David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Vegetarianos e veganos são sempre motivados pela emoção?

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O que há de tão racional em matar animais para se alimentar de seus cadáveres? (Foto: Reprodução)

Um sujeito, assim como muitos, creio, falou que vegetarianos e veganos são sempre motivados pela emoção e pelo sentimento, por isso estão errados. Bom, há equívocos substanciais nessa afirmação. Não seria racional se negar a se alimentar de um animal pelo simples fato de que ele é senciente? O que há de tão racional em matar animais para se alimentar de seus corpos? Por que eles não têm direito à vida?

Se temos uma grande variedade de alimentos à nossa disposição, por que comer partes de um ser vivo não humano? O que existe de racional na ideia de que um animal deve morrer para saciar o meu apetite, uma prática que simplesmente se perpetuou porque faz parte de uma herança cultural há muito questionável?

Se o vegetarianismo não é praticável ou recomendado, por que temos vegetarianos desde os tempos mais remotos da humanidade? E se o veganismo não é indicado, como Donald Watson, que fundou a Vegan Society em 1944, teve uma morte tranquila aos 95 anos? O antropocentrismo, pelo seu viés especista, foi a corrente filosófica que elevou o ser humano à condição de superior em detrimento de outros seres vivos – que mais do que nunca passaram a ser vistos como objetos ou meios para um fim, ignorando completamente seus interesses em não morrer. Ao mesmo tempo, contribuiu e muito para uma degradação ambiental sem precedentes.

O que existe de tão racional em se opor aos direitos das outras espécies como fazia o antropocentrismo no passado, ainda mais levando em conta que o ser humano é o principal responsável pela destruição da natureza? Ou pode me apontar algum animal não humano que tenha sido mais nocivo ao meio ambiente do que o ser humano?

Por outro lado, posso dizer também que me tornei vegano motivado, de fato, pela emoção e pelo sentimento. Na realidade, as coisas mais importantes da minha vida fiz motivado pelo coração. Não seria racional dar voz ao coração quando ele nos aproxima da nossa vocação natural? Quando ele faz de nós seres humanos mais conscientes e preocupados com a coexistência pacífica em um mundo cada vez mais violento?

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Written by David Arioch

January 16th, 2017 at 1:36 pm

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