Tem hora que é triste reconhecer como somos atrasados
Tem hora que é triste reconhecer como somos atrasados. Em alguns países, enquanto oferta-se a oportunidade para escritores amadores ganharem espaço, por meio de máquinas que imprimem poemas e contos em estações de trem e metrô, no Brasil há escritores renomados que viajam dizendo quem deve ou não escrever. Que visão pequena.
Sou da opinião de que quanto mais pessoas escrevendo, melhor. Escrever é um dos maiores exercícios de sensibilidade e senso crítico da história da humanidade. Claro que é preciso evoluir sempre, mas quem somos para dizer o que deve ou não ser escrito, o que deve ou não ser publicado? A maior prova disso são os autores do passado e que hoje são celebrados.
Vários desses escritores não teriam entrado para a história da literatura se não tivessem publicado de forma independente seus próprios trabalhos. Vivemos na era da democratização da escrita, e quem não concorda com isso não está preparado para o que vem pela frente. Admiro escritores que vão na contramão disso, que mesmo com tanto prestígio seguem estimulando quem gosta de escrever.