador. Meu trabalho é dar choque em animais, privá-los de comida e água, entre outras coisas.”

Em testes realizados em animais, sejam de vivissecção ou não, o animal dificilmente é sedado ou recebe anestesia. Afinal, por que iriam fazer isso se o objetivo é exatamente avaliar a reação a dor e a capacidade ou incapacidade de superá-la? Não é à toa que as taxas de mortalidade nesses experimentos são extremamente altas.

 

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Laos, um dos maiores fornecedores de animais para laboratórios

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Foto: Jo-Anne McArthur

Conhece o Laos? É um país asiático localizado na Indochina. O país é um dos maiores fornecedores do mundo de animais para laboratórios, para servirem como vítimas de vivissecção e outros testes realizados pela indústria cosmética e alimentícia, além de instituições de ensino, entre outros. Esses animais são condicionados a procriarem em fazendas, nas chamadas breeding facilities. Acredite, nenhum desses animais leva uma vida feliz.

As fotos da canadense Jo-Anne McArthur registram exatamente isso. Pense a respeito quando for comprar aquele produto que antes de chegar às suas mãos foi testado em animais. Talvez você tenha parcela de culpa pelo trauma e temor registrados em fotos como esta, já que essas criaturas jamais seriam criadas se não consumíssemos produtos testados em animais, ou endossássemos a realização de pesquisas com esses seres vivos.





E se fosse você a vítima de vivissecção?

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Inversão de papéis de Derek Chatwood

E se, em vez dos animais, fosse você a vítima de vivissecção? Ou de testes de substâncias, ingredientes e produtos? Se você não gostaria de estar no lugar de um animal usado em laboratório, saiba que ele também não gostaria de ser explorado dessa forma.





Por que é cruel usar animais em testes de produtos alimentícios

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O uso de animais na indústria e em pesquisas gera graves consequências na vida dessas criaturas

— Como usar animais em testes de produtos alimentícios pode prejudicá-los? Não tem lógica. Os animais vão apenas consumir os produtos que serão mais tarde vendidos para nós.

— O problema é que esses animais são mantidos confinados, e para avaliar os resultados de algum produto alimentício, eles são obrigados a seguirem uma dieta baseada nesses produtos. Ou seja, imagine consumir um produto industrializado várias vezes por dia ao longo de semanas. Será que isso seria bom? Fora o fato de que animais não devem se alimentar como seres humanos. Mesmo que eles sejam parecidos com nós em alguns aspectos, eles são diferentes, logo têm necessidades nutricionais distintas. Seria o mesmo que você participar como cobaia de uma experiência para avaliar a segurança de uma ração industrializada destinada a algum outro animal, por exemplo. Você se sentiria bem consumindo essa ração várias vezes ao dia e por semanas? Outro fator a se considerar é que testes de produtos do gênero alimentício podem envolver inclusive desidratação, reações alérgicas, vivissecção [que significa operar um animal vivo, e o que não raramente é feito sem anestesia] e baixa severa no sistema imunológico em decorrência da deficiência de nutrientes. Sendo assim, sem dúvida, testes de produtos alimentícios em animais podem ser tão nocivos quanto qualquer outro.

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Não voem com a Air France Airlines

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Companhia transporta macacos para laboratórios que realizam vivissecção e outros testes com animais

Não voem com a Air France Airlines. Atualmente é a maior linha aérea a transportar animais retirados de seu habitat. A empresa tem contrato com laboratórios e envia animais para viverem em privação e sofrimento até morrerem em experiências de vivissecção e outros tipos de testes com animais.

Saiba mais no site da Last Chance for Animals