Guerras podem buscar a paz, mas…
Guerras podem buscar a paz, mas se fosse simplesmente pela paz muitas jamais aconteceriam, já que dificilmente o Estado ou algum grupo dominante gastaria em algo que não traga outro retorno. A guerra, na minha opinião, tem se tornado cada vez mais um negócio, e não excepcionalmente é mais uma questão de territorialidade e imposição ideológica do que de paz.
As guerras surgiram não apenas por questão de sobrevivência, mas também com um viés tolo, vil e mesquinho. Alguns dos primeiros conflitos que inspirariam as chamadas guerras eram travados por pessoas que naturalmente viviam no campo e criavam animais. Quando a área de suas propriedades lhes parecia insuficiente, eles invadiam as propriedades vizinhas.
Caso a família que teve a área invadida reagisse, o conflito se armava, e pessoas matavam ou morriam simplesmente pelo anseio de ter mais espaço para criar animais para consumo e comércio. Não raramente, tais ações tomavam proporções inimagináveis, e inspiravam ações muito maiores, desencadeando guerras. Essa preocupação é algo que já era manifestado e registrado na Grécia Antiga por filósofos como Sócrates e Platão.
Se voltando para o nosso tempo, um exemplo contemporâneo do microcosmo da guerra é o livro “Prilli i Thyer”, ou “Abril Despedaçado”, do escritor albanês Ismail Kadaré. Na minha opinião, o romantismo da guerra sempre vai ser muito mais de caráter ficcional do que real, e obviamente que atendendo a objetivos que podem ser claros ou não; e que também podem atender a uma ou várias propagandas ideológicas. Creio que guerra somente pela paz é das coisas mais raras do mundo contemporâneo. “Para a maioria dos homens, a guerra é o fim da solidão. Para mim, é a solidão infinita”, dizia o escritor francês Albert Camus.
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