Sobre a questão moral da exploração animal e as ostras
Esses dias, testemunhei uma discussão sobre animais que hipoteticamente “não sentem dor”. Na minha opinião, a questão moral e ética da exploração animal não deve ter como parâmetro apenas o nível de dor que um animal é capaz de sentir.
Se há uma indesejada e desnecessária interferência humana, eu já vejo isso como errado. Não temos o direito de interferir na vida dos animais não humanos, a não ser que eles precisem de nós.
Essa tendência há equacionar tudo com base em quem sofre mais ou menos não deve ser a única referência quando falamos de direitos animais. Inclusive é por isso que muitos animais, principalmente marinhos, são subestimados.
Sobre moluscos, por exemplo, como ostras, já vi o filósofo australiano Peter Singer dizendo que tudo bem em comê-las, porque, segundo ele, elas não sentem dor. O que hoje em dia não é nem mesmo uma afirmação, mas sim uma opinião, já que não é possível confirmar isso.
Os pesquisadores Robyn Jean Crook e Edgar Walters, da Universidade Estadual de São Francisco e da Universidade do Texas, descobriram que ostras e mexilhões têm sistemas nervosos rudimentares e, por isso, parecem não usar opiáceos endógenos para inibir a dor, de acordo com o artigo “Nociceptive Behavior and Physiology of Molluscs: Animal Welfare Implications”.
A posição de Singer só reafirma a sua defesa utilitarista, o que nesse caso não representa o veganismo, já que o veganismo versa sobre a não exploração animal, e acho que é importante evitar excluir animais porque hipoteticamente eles não sentem dor ou parecem não reagir negativamente à intervenção humana. Animais não foram feitos para os nossos próprios fins. E acho que essa deveria ser a premissa de todos aqueles que são veganos ou vegetarianos por questões morais e éticas.
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