Clive Barker: “Perdi mais amigos por ser vegetariano do que por ser gay”
Barker é autor de clássicos como “Hellraiser”, “Candyman” e da série “Livros de Sangue”
No dia 23 de fevereiro de 2012, o escritor e cineasta inglês Clive Barker, autor de clássicos como “Hellraiser”, “Candyman” e da série “Livros de Sangue”, publicada inclusive no Brasil, fez uma declaração no Twitter sobre como as pessoas do seu círculo social reagiram quando ele decidiu tornar-se vegetariano: “Perdi mais amigos por ser vegetariano do que por ser gay.”
Em 1997, quando divulgou em seu site as atividades realizadas ao longo do ano, a Peta, organização em defesa dos direitos animais, destacou que entre as sugestões estava uma proposição de Clive Barker. Ele sugeriu que os jornais colocassem notícias de caça e pesca nas sessões de obituários, de acordo com informações da página 57 do livro “Women and Guns: Politics and the Culture of Firearms in America”, de Deborah Homsher, lançado em 2001.
Barker decidiu se tornar um membro da Peta por se identificar com as pautas contra a exploração de animais nas indústrias alimentícia, de vestuário e entretenimento. Considerado por Stephen King na década de 1990 como a face da literatura de horror do futuro, Barker produziu o filme “Midnight Meat Train”, lançado em 2008, em que critica o consumo de carne ao colocar seres humanos no lugar dos animais.
A obra baseada em seu conto homônimo de 1984, e publicada no primeiro volume da coleção “Livros de Sangue”, conta a história de Leon, um fotógrafo vegetariano, interpretado por Bradley Cooper, que trabalha registrando o que existe de mais obscuro na humanidade. Um dia, ele testemunha uma tentativa de abuso contra uma modelo em um trem. A moça desaparece e ele começa a suspeitar de um açougueiro que estava no mesmo vagão naquela noite.
Leon então descobre que os passageiros do trem são assassinados a marretadas para que suas carnes sirvam de alimento para alienígenas carnívoros. Tais ações criminosas remetem ao que fazemos diariamente com bois, cavalos, porcos e aves. “Midnight Meat Train” mostra por meio de cenas de extrema violência o quão brutal pode ser o abate com a mera finalidade de transformar cadáveres em alimento.
Em síntese, no filme de terror o trem onde a carne humana é selecionada nada mais é do que um matadouro móvel. Na história de Barker, ele explora a compulsão pelo consumo de carne e aborda como o meio tem grande influência sobre quem somos, o que pode ser percebido pelo espectador ou leitor ao final do conto ou do filme.
Saiba Mais
No Brasil, o filme “Midnight Meat Train” recebeu o nome “O Último Trem”.
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