Archive for December, 2016
Brian Greene: “Vegetarianos são pessoas dispostas a sacrificar os próprios prazeres em busca do que acreditam que seja certo”
Brian Greene, considerado um gênio da física, parou de consumir carne aos nove anos
Especialista da teoria das cordas e professor da Universidade de Columbia, em Nova York, além de chairman e cofundador do World Science Festival, aos nove anos o estadunidense Brian Greene, considerado um gênio da física, já era capaz de multiplicar números de 30 dígitos em sua cabeça. Com a mesma idade, decidiu tornar-se vegetariano quando soube que as costelas preparadas por sua mãe eram provenientes de um animal.
“Fiquei horrorizado e declarei que nunca mais comeria carne novamente. E nunca mais comi. Mais tarde, me tornei vegano. Visitei um santuário de animais em Nova York e aprendi muito sobre a indústria de laticínios, e foi tão perturbador que percebi que eu não poderia continuar dando suporte a isso. Em dias, desisti completamente dos derivados de leite”, declarou na “Interview with Brian Greene”, publicada pelo Supreme Master Ching Hai News em 2011.
Questionado sobre o motivo pelo qual tantos gênios tornaram-se vegetarianos, respondeu que levando em conta sua “limitada experiência”, ele acredita que vegetarianos desafiam o status quo, a ordem atual das coisas. “São pessoas dispostas a sacrificar os seus próprios prazeres em busca do que acreditam que seja certo. Essas mesmas qualidades frequentemente são necessárias para conquistarmos grandes avanços nas artes e nas ciências”, pondera.
Sobre o fato de haver cientistas que não são vegetarianos, Greene declara que, assim como a maioria das pessoas, há cientistas que não se questionam sobre a prática de comer carne, já que ela sempre esteve ao alcance deles. “Muitas dessas pessoas se preocupam com os animais e o meio ambiente, alguns até profundamente. Mas por alguma razão, força do hábito, normas culturais, resistência às mudanças, há uma substancial desconexão em relação a esses sentimentos, o que acaba não se traduzindo em mudanças comportamentais”, avalia.
Brian Greene é hoje um dos físicos em maior evidência no mundo da ciência. Ele defende a teoria das cordas como uma teoria realmente unificada, com condições de descrever tudo que diz respeito ao universo físico. Por isso, ela também é considerada uma possível teoria de tudo.
Referência
http://www.godsdirectcontact.org/eng/news/160/vg5.htm
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Tolstói: “Sentia desejos de visitar os matadouros, para assegurar-me por mim mesmo da essência do problema de que se fala quando se trata do vegetarianismo”
No ensaio “O primeiro Passo“, o escritor russo Liev Tolstói, autor de clássicos como “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”, fala de sua simpatia pelo vegetarianismo enquanto uma filosofia de vida de viés moral. Inclusive narra algumas histórias que o motivaram a tornar-se vegetariano.
Na obra, ele conta que decidiu visitar Tula, ao sul de Moscou, quando falaram-lhe que os matadouros da localidade, seguindo o exemplo das grandes cidades, colocaram em prática um novo sistema, em que os animais sofriam o mínimo possível antes de serem mortos.
À época, o que o motivou a entender como funciona a indústria da exploração animal foi o livro “Ethics of Diet“, do britânico Howard Williams, publicado em 1883.
“Sentia desejos de visitar os matadouros, para assegurar-me por mim mesmo da essência do problema de que se fala quando se trata do vegetarianismo; mas me ocorria algo parecido a o que se nota quando se sabe que se vai experimentar um sofrimento agudo que ninguém pode impedir. Adiava sempre minha visita.
Mas recentemente encontrei no caminho um abatedor que ia a Tula. Era um trabalhador pouco hábil e sua tarefa consistia em amarrar os animais. Perguntei-lhe se não lhe davam pena os bovinos.
— O que obteria com isso? De qualquer forma, tenho que matá-los.
Mas quando lhe disse que não é necessário comer carne, a qual constitui um alimento de luxo, concordou comigo que verdadeiramente era de sentir.
— Mas o que fazer? É preciso ganhar a vida. Antes, temia matar: meu pai não matou jamais nem uma galinha.
De fato, à maioria dos russos lhes repugna matar, sentem piedade, e expressam tal sentimento pela palavra “temor”. Ele também temia, mas deixou de temer, e me explicou que a sexta-feira era o dia de mais trabalho.
Tive recentemente uma conversa com um soldado, açougueiro, que também se admirou ao dizer-lhe eu que era uma lástima matar. Contestou-me que é um costume necessário; mas finalmente, concordou que dá pena, e acrescentou:
— Sobretudo quando o boi se encontra resignado e manso, quando vai ao abate com toda confiança. Sim, inspira muita piedade.
É horrível! Horríveis são, de fato, não os sofrimentos e a morte dos bovinos, mas o fato de que o homem, sem nenhuma necessidade, cale seu sentimento elevado de simpatia por seres vivos como ele, e seja cruel vencendo sua repugnância. Quão profunda é no coração do homem a proibição de matar a um ser vivo!”
“O primeiro Passo” foi escrito originalmente em 1892.
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Van Gogh: “Desde que visitei os matadouros do sul da França, parei de comer carne”
No Livro “The Letters of Vincent Van Gogh”, o pesquisador e historiador de arte Ronald de Leeuw, ex-diretor do Museu Van Gogh, apresenta fatos pouco conhecidos sobre a vida do neerlandês Vincent Van Gogh, expoente do pós-impressionismo e considerado um dos maiores pintores de todos os tempos.
Entre as revelações, estão citações de cartas que Vincent enviou ao irmão caçula Theodorus. “Desde que visitei os matadouros do sul da França, parei de comer carne”, confidenciou Van Gogh.
Em 2000, o escritor e crítico Steven G. Kellman publicou no Volume 69, número 4, da revista American Scholar, um artigo intitulado “Fish, Flesh and Foul”, relatando que a experiência foi tão traumatizante para o pintor que ele decidiu adotar o vegetarianismo, o que vai ao encontro do que foi publicado em 1990 na página 55 do livro “Vincent Van Gogh: A Life”.
Na obra, o autor Philip Callow narra que em 1877, no período em que o pintor esteve em Dordrecht, na Holanda do Sul, Vincent Van Gogh nunca consumia carne ou molho de carne, embora não haja informações precisas sobre até que ponto ou até quando ele se manteve vegetariano.
Colega de quarto de Van Gogh em Dordrecht, PC Görlitz registrou em correspondência enviada ao psiquiatra e escritor Frederik van Eeden, que o ajudaria a preparar um artigo sobre a vida de Vincent, publicado em 1º de dezembro de 1890, que em uma tarde, enquanto estavam diante da mesa, três deles se alimentaram com o apetite de lobos famintos:
“Não ele [Van Gogh]. Ele não comeria carne. […] Quatro batatas com uma suspeita de molho e um bocado de legumes constituiu todo o seu jantar. Diante de nossa insistência de que um jantar saudável depende de carne, ele respondeu:
‘Para um ser humano, a vida física deve ser um detalhe miserável; comida vegetal é o suficiente, todo o resto é luxo.’” Declarações como esta endossam que se Van Gogh não era realmente vegetariano, ele foi pelo menos um simpatizante ou defensor do vegetarianismo. Mais informações sobre o estilo de vida de Van Gogh podem ser encontradas também no livro “Van Gogh, Gauguin and the Impressionist Circle”, de Mark W. Roskill, publicado pela New York Graphic Society em 1961.
Saiba Mais
Vincent Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853 em Zunderst, nos Países Baixos, e faleceu em 29 de julho de 1890 em Auvers-sur-Oise, na França.
Algumas de suas obras mais importantes são: “Os Comedores de Batatas”, de 1885; “Quarto em Arles”, de 1888; “Doze Girassóis Numa Jarra”, de 1889; “Auto-Retratos, de 1886 a 1890; “Noite Estrelada”, de 1889; e “Retrato do Dr. Gachet”, de 1890.
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Ray Cappo: “Recebi um chamado para me tornar vegetariano”
“Sempre me interessei pela espiritualidade e pela busca da verdade. Recebi um chamado para me tornar vegetariano. Então comecei a me empenhar em oferecer ao mundo o que tenho de melhor.
Sou muito cuidadoso em relação ao que como e sempre me questionei se isso afetaria ou não outros seres.” Uma vez, Cappo fez uma declaração pública sobre o seu estilo de vida como vegetariano e isso se tornou parte do estilo de vida straight edge.
Citações de The Raw Interviews with Ray Cappo part IV (NYHC 1980 -1990), concedida ao fanzine Double Cross em março de 2015.
Ray Cappo é um dos fundadores do krishnacore, um subgênero nascido da fusão da cultura punk com o movimento Hare Krishna. Ele é mais conhecido como vocalista e compositor das bandas Shelter, Youth of Today e Better Than a Thousand. No cenário punk/hardcore dos Estados Unidos, Cappo foi uma das figuras centrais na divulgação do veganismo.
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Por que não somos carnívoros?
Em seu livro “The 80/10/10/ Diet”, o escritor Douglas N. Graham explica por que não somos carnívoros
Em 2006, o escritor estadunidense Douglas N. Graham publicou a primeira edição do livro “The 80/10/10 Diet”, lançado no Brasil com o título “A Dieta 80/10/10: Balanceando sua saúde, seu peso e sua vida, a cada doce mordida”. Em um dos capítulos, ele apresenta argumentos que explicam por que é um grande engano muitas pessoas acreditarem que são carnívoras. Para endossar seu posicionamento, Graham, ex-atleta e defensor do crudivorismo, discorre sobre características que vão desde as fórmulas dentárias à tolerância à gordura:
Fórmulas dentárias: Há um sistema chamado de “fórmula dentária” para descrever a disposição dos dentes em cada quadrante da mandíbula da boca de um animal. Isso se refere ao número de incisivos, caninos e molares em cada um dos quatro quadrantes. Começando do centro e movendo-se para fora, nossa fórmula é a da maioria dos antropoides – 2/1/5. A fórmula dentária carnívora é 3/1/5 a 8.
Dentes: Os molares de um carnívoro são pontudos e afiados. Os nossos são primariamente retos, para triturar os alimentos. Nossos dentes caninos não espelham nenhuma semelhança com verdadeiras presas. Nem temos uma boca cheia deles, como um verdadeiro carnívoro tem.
Tamanho do fígado: Carnívoros têm fígados maiores proporcionalmente ao seu tamanho corporal comparados aos humanos.
Andar: Nós temos duas mãos e pés e andamos eretos. Todos os carnívoros têm quatro patas e fazem sua locomoção usando as quatro.
Língua: Apenas os verdadeiros animais carnívoros têm línguas grossas (ásperas). Todas as outras criaturas têm línguas suaves.
Garras: Nossa falta de garras para rasgar a pele e a carne torna esta tarefa extremamente difícil. Possuímos unhas retas e muito mais fracas ao invés das garras.
Polegares Opostos: Nossos polegares opostos nos fazem extremamente equipados para coletar uma refeição de frutas em questão de poucos segundos. A maioria das pessoas faz o processo sem esforço algum. Tudo o que temos a fazer é pegar. As garras dos carnívoros permitem que eles peguem nas suas presas em questões de segundos também. Não podemos pegar ou rasgar a pele ou carne de um veado ou de um urso, mais do que um leão poderia pegar mangas ou bananas.
Nascimento: Humanos dão à luz a uma criança de cada vez. Carnívoros normalmente dão à luz a ninhadas.
Formação do Cólon: Nossos cólons enrolados são bem diferentes em formação se comparado aos suaves cólons dos animais carnívoros.
Glândulas mamárias: as tetas múltiplas no abdômen dos carnívoros não coincidem com o par de glândulas mamárias no peito dos humanos.
Trato intestinal: nossos tratos intestinais medem aproximadamente doze vezes o comprimento de nossos torsos (em torno de nove metros). Isso permite a absorção de açucares e outros nutrientes que provêm da água das frutas. Em oposição, o trato digestivo dos carnívoros é apenas três vezes o comprimento do seu torso. Isso é necessário para evitar o apodrecimento e decomposição da carne dentro do animal. O carnívoro depende de secreções altamente ácidas para facilitar a rápida digestão e absorção em seu tubo bem curto. Ainda assim, a putrefação de proteínas e as gorduras rançosas são evidentes em suas fezes.
Tolerância a micróbios: A maioria dos carnívoros pode digerir micróbios que seriam mortais para os humanos, tais como os que causam botulismo.
Sono: Humanos passam em média dois terços de cada ciclo de 24 horas acordados. Carnívoros tipicamente dormem e descansam de 18 a 20 horas por dia e algumas vezes mais.
Perspiração: Humanos suam através dos poros pelo corpo inteiro. Carnívoros suam através das suas línguas apenas.
Visão: Nosso sentido da visão responde a todo o espectro de cores, tornando assim possível nossa distinção entre frutas maduras e não maduras à distância. Carnívoros tipicamente não veem todos os aspectos de cores.
Tamanho da refeição: Frutas são do tamanho certo da nossa necessidade alimentícia. Cabem na nossa mão. Uma porção de fruta é o suficiente para uma refeição, não causando desperdício. Carnívoros normalmente comem o animal inteiro quando eles o matam.
Bebendo: Se precisamos beber água, podemos sugar com nossos lábios, mas não podemos empurrá-la para dentro. As línguas dos carnívoros são protuberantes para fora a fim de poderem jogá-la para dentro, quando precisam beber.
Placenta: Temos uma placenta em forma de disco, enquanto os carnívoros têm uma placenta zonária.
Vitamina C: Carnívoros produzem a sua própria vitamina C, enquanto para nós a vitamina C é um nutriente essencial que precisamos obter por meio da nossa própria comida.
Movimento da mandíbula: Nossa habilidade de moer nossos alimentos é exclusiva dos herbívoros. Carnívoros não possuem o movimento lateral de suas mandíbulas.
Tolerância à gordura: Nós não conseguimos lidar com mais do que pequenas quantidades de gordura também. Carnívoros prosperam em uma dieta hiperlipídica.
Saliva e pH da urina: Todas as criaturas que se alimentam de vegetais (incluindo humanos saudáveis) mantêm a saliva e a urina alcalina a maior parte do tempo. A saliva e a urina dos animais carnívoros, entretanto, é ácida.
PH da dieta: Carnívoros prosperam em uma dieta de alimentos acidificantes, enquanto tal dieta para humanos seria mortal, abrindo o caminho para uma grande variedade de doenças. Nossos alimentos prediletos são alcalinizantes.
PH ácido do estômago: O nível do pH dos ácidos clorídricos que os humanos produzem no estômago geralmente varia entre 3 a 4 vezes ou mais, mas pode chegar a 2 (0 = mais ácido, 7 = neutro, 14 = mais alcalino). O nível do ácido estomacal de gatos e outros carnívoros pode chegar a 1, mas normalmente fica em 2. Por causa da escala do pH ser logarítmica, isso significa que o ácido estomacal de um carnívoro pode ser 10 vezes mais forte do que o de um humano e pode chegar a ser 100 vezes ou até mesmo 1000 vezes mais forte.
Uricase: Carnívoros verdadeiros secretam uma enzima chamada uricase para metabolizar o ácido úrico da carne. Não secretamos essa substância e precisamos neutralizar esse forte ácido com nossos minerais alcalinos, primeiramente o cálcio. O resultado deste cálcio forma pedras nos rins e é um dos muitos patogênicos do consumo de carne, nesse caso criando ou contribuindo para a gota, artrite, reumatismo e bursite.
Enzimas digestivas: Nossas enzimas digestivas são feitas para facilitar principalmente a digestão de alimentos vegetais. Produzimos a amilase pancreática – também conhecida como “amilase salivar” – para iniciar a digestão de frutas. Animais comedores de carne não produzem esta enzima e tem níveis de enzimas digestivas completamente diferentes das nossas.
Metabolismo do açúcar: A glucose e a frutose nas frutas abastecem nossas células sem forçar nosso pâncreas (a não ser que comêssemos uma dieta hiperlipídica). Carnívoros não lidam com açucares facilmente. Eles são propensos a diabetes, se comerem uma dieta predominante de frutas.
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O vegetarianismo na vida de John Coltrane
“Dick Bock me contou que John tinha abandonado a carne para se tornar vegetariano”
No final dos anos 1950, John Coltrane, um dos maiores compositores e saxofonistas de jazz da história, passou por uma conversão espiritual e também se tornou vegetariano. Sobre o assunto, o famoso compositor indiano Ravi Shankar escreveu em seu livro “Raga Mala”, publicado em 1997, que John Coltrane era muito diferente de seus contemporâneos:
“Tão limpo, com boas maneiras e humilde. Seis meses antes, ele havia se livrado das drogas e da bebida.” Coltrane foi influenciado pelo compositor de jazz Sun Ra, que o motivou a mudar de vida, aderir ao vegetarianismo e ouvir as composições de Ravi Shankar.
Em seu site oficial, Shankar escreveu que conheceu muitos compositores de jazz, e que a maioria deles tinha algum tipo de vício, mas John Coltrane era uma pessoa diferente. “Dick Bock [Richard Bock, da Pacific Jazz Records] havia me contado que John tinha abandonado a carne para se tornar vegetariano, e estava lendo os livros de Shri Ramakrishna e praticando ioga.”
Nicholas L. Baham III, professor da Universidade Estadual da Califórnia e autor do livro “The Coltrane Church: apostles of Sound, Agents of Social Justice”, escreveu que quando Coltrane se tornou vegetariano, o vegetarianismo se tornou parte dele e de suas crenças, o que refletiu muito bem em sua música. Àquela altura, o compositor também já se posicionava como pacifista.
“A Love Supreme”, lançado em 1965, e considerado um dos maiores discos da história do jazz, manifesta a sua grande transformação de viés espiritual. “Coltrane sentiu que nós temos que fazer um esforço consciente para efetuar mudanças positivas no mundo, e sua música é um instrumento para a criação de padrões de pensamentos positivos na mente das pessoas”, de acordo com o site johncoltrane.com.
Embora tenha sentido os efeitos positivos da filosofia de vida adotada no final dos anos 1950, John Coltrane faleceu precocemente aos 40 anos, vítima de um câncer de fígado. A doença surgiu em decorrência do abuso de álcool e heroína até o início da década de 1950.
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A poesia existencial de uma senhora de 84 anos
Hoje, assisti um pequeno vídeo sobre uma senhora de 84 anos que nunca saiu do vilarejo onde nasceu. Ela transmite alegria, o que pode ser transitória ou não, satisfação e simplicidade, mas mais do que isso – equilíbrio, lucidez e harmonia.
Acredito que ela ama a vida porque encontrou a si mesma há muito tempo, e desde então não se deixou se perder. Achei bonito e poético, porque há tantas pessoas perdidas, que incessantemente buscam a si mesmas em lugares longínquos, num esforço sobressaltado para encontrar o que reside dentro delas.
Joe Duplantier: “Nós podemos ser saudáveis e felizes sem explorar os animais”
O guitarrista e vocalista Joe Duplantier e seu irmão, o baterista Mario Duplantier, fundadores da banda de metal francês Gojira, cresceram na pequena cidade de Ondres, no sudoeste francês, um lugar de belas paisagens naturais, com um privilegiado panorama do oceano. Essa relação com a natureza, cultivada desde cedo, fez com que Joe começasse a se preocupar com o meio ambiente.
No entanto, foi só mais tarde que ele percebeu que a melhor forma de contribuir seria começando a mudar os próprios hábitos alimentares. “O melhor conselho que posso dar para quem quer ajudar o meio ambiente é abandonar a carne e os laticínios. Não quero falar muito sobre isso porque as pessoas ficam irritadas, mas ao mesmo tempo eu sei que quero falar sobre isso. Então o primeiro passo é se manter informado”, disse Joe Duplantier em entrevista concedida ao Culture Creature Podcast em 14 de julho de 2016 no Saint Vitus Bar, pouco antes do show do Gojira no mesmo local, no Brooklyn, em Nova York.
Ele recomenda que as pessoas realizem pesquisas na internet, leiam livros, assistam documentários e vejam o que realmente acontece. “De acordo com muitas pessoas, uma alimentação baseada em carne é a causa número um da destruição do meio ambiente”, declarou. Apreensivo em relação ao futuro, Duplantier já escreveu muitas músicas que falam sobre a importância do meio ambiente e a tendência humana de destruir o que deve ser preservado. Um grande exemplo é o álbum “From Mars to Sirius”, lançado em 2005. No geral, algumas composições facilmente lembradas são “Vacuity”, “Flying Whales”, “Global Warming”, “World to Come”, “A Sight to Behold”, “Embrace the World”, “Ocean Planet” e “Toxic Garbage Island”.
Em entrevista ao Metalist Magazine, de Israel, em 5 de julho de 2013, Duplantier declarou que amava carne, mas que o melhor e mais justo caminho era seguir em direção oposta. “Parece um pouco louco quando penso que estamos comendo animais quando poderíamos simplesmente consumir plantas, sementes e feijões, sabe? Podemos ser mais saudáveis e felizes sem explorar os animais. O tratamento que damos a eles é completamente insano”, lamentou.
Para se ter uma ideia do engajamento do Gojira em questões envolvendo o meio ambiente, a banda é parceira da Sea Shepherd Conservation Society, organização sem fins lucrativos que trabalha em prol da preservação da vida marinha, principalmente baleias, golfinhos e tubarões. Em países onde a Sea Shepherd é atuante, os shows do Gojira contam com um estande da organização para distribuição de material para os fãs da banda.
Saiba Mais
Fundada em 1996, e considerada hoje a maior banda de metal da França, Gojira, que sempre fez questão fugir de uma proposta musical mais ortodoxa, surpreende pela criatividade e versatilidade ao enveredar por vários subgêneros do heavy metal, como technical death metal, progressive metal, thrash metal e posthrash metal. Entre as temáticas da banda, outra constante é a espiritualidade.
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Carcass: “Não sinto necessidade de comer meu gato, então por que eu comeria uma vaca?”
Em entrevista ao portal estadunidense “Mourning the Ancient”, e repercutida no artigo “Did You Know These Heavy Metal Rockers Were Powered by Plants?”, publicado pela organização One Green Planet em 22 de dezembro de 2014, o vocalista e baixista Jeff Walker, da banda britânica de metal extremo Carcass foi questionado se os membros da banda eram realmente vegetarianos. Ao responder que sim, ele foi interpelado: “Você poderia nos explicar suas crenças sobre esse assunto?”
“Não tenho nenhuma crença sobre esse assunto. Não como carne há mais de 15 anos. Particularmente, não sinto necessidade de comer meu gato, então por que eu comeria uma vaca?”
Em abril de 2015, a revista australiana Collide & Art Culture entrevistou o guitarrista Bill Steer, cofundador do Carcass. Quando perguntaram a ele se o veganismo ainda era importante em sua vida, ele respondeu:
“Sim, mas agora de uma forma mais pessoal. […] Faz muito tempo desde a última vez que comi carne, e não creio que eu tenha mais estômago para isso. É realmente uma coisa muito pessoal. E creio que para o Jeff [Walker] também. Mas quando ele veio com aquelas letras [se referindo às músicas ‘Unfit for Human Consumption’ e ‘Captive Bolt Pistol’], ele mostrou que ainda é um cara ligado aos direitos animais. Então é um conjunto de letras muito legais [falando do álbum ‘Surgical Steel‘], porque é uma reunião do Jeff de agora com o Jeff do passado.”
Em 2013, a banda britânica Carcass, pioneira dos gêneros grindcore e death metal melódico, lançou o álbum “Surgical Steel”, em que aborda os direitos animais. Em “Captive Bolt Pistol”, eles fazem referência à invenção do alemão Hugo Heiss, que em 1903 criou a pistola usada para atordoar os animais antes do abate.
Referências
http://www.mourningtheancient.com/carcass.htm
Did You Know These Heavy Metal Rockers Were Powered by Plants?
http://www.collideartandculture.com/single-post/2015/04/08/Interview-Bill-Steer-of-Carcass
Bryan Erickson: “Me tornei vegetariano por questões morais”
“Me tornei vegetariano por questões morais. Além disso, eu não poderia comer carne novamente depois que fiz a associação entre a morte e as horríveis condições da comida. É tão macabro.
Não quero carne podre no meu corpo, fazendo com que eu envelheça mais rápido, me proporcionando doenças degenerativas. Uma vez que liguei todos os pontos entre a saúde e o mal que envolve a produção de carne, eu nunca mais quis sentir seu gosto novamente.
Me tornei vegetariano aos 18 anos, e hoje tenho mais de 40. Não sinto como se estivesse perdendo nada de bom. As melhores comidas que comi até hoje são totalmente veganas.”
Excertos das entrevistas concedidas pelo multi-instrumentista vegano Bryan Erickson, compositor e mentor da Velvet Acid Christ, uma das maiores bandas da subcultura gótica dos Estados Unidos, ao Sonic-Bloom, baseado em Portland, no Oregon, em setembro de 1997, e ao Geisterwelt Nights, da Grécia, em junho de 2013.
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