Um barbudo no Dia de Finados
Pense numa situação visceral de estranhamento. Estou falando de mim no Cemitério de Alto Paraná visitando parentes falecidos. Muita gente com aquele olhar de surpresa, observando o barbudo aqui:
“O que esse muçulmano está fazendo aqui?” “Muçulmano, Dia de Finados? Oi?” Não sabia que muçulmanos iam ao cemitério.”
E para fechar com chave de ouro, na saída, uma amiga de infância da minha mãe me abraça e diz: “Que honra! Hoje até o Osama veio homenagear os falecidos.” Ah! Recebi também um folheto religioso antes de partir. “Sei que não é a sua religião, mas ficarei feliz se puder ler”, disse um senhor católico.