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Kanis, uma boa surpresa no cenário musical paranaense
Willian Matos: “A verdade é que nunca me liguei muito em definições de gêneros musicais”
Transformar sensações e situações em música. Esta é a proposta do compositor Willian Mattos, idealizador do projeto Kanis, que une rock psicodélico, indie e pop. Músico desde a adolescência, o paranavaiense gravou o primeiro disco este ano em Curitiba. Intitulado “Parceiros, Amigos, Amores”, o EP reúne atributos que agradam desde os fãs mais puritanos até os mais ecléticos do rock. Com personalidade, o projeto é uma boa surpresa no cenário musical paranaense dos últimos anos.
Na versão em CD, além das músicas “Pequenas Coisas”, “Quem Pegou Você”, “Pra Trás” e “Quem Eu Sou”, Willian presenteia os fãs com as faixas “Mirela”, “Pequenas Coisas (Acústica)” e “Ao Lado Dela”. “Tenho um caso de amor com cada música que escrevo. Depois elas se tornam públicas, e aquela paixão fervorosa reacende nas performances ao vivo”, diz.
Embora as quatro músicas principais do EP abordem algum tipo de nostalgia, Mattos não se considera uma pessoa realmente nostálgica. “Mas, como letrista, são elementos que vêm a somar, ainda mais quando percebo que o meu passado pode ser o presente de outras pessoas”, comenta.
Em “Pra Trás” e “Quem Eu Sou”, a dúvida e a esperança são temas que instigam a reflexão. Segundo Willian, estão relacionadas às infinitas possibilidades oferecidas pela vida. “Sou muito mais anseio que esperança. O anseio pode ser agonizante, mas é um sentimento que, na minha visão, não abre espaço para o medo”, avalia.
Naturalidade e minimalismo são características encontradas na música de Willian Mattos, e refletem muito bem no Kanis. “Sou visto como alguém que mistura rock psicodélico, indie e pop. Sim, a rotulação da música sempre acontece, mas a verdade é que nunca me liguei muito em definições de gêneros musicais, até porque costumam ter conceitos bem confusos”, comenta o compositor que gosta muito de improvisar ao vivo, surpreender o público com novas releituras de suas músicas.
Na hora de compor, Willian preza pela simplicidade. Segundo ele, se não fosse para seguir por esse caminho, provavelmente não se dedicaria à música. “O processo de composição nunca é o mesmo. Pode parecer ridículo para os outros, mas trabalho nos meus limites técnicos para soar simples. A simplicidade é mais difícil de ser alcançada do que muitos imaginam. Já as letras, prefiro deixar para o final justamente por considerá-las tão importantes quanto a música. Só consigo me empenhar em escrever a letra se eu estiver bem confiante em relação à música”, pondera.
Questionado se o estúdio onde gravou o EP “Parceiros, Amigos, Amores” é um quarto escuro curitibano, Willian Mattos ri e explica que o local não é escuro nem curitibano. “Na verdade, é um aglomerado de equipamentos que comprei ao longo dos anos. Levo comigo para onde quiser e puder. Então posso dizer que as gravações foram realizadas tanto na casa da minha avó em Paranavaí quanto no apartamento onde moro em Curitiba. Também aluguei um estúdio com mais estrutura para gravar as baterias. Mas, tirando isso, adoro gravar em casas”, revela.
Enquanto ouve “Princesa”, da banda goiana Carne Doce, uma de suas preferidas da atualidade, Willian confidencia que na sua opinião o melhor do cenário musical paranaense está em Paranavaí, no Noroeste do Paraná, sua terra natal. “Tem uma cena instigante. Sinto muito orgulho do que está sendo construído musicalmente em Paranavaí”, enfatiza.
No momento, o compositor está preparando a primeira turnê de divulgação do EP. Também vai lançar em breve alguns vídeos do Kanis no YouTube. “Estou em um momento de trabalho muito intenso. Tenho cinco composições que devem entrar no próximo CD. É uma novidade para 2017”, adianta.
Sobre os parceiros
A trajetória de Willian Mattos com a música começou aos 15 anos, quando ele e o amigo Thiago Guglielmi formaram uma banda nos tempos de colégio. “Fomos aprendendo a tocar e escrever músicas. Convidei ele para embarcar comigo no Kanis, ele topou e tem sido ótimo. Trabalhamos juntos na administração do projeto. Na nossa primeira formação ao vivo, o Thiago atua como baixista. Como ele é um guitarrista brilhante, é provável que no futuro ele assuma o posto de guitarrista solo do Kanis”, relata.
Quem também ingressou no projeto para somar foi o baterista e percussionista Hugo Ubaldo, da banda de rock Sub-Versão, de Paranavaí. “Nos conhecemos há poucos meses e tem sido um prazer imensurável essa parceria. Além de ótimo baterista, é um músico completo, tem ajudado muito a elevar o nível da nossa música ao vivo”, reconhece Willian Mattos.
Sobre a capa do EP
A fotografia que estampa a capa do EP “Parceiros, Amigos, Amores” foi tirada em Santiago, no Chile, pelo fotógrafo Vinicius de Oliveira, conhecido como Capitão. “Estávamos à procura de uma foto e o Thiago [Guglielmi] me mostrou o trabalho do Vinicius. Ficamos mais ou menos uma semana tentando escolher uma entre as muitas fotos incríveis que ele tirou. Foi um trabalho difícil”, garante Willian Mattos.
Frase de Willian Mattos
“Tudo que ouço me influencia de algum modo. Até mesmo coisas que não gosto me servem de parâmetro.”
Formação atual do Kanis
Willian Mattos – vocal e guitarra
Thiago Guglielmi – Baixo
Hugo Ubaldo – Bateria
Saiba Mais
Antes do Kanis, Willian Mattos teve uma banda chamada “Use”, formada em parceria com o guitarrista Thiago Guglielmi.
Para comprar o CD “Parceiros, Amigos, Amores”, que custa apenas R$ 15, entre em contato com a banda.
O CD “Parceiros, Amigos, Amores” está disponível no YouTube.
Contatos
(41) 9690-3121 (Willian Mattos) e (44) 9743-2510 (Thiago Guglielmi)
E-mails: contato@kanis.com.br e shows@kanis.com.br
Livro narra causos fantásticos da região de Paranavaí
Em 2013, a professora Elmita Simonetti Pires lançou em Paranavaí, o livro “Memória e Oralidade: Narrativas da Microrregião do Extremo Noroeste do Paraná”. Além de ser um registro da identidade dos povos que vivem em 22 cidades da região de Paranavaí, a obra leva ao público a importância da valorização da cultura oral como fonte literária.
“É uma maneira de destacarmos a importância do nosso folclore. O livro reúne causos contados principalmente por gente simples”, explica a professora que é mestre em letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e docente da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Dentre algumas das histórias intrigantes contadas no livro estão: “E era mesmo o danado do Saci”, “Ler e escrever: vivência de Dona Arlinda”, “A Vaca da São Francisco”, “Causo de cemitério, chapeuzão e capa preta”; “A Casa Assombrada”, “O Pote de Ouro do Mourão da Mangueira”; “Dia do Pai da Mata”; “A Casa Assombrada”; “O causo do quebra-milho”; e “O Causo de Bainho: aconteceu na mata do Cristo Rei”. “São registros que revelam conhecimento, sabedoria, maneiras de fazer, pensar e ver as nossas relações sociais”, diz a professora.
A princípio, a meta era concluir a pesquisa em dois anos. No entanto, foram necessários quatro. Ainda assim, Elmita admite que havia mais histórias para contar. “Em material cultural, folclórico, a região é muito rica, então fui ingênua em achar que seria possível concluir esse trabalho em apenas dois anos. São muitos costumes, ideais e crenças”, comenta a professora. Acompanhada de uma equipe, Elmita Simonetti fez muitas viagens por cidades da região para ouvir histórias fantásticas narradas pela população.
O resultado do projeto “Memória e Oralidade”, então transformado em livro graças ao apoio do deputado federal Hermes Parcianello, Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Fundação Araucária e Serviço Social do Comércio (Sesc), entra para a história do Extremo Noroeste do Paraná como mais uma importante referência de pesquisa e fruição para professores, estudantes e leitores interessados pela cultura regionalista. Distribuído em muitas instituições de ensino, o livro traz na contracapa um encarte com DVD. Para mais informações, ligue para (44) 3424-0100.