Projeto pode criminalizar a produção e o comércio de carne de cachorro na Coreia do Sul
A estimativa é de que mais de 2,5 milhões de cães são criados para consumo humano no país
No início deste mês, Lee Sang-don, membro do partido de centro-direita Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano na Coreia do Sul. A iniciativa foi elogiada por ativistas dos direitos animais, considerando que no país há mais de três mil fazendas de cães, onde um milhão de cães são abatidos por ano, segundo informações do grupo Animal Liberation Wave, que lançou uma campanha em fevereiro contra a produção e o consumo de cães.
“Esperamos que o projeto se torne lei para darmos o primeiro passo para acabar com a indústria de carne de cachorro na Coreia”, disse o grupo ao Korea Times. Os cães têm um status legal complicado na Coréia do Sul, onde a prática do consumo de carne de cachorro existe há milhares de anos e está associada à virilidade. O cenário atual é preocupante porque a estimativa é de que mais de 2,5 milhões de cães são criados para consumo humano no país.
Porém, os coreanos mais jovens se opõem massivamente a essa prática, tanto que o número de restaurantes que comercializam carne de cães está em constante declínio. A questão começou a ganhar bastante visibilidade durante os Jogos Olímpicos de Inverno na Coréia do Sul, quando atletas estrangeiros participaram do resgate de cães que seriam reduzidos a alimentos. A iniciativa partiu da organização Humane Society International (HSI). Por enquanto, não há nenhuma definição sobre o projeto, mas Lee Sang-don se mostra otimista em relação à possibilidade de banir definitivamente o comércio de carne de cachorro na Coréia do Sul.