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A vida de Sabina Spielrein

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Jornada da Alma narra a história da russa que se apaixonou por Carl Jung

Filme mostra Sabina como influência para Jung e Freud (Foto: Reprodução)

Prendimi l’anima,  lançado no Brasil como Jornada da Alma, é um filme de 2002, do cineasta italiano Roberto Faenza. Baseada na psicanálise, a obra conta a história de Sabina Spielrein, paciente com quem Carl Jung, o fundador da psicologia analítica, teve um relacionamento.

Em Jornada da Alma, Sabina Spielrein (Emilia Fox) é uma jovem russa entregue pelos pais a um hospital psiquiátrico em Zurique, na Suíça, onde a terapia de choque até então era o único método de tratamento. Nesse contexto, Sabina conhece o médico Carl Jung (Iain Glen) que inspirado nas ideias revolucionárias de Freud coloca em prática o método da livre associação. A técnica consiste no paciente falar tudo que pensa enquanto o psiquiatra avalia anseios, receios, traumas e lembranças.

Russa revolucionou a educação infantil (Foto: Reprodução)

As primeiras experiências com Sabina são bem sucedidas. Mas o método que gera complacência e certa intimidade entre médico e paciente vai além do esperado. A jovem russa se apaixona por Carl Jung que propõe torná-la amiga de sua mulher. Crente de que tal pedido anularia sua existência, Sabina volta para a Rússia após se formar em medicina e se especializar em psicanálise. Fica claro no filme o peculiar caráter de revisão histórica ao destacar Sabina Spielrein como influência para Jung e Freud. E mais, mostra como a russa revolucionou a educação infantil ao fazer uso da psicanálise para potencializar qualidades individuais.

Uma das cenas mais impactantes do filme é o momento em que Sabina tenta suicídio após Jung se afastar temporariamente do hospital. A personagem deixa um testamento pedindo aos médicos que cremem seu corpo, mas conservem a cabeça para que Jung possa dissecá-la. Surpreso, o psiquiatra se entrega a Sabina sob o signo de uma metáfora; doa a ela um seixo que segundo ele representa a sua alma.