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A crítica ao consumo de animais na escultura “O Comedor de Cadáveres”, de Paolo Troubetzkoy

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“Il Mangiatori di Cadaveri” é uma crítica ao consumo de animais

A escultura “Il Mangiatori di Cadaveri” ou “O Comedor de Cadáveres”, chamou bastante atenção na Exposição Internacional de Roma em 1913. Criada pelo artista italiano de origem russa Paolo Troubetzkoy, que era vegetariano, a obra é uma crítica ao consumo de animais. Quando começou a concebê-la, a proposta do escultor era mostrar a realidade e as consequências desse hábito, assim criando um cenário que revela a predominância do paladar, a indiferença, o destempero, a crueldade e a morte. Atualmente a escultura está resguardada no Museu Del Paessagio, na comuna italiana da Verbania, na região do Piemonte.

Troubetzkoy foi amigo do escritor russo Liev Tolstói, que o considerava um ser humano doce e inocente com grandes dons. A citação pode ser encontrada no livro “Tolstoy: A Life of My Father”, publicado em 1953 e em 1972, de Alexandra Tolstaya, filha de Tolstói. Quando o questionavam sobre o motivo dele não se alimentar de animais, Troubetzkoy respondia com parcimônia e voz tranquila: “Não posso me alimentar de cadáveres.” Em seu estúdio em São Petersburgo, ele produziu muitas obras captando a essência da importância da liberdade animal. O escritor George Bernard Shaw dizia que ele era um humanitarista extraordinário, incapaz de se alimentar de um animal.

O estilo de Troubetzkoy, marcado por intimismo e melancolia, deu origem a uma forma nervosa de impressionismo. Outras importantes personalidades de sua época e que viam uma qualidade rara em suas obras estavam o Barão de Rothschild, o conde Robert de Montesquiou, Gabriele D’Annunzio, Arturo Toscanini, Enrico Caruso e Giovanni Segantini.

O escultor lecionou na Academia Imperial de Belas Artes de Moscou e recebeu importantes prêmios – como o grande prêmio da Exposição de Paris em 1900. Além da Europa, suas obras também foram levadas para os Estados Unidos. “Como não posso matar, não posso autorizar os outros a matarem. Você entende? Se você compra [carne] de um açougueiro, você está autorizando a morte de animais – a morte de criaturas indefesas e inocentes, que nem eu nem você poderíamos matar”, declarou em entrevista registrada na página 22 da The Vegetarian Magazine em 1907.

Referências

Davis, Gail. Vegetarian Food for Thought. Página 69. New Sage Press (1999).

Tolstoy, Alexandra. “Tolstoy: A Life of My Father”. Octagon Books (1972).

The Vegetarian Magazine, Volume 11, página 22 (1907).

 





Paolo Troubetzkoy: “Se você compra [carne], você está autorizando a morte de animais”

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“Como não posso matar, não posso autorizar os outros a matarem”

Alexandra Tolstói: “O meu pai gostava muito dele. Era um doce e inocente ser humano com grandes dons” (Foto: Getty Images)

Considerado pelo escritor irlandês George Bernard Shaw como o escultor mais surpreendente dos tempos modernos, o escultor italiano de origem russa Paolo Troubetzkoy conquistou muita fama na Rússia nas primeiras décadas do século 20. Influenciado pelas obras de Auguste Rodin e Medardo Rosso, Troubetzkoy criou esculturas que se tornaram mundialmente famosas, como do imperador Alexandre III da Rússia, do pintor Isaac Levitan, do escritor Liev Tolstói, da princesa M.N. Gagarina com sua filha Marina e da grande duquesa Elizabeth Feodorovna.

Assim como Tolstói e Elizabeth, o escultor e pintor italiano de origem russa também era vegetariano. “O meu pai gostava muito dele. Era um doce e inocente ser humano com grandes dons. Ele praticamente não lia nada, falava pouco e passou toda a sua vida envolvido com esculturas”, declarou Alexandra Tolstói, a filha caçula de Liev Tolstói, reproduzindo memórias que seu pai preservou da amizade com Troubetzkoy, para quem posou de bom grado na criação de várias esculturas em sua homenagem. A citação pode ser encontrada no livro “Tolstoy: A Life of My Father”, publicado em 1953 e em 1972.

Troubetzkoy: “Não posso me alimentar de cadáveres” (Foto: Getty Images)

Quando o questionavam sobre o motivo dele não se alimentar de animais, Troubetzkoy quase sempre respondia com uma voz tranquila e parcimônia peculiar: “Não posso me alimentar de cadáveres.” Em seu estúdio em São Petersburgo, ele produziu muitas obras inspiradas na vida selvagem. Inúmeras de suas esculturas foram criadas visando captar a essência da importância da liberdade animal.

O escritor George Bernard Shaw dizia que ele era um humanitarista extraordinário, incapaz de se alimentar de um animal. Sua contrariedade em relação à matança de animais era tão grande que, mesmo tímido, ele jamais deixou de se manifestar em relação a isso.

Talvez essa insatisfação também tenha influenciado o estilo de Troubetzkoy, marcado por um intimismo e melancolia que deram origem a uma forma nervosa de impressionismo. Além de Bernard Shaw e Tolstói, outros nomes importantes de sua época e que viam uma qualidade rara em suas obras estavam o Barão de Rothschild, o conde Robert de Montesquiou, Gabriele D’Annunzio, Arturo Toscanini, Enrico Caruso e Giovanni Segantini.

O escultor russo lecionou na Academia Imperial de Belas Artes de Moscou e recebeu importantes prêmios – como o grande prêmio da Exposição de Paris em 1900. Além da Europa, suas obras também foram levadas para os Estados Unidos. “Como não posso matar, não posso autorizar os outros a matarem. Você entende? Se você compra [carne] de um açougueiro, você está autorizando a morte de animais – a morte de criaturas indefesas e inocentes, que nem eu nem você poderíamos matar”, declarou em entrevista registrada na página 22 da The Vegetarian Magazine em 1907.

Saiba Mais

Paolo Troubetzkoy nasceu na comuna italiana da Verbania em 15 de fevereiro de 1866 e faleceu na comuna de Novara, também na Itália, em 12 de fevereiro de 1938.

Referências

The Vegetarian Magazine, Volume 11, página 22 (1907).

Davis, Gail. Vegetarian Food for Thought. Página 69. New Sage Press (1999).

IVU World Vegetarian Congress Souvenir Book. Warriors for Vegetarianism  (1957).

Tolstoy, Alexandra. “Tolstoy: A Life of My Father”. Octagon Books (1972).

 

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