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A trajetória do cordeiro até ser reduzido a alimento no Natal
O cordeiro é outro animal que costuma ir para a mesa no Natal. Há desde receitas como o “Pernil de Cordeiro com Batatas Assadas” até a “Paleta de Cordeiro Gourmet” e o “Carré de Cordeiro em Crosta de Erva”, estes dois últimos considerados “pratos nobres”. Claro, além de outros. Mas será que a maioria das pessoas conhece todo o processo até esse animal ser servido como se jamais tivesse vivido?
No Brasil, o desmame mais usual é o semiprecoce, findado quando o cordeiro está com 45 a 90 dias de idade, e peso mínimo de 23 quilos. Afastado de sua mãe, o animal é confinado por dois meses. O objetivo é fazer com que ganhe até 300 gramas de peso por dia. A dieta é mantida até o filhote de carneiro completar pelo menos 100 dias, chegando a até 42 quilos. Porém a engorda pode chegar a cinco meses, dependendo da raça.
Após um período de jejum de 16 a 24 horas, o abate é feito com um porrete ou uma pistola pneumática. O cordeiro é imobilizado e recebe uma pancada extremamente violenta na cabeça, ou então é acionado um dispositivo que atinge o seu cérebro como uma agulha grossa, o deixando atordoado. Assim que cai, é pendurado sobre grilhões pelas patas traseiras e degolado. O sangue desse filhote de poucos meses, que se debate durante o abate, é usado na culinária.
Depois de sangrado, esfolado, eviscerado, decapitado, além de ter suas patas e glândulas mamárias removidas, extrai-se os rins. Do rabo, são mantidas algumas poucas vértebras. Suas partes não comestíveis são descartadas no lixo, como se não houvessem razão para existir. Então o cordeiro é refrigerado até esfriar, quando se inicia o processo de corte.
Morto ainda muito jovem, ele poderia chegar aos 20 anos caso não fosse reduzido a produto. Depois de esquartejado, seus pedaços são vendidos no atacado e no varejo – os mais procuradas são o lombo, pernil, costela, picanha, peito, ombro e braço. Essas são as partes que as pessoas mais gostam de consumir e que são provenientes de uma criança de outra espécie.
“Mate-o e tire os cascos e miudezas do cordeiro. Misture a farinha, sal, água, ovo, gengibre e pimenta em pó”, sugere uma receita de cordeiro inteiro assado, indicada para o Natal, um tempo de paz.
Sobre a exploração de ovelhas e carneiros
Ovelhas e carneiros são tosquiados ao longo de toda a vida, assim servindo como matéria-prima para a indústria de lã. Porém, é importante considerar que há um mercado consumidor para o cordeiro, que é o carneiro ainda filhote. A carne de cordeiro é bastante valorizada quando o animal tem entre cinco e seis meses. No caso de animais da raça Dorper o abate é feito a partir de três meses.
Porém, o que determina o envio para o abate é a qualidade da carne e se o produtor tem interesse em usá-lo ou não como reprodutor. Caso contrário, mata-se nos primeiros meses um animal com expectativa de vida de 12 anos. No mais tardar, carneiros com dois anos e ovelhas com seis anos são enviados ao matadouro. Isto porque como os níveis de reprodução de ovelhas e carneiros caem nessa faixa etária, eles são considerados velhos e financeiramente inviáveis pelos produtores.
Como não são mais vistos como “boa matriz”, o destino desses animais, que muita gente pensa que são simplesmente tosquiados e têm uma vida feliz até os seus últimos dias, é o matadouro. Em qualquer parte do mundo, carneiros e ovelhas explorados pela indústria morrem precocemente, independente da finalidade da criação. Não é difícil chegar a essa conclusão se considerarmos que eles são mortos nos primeiros anos de vida, mesmo tendo uma expectativa de vida de 12 anos que pode ser estendida a 20 anos caso haja boa qualidade de vida.
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A triste realidade de ovelhas e carneiros
Ovelhas e carneiros são tosquiados ao longo de toda a vida, assim servindo como matéria-prima para a indústria de lã. Porém, é importante considerar que há um mercado consumidor para o cordeiro, que é o carneiro ainda filhote. A carne de cordeiro é bastante valorizada quando o animal tem entre cinco e seis meses. No caso de animais da raça Dorper o abate é feito a partir de três meses.
Porém, o que determina o envio para o abate é a qualidade da carne e se o produtor tem interesse em usá-lo ou não como reprodutor. Caso contrário, mata-se nos primeiros meses um animal com expectativa de vida de 12 anos. No mais tardar, carneiros com dois anos e ovelhas com seis anos são enviados ao matadouro. Isto porque como os níveis de reprodução de ovelhas e carneiros caem nessa faixa etária, eles são considerados velhos e financeiramente inviáveis pelos produtores.
Como não são mais vistos como “boa matriz”, o destino desses animais, que muita gente pensa que são simplesmente tosquiados e têm uma vida feliz até os seus últimos dias, é o matadouro. Em qualquer parte do mundo, carneiros e ovelhas explorados pela indústria morrem precocemente, independente da finalidade da criação. Não é difícil chegar a essa conclusão se considerarmos que eles são mortos nos primeiros anos de vida, mesmo tendo uma expectativa de vida de 12 anos que pode ser estendida a 20 anos caso haja boa qualidade de vida.
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Sobre a realidade da produção de artigos de pele de cordeiro
Na foto, um carregamento de pele de cordeiro. Muita gente gosta de usar roupas e calçados com esse tipo de “material”. Em algumas casas, já me deparei com tapetes feitos com a pele desse animal; e as pessoas se orgulhando do que ele representa tratando-se de maciez e “requinte”. Não seria isso um exemplo extremo da presunção humana? Ostentar a pele de uma criatura dócil diante da soleira? Onde as pessoas pisam.
Carne de cordeirinho
Em muitos países, e inclusive no Brasil, pessoas pagam para comer baby lamb, que nada mais é do que uma referência à carne de um cordeirinho com seis meses de idade. Acho que não é preciso dizer que esse é o tipo de comércio incentivado a partir do consumo de carne. Abre-se precedentes para os mais bizarros tipos de práticas consumistas.