O simbolismo não chega à velhice
O simbolismo nasce, morre e renasce sem chegar à velhice. Sempre me pareceu um movimento jovem, de jovens anciãos. Dos poetas, Mallarmé foi o que demorou mais para se cansar da vida, falecido aos 56 anos. Verlaine, que teve uma história conturbada com Rimbaud, morreu aos 51 anos quando acreditava que a vida não tinha mais nada a lhe oferecer.
Baudelaire e suas Flores do Mal sucumbiram aos 46 anos em decorrência de sífilis. Rimbaud, o jovem poeta maldito, depois de Uma Temporada no Inferno partiu aos 37 anos quando há muito deixou de produzir poesia para vivê-la em sua forma mais figadal. No Brasil, penso nos Broquéis de Cruz e Souza, vencido pela tuberculose aos 36 anos. E no não menos maldito Augusto dos Anjos, que passou uma vida entre a doença e a convalescença, até não resistir a uma pneumonia aos 30 anos. O simbolismo foi feito para a posteridade enquanto seus representantes para o paroxismo da efemeridade.