Em respeito à memória de parentes falecidos
Em respeito à memória de parentes falecidos em 1962 e 1970, desde criança vou ao cemitério de Alto Paraná no Dia de Finados. É um costume sem conotação religiosa. Meus familiares, parte deles imigrantes, se mudaram para esta região na década de 1940, quando o Novo Norte do Paraná ainda estava em processo de colonização.
Embora eu não tenha nascido nem vivido em Alto Paraná, reconheço que é um lugar rico em histórias. O caminho até o cemitério é muito intrigante. Há casas de sítios e fazendas que foram abandonadas há muito tempo, mais tarde consideradas assombradas. Também há lugarejos, antes colônias, envoltos por narrativas insólitas, como a de um rapaz que dormiu por anos e a de famílias de mulheres que expulsavam invasores a tiros.
Infelizmente nao te vi la. O cemiterio é longe e gera um pouco de receio ir la. Nao pelos mortos, mas pelos vivos. Mas ainda preciso voltar e passarei por estes tumulos. Tentando entender o significado da vida. E decepçao por ver que tem pessoas que fizeram tanto pelos filhos e a memoria delas é praticamente esquecida por eles.
Ricardo Ferreira
4 Nov 16 at 2:52 am