“O gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira”
“Ele fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.”
Excerto de “A Disciplina do Amor”, de Lygia Fagundes Telles, publicado em 1980.