David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Quando eu raspava a cabeça…

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Passei por muitas situações curiosas quando eu raspava a cabeça. Um dia, em Salto del Guairá, no Paraguai, enquanto aguardava meu irmão perto da Queen Anne, três ambulantes, desses que vendem palhetas de para-brisas, se aproximaram. Me recordei de um deles, de quem mais cedo tive pena e acabei comprando um par de palhetas que eu não precisava.

O mesmo rapaz estava de volta. Com um sorriso amarelecido e um olhar sobressaltado e dúbio, veio em minha direção e disse:

“Amigo, usted es federal, es la policía? Por lo tanto, quiero devolver el dinero de las palas que ha adquirido. Ellas son defectuosas. No quiero problemas, por favor. Perdóname, yo no sabía que era la policía. Por favor, quédate con este perfume. No necesita pagar nada.” Sem querer, e após muita insistência, acabei aceitando o perfume. Depois disso, os três foram embora sorrindo e recuando. Mais adiante, dei o “presente” a uma criança que vendia CDs em uma rua paralela.

No final da tarde, saindo do Paraguai, passei pela alfândega. Dois fiscais me cumprimentaram com muita cordialidade e falaram algo que até hoje não sei o que era. Naquele horário, enquanto meu carro foi liberado, os demais foram parados.

Written by David Arioch

October 20th, 2016 at 10:31 pm

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