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Saboteur e o antinazismo de Hitchcock

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Um filme-propaganda lançado pelo mestre do suspense em 1942

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Robert Cummings e Priscilla Lane em thriller de Hitchcock (Foto: Reprodução)

O thriller Saboteur (Sabotador) é um filme do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Ele soube muito bem aproveitar a Segunda Guerra Mundial para criar uma obra que ressalta a antipatia aos nazistas e a exaltação aos norte-americanos. Lançada em 1942, a película é a reação do cineasta inglês de 42 anos que, como não podia ir para o campo de batalha por diversos fatores, decidiu usar o cinema como ferramenta de combate.

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A cena mais eletrizante acontece no topo da Estátua da Liberdade (Foto: Reprodução)

A obra conta a história do operário Barry Kane (Robert Cummings) que testemunha o bombardeamento da fábrica de aviões onde trabalha. Na explosão, o melhor amigo do protagonista morre e Barry é injustamente acusado pelo crime. Na tentativa de provar a inocência, Kane inicia uma busca pelo verdadeiro criminoso. Durante a jornada, conhece a bela e desconfiada Pat (Priscilla Lane) que ameaça denunciá-lo, mas depois muda de ideia.

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Filme transmite o ideal estadunidense dos anos 1940 (Foto: Reprodução)

O filme tem um forte caráter de propaganda, além de uma abordagem, por vezes, maniqueísta. Como é ambientado nos Estados Unidos de 1942 aproveita por explorar a rejeição aos nazistas e exalta tendenciosamente as qualidades dos norte-americanos. Há uma supervalorização ficcional que se alinha ao idealismo e se distancia do realismo. Um grande exemplo é a exagerada solidariedade recebida por Barry enquanto viaja pelo país.

Em Nova York, a cena mais eletrizante acontece no topo da Estátua da Liberdade, quando o operário confronta o sabotador. É sempre destacável a maneira como o cineasta manipula luzes e sombras para despertar dúvida, apreensão e expectativa, além de outras emoções e pensamentos.

Com preciosismo e rigor técnico, Alfred Hitchcock conseguiu transmitir o ideal estadunidense da época; o triunfo hollywoodiano como prelúdio do fim da guerra. Embora não menos importante, a obra é uma das produções mais subestimadas do cineasta, até pelo caráter propagandístico que tornou o filme muito popular nos Estados Unidos e Inglaterra, mas nem tanto em outros países.