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O último judeu de Vinnytsia
Erwin Bingel: “Parecia uma convocação inofensiva”
Em setembro de 1941, o tenente Erwin Bingel, oficial da Wehrmacht, chegou a Vinnytsia, no Sul da Ucrânia, para ajudar o comandante do Distrito de Uman. Líder da Einsatzgruppen D., Bingel sabia que estavam cavando uma quantidade absurda de valas por quase toda a área do aeródromo.
Então no dia 22, o alto comando ordenou que todos os judeus fossem reunidos para o recenseamento demográfico. Obviamente, todos compareceram. No início, houve um diálogo normal entre os prisioneiros e os nazistas, principalmente os homens da SS, responsáveis pelo trabalho direto. “Parecia uma convocação inofensiva, tanto que até mesmo eu me surpreendi e fiquei horrorizado com o que aconteceu nas horas seguintes”, admitiu o tenente da Wehrmacht.
Os nazistas ordenaram que os judeus entregassem todos os pertences, se despissem e avançassem alguns passos. A qualidade das joias mostrava que muitos eram ricos. Nus, os semitas foram obrigados a ficarem em frente as valas, independente de sexo. Em seguida, um grupo da Einsatzgruppen D se afastou até uma linha traçada ao chão e com pistolas automáticas atiraram com destreza e naturalidade.
Muitos caíram nas covas enquanto pás de cal eram arremessadas sobre os corpos ainda se debatendo. A estratégia visava evitar o contato físico direto com as vítimas. O processo de se despir e ficar em frente as valas se repetiu por um sem número de vezes. Alguns eram obrigados a assistir o extermínio dos familiares enquanto aguardavam a vez.
A foto que acompanha o texto mostra um soldado da famigerada Einsatzgruppen D prestes a assassinar o último judeu de Vinnytsia, a vítima número 28 mil. A fotografia foi encontrada décadas depois junto aos pertences de um soldado alemão que participou dos fuzilamentos dos dias 16 e 22 de setembro de 1941. Atualmente a história integra os registros do projeto Holocaust Research, fundado na Polônia.
Referência: Holocaust Research