David Arioch – Jornalismo Cultural

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“Juro que pensei que você fosse um velho”

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Pesquisei sobre a história de Paranavaí, do Noroeste do Paraná e do Norte Novíssimo do Paraná com certa assiduidade por dez anos, mas desde 2016, quando comecei a editar o meu primeiro livro de história regional, decidi desacelerar e priorizar outros assuntos. Hoje, participando do evento Cidadania Paraná na Unipar, a convite do Sesc, para falar um pouquinho sobre história local e regional, assim que terminei, ouvi:

— Já ouvi falar muito de você David Arioch, há anos acompanho o seu trabalho, mas juro que pensei que você fosse um velho.

Written by David Arioch

June 28th, 2018 at 10:56 pm

Quatro horas ministrando palestra sobre a história de Paranavaí

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Foto: Unipar

Hoje de manhã, ministrei uma palestra de quatro horas sobre a história de Paranavaí para professores de história e geografia. Falei um pouco da colonização e formação de Paranavaí. Depois enveredei pela história de importantes personagens locais e regionais, além de abordar a história e a realidade de bairros da periferia, como a Vila Alta.

Estou sem voz, mas a experiência foi muito boa. Boa interação e todo mundo prestando atenção; ninguém bocejando ou dormindo. Foi mais uma experiência gratificante. Sem dúvida, uma das melhores partes de uma palestra é quando as pessoas conversam com você ao final, elogiam o seu trabalho e pedem para tirar foto contigo. É um bom indicativo.





Written by David Arioch

July 3rd, 2017 at 8:38 pm

Drauzio Varella, consumo de leite e a Piracanjuba

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Convite para as palestras de Varella que incentivam o consumo de leite (Fonte: Site Beba Mais Leite)

O médico Drauzio Varella, que se tornou uma referência para milhões de brasileiros, tem realizado palestras incentivando as pessoas a consumirem mais leite. Não são palestras realizadas de forma independente, mas sim patrocinadas pela Piracanjuba, o que acaba por ser um pouco controverso vindo de um conceituado profissional.

A Piracanjuba, ou Laticínios Bela Vista, é uma grande empresa que não apenas investe na exploração de animais em níveis industriais, como também foi investigada em 2015 pela Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul. À época, descobriram que lotes de leite adulterados com água e soda cáustica chegavam às indústrias Piracanjuba.

Particularmente, não acho correta essa atitude de um médico, porque quando ministramos uma palestra com patrocínio de uma indústria, de algum modo estamos passando um atestado de que confiamos nela.  Além disso, é importante considerar que nos últimos anos surgiram inúmeros estudos reprovando o consumo de leite, inclusive por parte da Universidade Harvard (referências ao final do artigo).

Outra importante referência no assunto é o médico estadunidense T. Colin Campbell, que é inclusive filho de ex-proprietários de laticínios e tem livros publicados no Brasil. Ele viaja o mundo falando sobre os malefícios do consumo de leite. Campbell é uma pessoa que dedicou décadas de pesquisa a isso, ao contrário do senhor Drauzio Varella, que embora tenha vasto conhecimento em outras áreas, fala de leite sem ser um especialista ou estudioso do tema, já que suas áreas de conhecimento são outras.

Também temos uma pesquisadora brasileira, a filósofa Sônia T. Felipe, que produziu um livro muito bom, também baseado em anos de pesquisa, que discute o impacto da produção de leite na sociedade e os efeitos dele na saúde humana. A obra intitulada  “Galactolatria: Mau Deleite”, lançada em 2012, pode inclusive ser adquirida através de contato pelo site homônimo. Ademais, nunca vi o senhor Drauzio Varella discutindo abertamente sobre esse assunto, mas somente falando sobre os benefícios do alto consumo de leite, sem dar margem para contraposições em relação ao consumo.

Observação

Minha crítica não diz respeito a todo o trabalho do médico Dráuzio Varella, mas somente a esse caso em específico.

Saiba Mais

Para a produção de quatro litros de leite são necessários 3,8 mil litros de água, de acordo com informações do documentário “Cowspiracy – O Segredo da Sustentabilidade”. Essa é a quantidade necessária em todas as etapas de produção.

Referências

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/05/desta-vez-leite-adulterado-continha-so-agua-e-soda-caustica-4759744.html

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/05/mp-flagra-leite-azedo-e-faz-nova-operacao-contra-transportadora-e-cooperativa-4759677.html

http://www.galactolatria.org/

http://www.huffingtonpost.ca/2013/07/05/harvard-milk-study_n_3550063.html

Calcium: What’s Best for Your Bones and Health?

http://nutritionstudies.org/provocations-casein-carcinogen-really/

http://nutritionstudies.org/provocations-dairy-protein-causes-cancer/

http://www.telegraph.co.uk/foodanddrink/healthyeating/10868428/Give-up-dairy-products-to-beat-cancer.html

Contribuição

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Palestra sobre o papel do negro no cinema

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Fui convidado pelo Sesc para dar uma palestra para professores hoje à tarde no Seminário Multidisciplinar – Diversidade Étnico Racial, Indígena e Cigana no Núcleo Regional de Educação de Paranavaí. Fazia mais de dois anos que eu não dava uma palestra sobre cinema, e hoje fui até lá para falar sobre o papel do negro no cinema brasileiro ao longo da história. Foi uma experiência muito rica e interessante. Me trouxe muitas lembranças dos cinco anos em que ajudei a coordenar o Projeto Mais Cinema. Uma vez por semana, após a exibição dos filmes, eu fazia uma análise e discutia a obra com o público.

Written by David Arioch

December 6th, 2016 at 12:53 am

Leandro Karnal e a analogia aos esteroides anabolizantes

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Em uma das palestras do Leandro Karnal, vi algo que me chamou a atenção. Ele fez uma analogia aos esteroides anabolizantes para citar um exemplo de conduta antiética. Ele exibiu para centenas de pessoas a foto de um rapaz como sendo a de um usuário de AEs, quando na realidade ele estava mostrando a imagem de um usuário de vitamina ADE, produto de uso veterinário.

Sim, ADE é um exemplo de trapaça quando usada por seres humanos que querem induzir algo enganoso, Porém, não é esteroide anabolizante, é um óleo de aplicação local que independe de atividade física e boa alimentação. Basta aplicar e ganhar uma bolsa de líquidos, já que ele não gera músculos, apenas amplia o volume do braço.

Sendo assim, penso que é preocupante confundir coisas de funções e ações distintas. E não se pode também generalizar AE como sendo fármaco de uso recreativo ou competitivo, ainda mais levando em conta sua aplicabilidade em pacientes com doenças graves como o câncer. Independente da minha opinião sobre o assunto, há documentários que tratam especificamente da recuperação de massa magra em pacientes com tumores malignos. Exemplos disso estão no documentário “Bigger, Stronger, Faster”, de Chris Bell.

Acredito que seja sempre perigoso quando tentamos abordar um tema entrando em outras áreas que não dominamos, ou pelo menos sobre as quais não temos conhecimento que vá além das armadilhas midiáticas. Ao final da palestra, Leandro Karnal não abriu espaço para perguntas, então fui embora com a esperança de que ele tivesse adquirido os direitos de uso de imagem do rapaz com o braço deformado e das outras pessoas que apareceram na projeção durante a palestra. Do contrário, isso também não seria antiético? A propósito, gosto do trabalho dele. São apenas questionamentos que considero válidos.

Written by David Arioch

October 8th, 2016 at 9:20 pm

“É Nóis Cinco”: entreter para informar

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Grupo de humor usa bonecos gigantes para oferecer entretenimento e ao mesmo tempo informação

Bonecos criados pelo grupo tem quatro metros de altura (Foto: Amauri Martineli)

Bonecos criados pelo grupo têm quatro metros de altura (Foto: Amauri Martineli)

Além de trabalhar com shows de humor, palestras, oficinas e publicidade, a trupe “É Nóis Cinco” está apostando também na criação e no uso de bonecos gigantes como meio de oferecer entretenimento e ao mesmo conscientização sobre assuntos importantes.

Em Paranavaí, é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do grupo “É Nóis Cinco”, conhecido por seus espetáculos paradoxais que misturam o humor das ruas, baseado na realidade, a elementos surreais, nascidos do improviso.

Desta vez, a trupe formada por Aleks Alves, Moacir Barini, Antônio Soares, Márcio Cândido e Amarildo Travain está investindo na criação de fantoches grandes. “Já fizemos cinco. Foi um trabalho que levou dois meses para ser concluído”, revela o artista Márcio Cândido. Os bonecos gigantes chamam a atenção não apenas pelos quatro metros de altura, mas também, e principalmente, pela riqueza de detalhes; é impossível não identificar as feições dos membros da trupe em cada um daqueles personagens caricatos.

"É Nóis Cinco" mistura humor das ruas a elementos surreais (Foto: Arquivo)

"É Nóis Cinco" mistura humor das ruas a elementos surreais (Foto: Arquivo do grupo)

Embora tenham usado basicamente isopor, madeira e ferragens na composição, o que se vê são figuras tão realistas e próximas da arte popular que a simpatia com os bonecos surge à primeira vista. Além disso, os fantoches da trupe também remetem aos clássicos bonecões do folclórico carnaval de Olinda, em Pernambuco.

“As ferragens foram trabalhadas de modo a termos todo o conforto necessário na hora de manipular os bonecos”, relata o artista Aleks Alves. Os fantoches gigantes podem ser interpretados como um grande apelo visual do grupo para assuntos sérios. “Criamos eles enormes pra realmente chamar atenção. Assim podemos usá-los para trabalhar com campanhas de conscientização, tratar de assuntos importantes de forma descontraída”, revela Márcio Cândido, referindo-se a especialidade do grupo.

A trupe acrescenta que os bonecos estarão disponíveis para trabalhos com publicidade. “Eles podem ser desmontados, o que facilita o transporte”, frisa o artista Moacir Barini.  O grupo ainda agradece o apoio da Fundação Cultural pelo espaço cedido para a criação dos bonecos.

Trupe se apresenta para 15 mil estudantes

Até o final do mês de novembro, o grupo de humor “É Nóis Cinco” vai encerrar um ciclo de 42 apresentações que misturam humor, teatro e conta com a participação dos bonecos gigantes. São espetáculos destinados a estudantes da rede municipal de ensino. “É um trabalho de conscientização ambiental em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, inclusive até o cenário do espetáculo é feito de materiais recicláveis”, relata o artista Márcio Cândido.

A trupe tem muita experiência em trabalhos envolvendo temas como DST/Aids, alcoolismo, ergonomia, atendimento ao cliente, motivação, direção defensiva, qualidade de vida e relações familiares. O grupo também oferece oficinas de materiais recicláveis, pintura em azulejo e decoração.

“É Nóis Cinco” surgiu há três anos

O Grupo humorístico “É Nóis Cinco” surgiu em Paranavaí há três anos, e desde então já levou ao público cinco peças autorais: “É Nóis de Férias”, “É Nóis trabalhando”, “É Nóis de Férias, Trabalhando e Estudando”, “Nóis é Show” e “É Nóis Cinco Ponto Com”. Agora o grupo se prepara para estrear o espetáculo “Talentos” em que vão interpretar personagens famosos. “Vamos nos apresentar nos dias 20 e 21 de novembro no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa. Vai ser muito legal”, garante o artista Moacir Barini.

A marca registrada do grupo é a capacidade em transformar o improviso em arte.  As apresentações da trupe são tão imprevisíveis que os próprios artistas surpreendem uns aos outros. Segundo o “É Nóis Cinco”, errar também faz parte do show porque aproxima mais o público do espetáculo. Em suma, a trupe é composta por artistas que trabalham por prazer e que valorizam a liberdade criativa de cada um.

Saiba mais

Os integrantes do grupo de humor “É Nóis Cinco” já excursionaram por muitas cidades do Paraná, além de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Serviço

Interessados podem entrar em contato com o grupo por meio da Educa Assessoria. O telefone é (44) 3045-4510. Para mais informações, basta acessar o site http://www.enois5.com