Archive for July, 2017
O vegetarianismo na vida de Attila Csihar
O vocalista e compositor húngaro Attila Csihar, que se tornou famoso como vocalista da banda de black metal Mayhem, não cansa de surpreender quem não o conhece. Levando em conta o seu perfil performático, sombrio e chocante durante suas apresentações, as pessoas rendidas aos clichês dificilmente imaginam que ele seja vegetariano. Sim, Attila Csihar se tornou vegetariano nos anos 1990.
Em entrevista à Revolver Magazine, ele contou que ficou enojado quando encontrou cabeças e pedaços de suínos no palco em seu primeiro show com o Mayhem. “Fiquei terrivelmente apavorado. Foi algo como: “Porra, não sei se quero fazer parte disso”, relatou.
Csihar explicou mais tarde que com o tempo entendeu que as carcaças de animais sobre o palco refletem a sociedade, a gula humana e a sua relação com os animais, o que pode parecer horrível ou reprovável para muita gente, mas para ele isso apenas reforça um fato cotidiano.
O vocalista e compositor concorda que embora estejamos imersos em uma sociedade acostumada a se alimentar de animais, a maioria rejeita a possibilidade de ter que confrontar uma realidade mais próxima de um matadouro do que de um açougue, onde os pedaços são fatiados e embalados de forma a despersonalizar o que a morte de animais realmente representa.
Antes de tocar no Mayhem, com quem gravou três álbuns entre os anos de 1994 e 2014, Attila Csihar fez parte da banda de black metal Tormentor, fundada em 1984, e que gravou o primeiro álbum “Anno Domini” em 1988. Ele ingressou na banda norueguesa em 1994, após a morte do fundador e guitarrista Oystein Aarseth, mais conhecido como Euronymous, assassinado em 10 de agosto de 1993.
Além do seu projeto Plasma Pool e da sua carreira solo, Csihar também teve passagens por bandas como Aborym, Limbonic Art, Korog, Anaal Nathrakg, Keep of Kalessin, Emperor, Sear Bliss, Sunn O))), Astarte, Ulver, Taake, Burial Chamber Trio e Grave Temple, entre outras. Ele também é conhecido por suas máscaras peculiares, como as criadas pelo egípcio Nader Sadek, que já assinou a direção de efeitos visuais dos shows do Mayhem e de seus projetos.
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Attila Csihar nasceu em Budapeste, na Hungria, em 29 de março de 1971.
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Para o escritor Pat Condell, dizer que alguns vegetarianos comem peixe é como dizer que alguns budistas adoram Alá
Pat Condell se tornou vegetariano em 1978 depois de testemunhar o abate de um cervo
O escritor e comediante irlandês Pat Condell se tornou vegetariano em 1978, quando testemunhou um cervo sendo abatido. Desde então, não quis mais saber de comer nada de origem animal. “Foi uma das melhores coisas que fiz”, admite.
Em seu site, ele conta de forma bem-humorada que não entende porque todos os seres humanos não são vegetarianos. “Nós nos tornamos nossas crenças e as vestimos como se fossem roupas, e é fácil imaginar que tudo é como deve ser até você confrontar a realidade”, ponderou.
Condell já passou por muitas situações inusitadas e desconfortáveis por ser vegetariano. Ele se recorda de uma vez em que foi até um restaurante e percebeu que não havia nada para vegetarianos, a não ser uma simples salada. “Ah, vamos lá! Certamente você pode ter um frango. Tem um cérebro tão pequeno que é praticamente um vegetal”, respondeu o garçom.
Sobre experiências em consultórios médicos, o escritor também não tem recordações muito boas. Segundo Pat Condell, se você contar ao seu médico [que reprova o vegetarianismo] que você é vegetariano, você pode ouvi-lo mentalmente o reprovando. “É como dizer a um padre que você se converteu ao islã”, ironizou.
O escritor afirma que raramente vai ao médico, já que dificilmente fica doente. Ele não sabe se isso tem relação com o fato de ser vegetariano, mas logo emenda: “Acho que tem sim. Posso ficar anos sem pegar um resfriado, e sempre me sinto muito bem. Hurra! para mim e passe-me os brotos de feijão”, enfatizou em tom bem-humorado.
Depois de tanto perguntarem sobre o motivo que o levou para o vegetarianismo, um dia Pat Condell decidiu dar uma resposta imprevisível. Questionado pela médica se ele é vegetariano pela saúde ou por razões morais, ele respondeu: “ Nenhuma! Faço isso apenas para irritar as pessoas.”
Outra questão que sempre o incomodou é o fato de encontrar pessoas sempre insistindo para que ele coma peixe, ovos e queijo:
— Você come peixe?
— Não.
— Alguns vegetarianos comem.
— Isso é como dizer que alguns budistas adoram Alá.
— E sobre ovos?
— Não.
— Queijo?
— Sinto muito.
— Não é um pouco extremo?
Pat Condell usa esses exemplos, que ele apresenta de forma cômica, para mostrar como há tantas pessoas, inclusive bem instruídas, que até hoje não sabem como é a alimentação de um vegetariano, e, segundo ele, muitas vezes por desinteresse.
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Pat Condell nasceu em Dublin, na Irlanda, em 23 de novembro de 1949.
Em 2010 e 2012, ele publicou os livros “Godless and Free” e “Freedom is My Religion”.
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“Fat, Sick & Nearly Dead”, um documentário em que vidas são transformadas pela alimentação vegetariana
Se você tem dificuldade de perder peso ou algum problema sério de saúde, recomendo que assista “Fat, Sick & Nearly Dead”, do australiano Joe Cross, na Netflix. O documentário conta a história de homens obesos que perderam dezenas de quilos simplesmente fazendo refeições líquidas à base de vegetais e frutas. São transformações incríveis e acompanhadas por profissionais da área de saúde. Eles conseguiram se livrar não apenas de graves doenças, mas também de todos os medicamentos que consumiram por anos e anos. Vale a pena. É uma baita lição.
Google lança vídeo denunciando o papel da pecuária no desmatamento da Amazônia
Este mês, o Google lançou um vídeo em seu canal no YouTube intitulado “Eu Sou Mudança – Consumo Consciente”. O trabalho bastante objetivo, que não chega a um minuto e meio de duração, denuncia, de maneira bem simples e didática, como a pecuária tem contribuído com o desmatamento na Amazônia. Ao final, enfatiza que “o desmatamento pode estar no prato de quem consome carne”, relacionando esse hábito com o impacto ambiental.
De acordo com o vídeo, na Amazônia, mais de 750 mil quilômetros quadrados de floresta foram destruídos, dois terços foram transformados em pasto, o equivalente ao tamanho da Espanha. Tudo começa assim, uma pequena estrada de terra é aberta na floresta, por onde entram madeireiros interessados no corte das árvores com maior valor comercial. Quando acabam de cortar, e deixam a área, chega o fazendeiro de gado pela mesma estrada, corta todas as árvores remanescentes e bota fogo em tudo para fazer pasto.
Aí o gado se espalha, em uma imensidão de território só ocupado por ele. Segundo informações do filme, a pecuária extensiva ainda é a maior responsável pela derrubada de floresta na Amazônia brasileira. É um ciclo vicioso. Após a derrubada da floresta, o pasto se degrada rapidamente, exigindo assim novas aberturas na floresta.
O vídeo diz também que 38% de toda a carne produzida no Brasil vem da Amazônia. Somos o maior exportador de carne do mundo. “Não seria exagero dizer que o desmatamento pode estar no seu prato. Até agora já são 20% de toda a Amazônia que se foi. Todo esse pasto, e pensar que era tudo floresta”, termina.
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“Por que você acha que as pessoas consomem alimentos de origem animal?”
— Por que você acha que as pessoas consomem alimentos de origem animal, mesmo quando reconhecem que estão se alimentando de animais mortos?
— Eu vejo três aspectos importantes para entender um pouco essa questão. O primeiro é um fator historicamente cultural, ou seja, o distanciamento da ideia de que um animal não é um produto. E claramente isso foi reforçado a partir da Revolução Industrial no século 18, se estendendo em proporções aberrantes até os dias atuais. É até interessante tocar nesse ponto porque o vegetarianismo, ou melhor, o vegetarianismo ético, começou a ser formatado nos moldes atuais exatamente nesse período, o que pode ter sido inclusive uma reação a um novo nível de banalização da vida.
Mas voltando à questão, vejo que antigamente não era incomum os criadores terem algum tipo de vínculo ou afinidade com os animais. Na realidade, no Brasil, por exemplo, isso era muito comum até os anos 1970, pelo menos no interior do país. Sei disso porque parte da minha família veio do meio rural. Mas essa afinidade, mesmo quando culminava ou culmina na morte do animal reduzido a produto, era e é limitada, limitada por uma crença de que se você ver inúmeras semelhanças entre você e um animal, você não é capaz de matá-lo. Talvez de mandar que alguém o mate, dependendo dos níveis de conexão e desconexão.
Ainda assim, eu diria que pode ser bem difícil você atentar contra a vida de um animal depois de reconhecer, talvez até mesmo por identificação, que ele é um ser de direitos com necessidades que pareçam similares às humanas, embora não signifique que sejam. Digo isso porque devemos considerar que cada animal tem a sua própria complexidade enquanto ser vivo. Sobre a desconexão, um exemplo que posso citar baseado em uma realidade histórica regional é que se evitava dar nomes aos animais, principalmente nomes humanos. Também não era recomendado manter contato diário que fosse além do essencial, como alimentá-los. E aqui eu falo da realidade dos pequenos criadores. Porque nas médias e grandes propriedades já havia claramente toda uma estrutura que permitia um distanciamento muito maior.
Afinal, dependendo da quantidade de animais concentrados em uma área, é mais fácil não encará-los como “sujeitos de uma vida”, termo cunhado pelo filósofo Tom Regan. Não tenho dúvida de que para que a morte dos animais continue sendo perpetuada, é preciso que a desconexão seja predominante, e muitas vezes essa desconexão é baseada na ideia de que o animal está cumprindo o seu papel, que é servir como comida, logo há quem encare isso como um ato de nobreza, mesmo que mascarado por uma falsa premissa. Sem essa desconexão, se você se permitir entender o quanto a vida de um animal é importante para ele, assim como a sua é para você, as chances de você matá-lo ou comê-lo diminuem consideravelmente. Qualquer pessoa que experimenta não apenas o entendimento, mas a sensibilidade do que é a vida não humana, tem grandes chances de não querer mais tomar parte nessa desnecessária exploração animal.
O segundo aspecto que considero relevante é a dissimulação da informação. Conheço muitas pessoas de grande sensibilidade, mas que estão imersas no fator cultural da legitimação da exploração animal. Mas sei, baseado no que vejo, que muitos desses irão abdicar disso no futuro. Porém, ainda não o fizeram porque têm dúvidas, inclusive medo, sobre as consequências dessa decisão. Ainda assim, não tenho a menor dúvida de que aos poucos isso vai melhorando, conforme mais e mais informações forem compartilhadas, e os mitos derrubados. Acredito que a única ferramenta para reverter isso é a conscientização, que naturalmente varia de acordo com o emissor e seu nível de informação. Temos inclusive literatura voltada para a educação vegana, o respeito aos animais para além do especismo.
É perceptível o receio das pessoas em tornarem-se vegetarianas ou veganas, um temor que desde o princípio do século 20 é alimentado por muita propaganda que existe não exatamente para garantir o bem-estar da população, mas para manter o status quo das grandes indústrias que atuam no ramo da exploração animal. E qual é o maior exemplo da eficácia dessa propaganda? Quando se tornam parte do ensino. Ou seja, invadem escolas e universidades como vemos há muito tempo. O que as instituições de ensino repercutem, quando ajudam a reforçar a falsa necessidade da exploração animal, é uma versão supostamente educativa da publicidade e da propaganda que ganhou muita força no século 20. Compare a propaganda com a educação nesse aspecto da objetificação. Basicamente é a mesma coisa, o que muda é apenas a linguagem. Afinal, se houvesse uma forte crença do quanto é desnecessário consumir, por exemplo, carne, leite, ovos, o que as grandes indústrias fariam? Elas não teriam como se sustentar no mercado, porque elas dependem de uma aprovação massiva, que poderia sair de controle com uma perda acentuada de consumidores.
Não tenho dúvida de que no entendimento da indústria da exploração animal, é preciso bombardear a população com informações diárias e constantes sobre a importância do consumo de alimentos de origem animal, o que obviamente é uma falsa necessidade, já que vegetarianos e veganos saudáveis são a prova disso. Sem propaganda, a indústria da exploração animal não seria o que é. E ela tem a seu favor o fato de que ainda podemos encontrar muita, muita gente mesmo, que nunca viu um porco vivo à curta distância, assim como um boi ou qualquer outro animal reduzido a produto, o que dificulta o processo de empatia e reconhecimento de direitos não humanos. Isso é mais comum do que podemos imaginar. E facilita bastante a dissociação entre vida, morte e comida.
É fácil encontrar pessoas no mercado que não sabem a origem do presunto, quero dizer, de qual animal esse suposto alimento é proveniente. Isso mostra o quão imersos estamos em uma realidade preocupante, em que muitas vezes as pessoas não se importam, de fato, com o que consomem e as implicações disso, seja para outros seres ou até mesmo para nós. E por que isso acontece? Porque eles acreditam cegamente na indústria. Não há realmente um questionamento contundente. Quando ele existe, se volta mais para a “qualidade do produto”, não para o que ele realmente é.
O terceiro aspecto é o paladar, que também está relacionado com o aspecto cultural e a dissimulação da informação. As agências de publicidade conseguem despertar um anseio no espectador ao trabalhar imagens positivas, repletas de cores associadas ao prazer da alimentação baseada na exploração animal – o que podemos interpretar como um efeito sinestésico. Além disso, sempre apresentam animais como seres felizes e caricatos ao darem sua vida para alimentar seres humanos, se enquadrando no que costumo chamar de “dissimulação estética”. E qual animal seria feliz em morrer para alimentar alguém? Obviamente, nenhum, já que isso não acontece nem mesmo na savana, imagine então no contexto da indústria de carnes, laticínios e ovos, onde muitos animais são condicionados à exploração intensiva, privados de uma vida livre da má intervenção humana.
É preciso considerar também que o paladar é um prazer sensorial que há muito tempo dita alguns hábitos da humanidade. Como lidar com o paladar quando falamos de exploração animal? Bom, o paladar só pode ser associado ao prazer se entendermos que o que estamos consumindo é plenamente satisfatório, sem levantar muitas dúvidas e questionamentos que coloquem esse hábito em xeque a ponto de propor uma real mudança. E não há como algo ser satisfatório se a sua mente trabalha contra isso. Portanto, isso explica por que vegetarianos e veganos muitas vezes têm esse prazer anulado ou neutralizado.
Até porque torna-se impossível não ver os animais que deram vida àqueles “produtos” nas vitrines dos açougues e nas seções de frios, por exemplo. Claro que nem todos são assim. Há quem sinta falta de alguns produtos de origem animal. No entanto, com o passar do tempo esse anseio vai desaparecendo cada vez mais, quem sabe, até se extinguir completamente. Ainda assim, é importante reconhecer que substituir o prazer da gustação, seja motivado por compaixão ou razão, é uma demonstração de que o paladar está abaixo de valores mais importantes como a valorização da vida não humana. Afinal, você associa produtos de origem animal com exploração, privação, sofrimento e morte.
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Sobre a linguiça suína
2,5 bilhões de pintinhos são mortos por ano
Prática comum – Pintinhos sendo moídos porque são descartáveis para a indústria de ovos. Também não interessam à indústria de carne porque não têm a mesma genética dos animais criados com essa finalidade. Por ano, 2,5 bilhões de pintinhos são mortos dessa forma ou por meio de dióxido de carbono, de acordo com dados da organização alemã Deutscher Tierschutzbund.
Mesmo que não existisse aquecimento global, que direito teríamos de destruir outras espécies e o seu habitat?
Uma pessoa pode não acreditar em aquecimento global, mas está aí um fato interessante divulgado pela FAO e pela One Green Planet, e jamais contestado por qualquer órgão ou pela indústria alimentícia – 70% das plantações do mundo são destinadas para alimentar animais de criação que serão comidos por seres humanos. Não pense em aquecimento global, mas somente no absurdo da situação. Isso deveria ser aceitável?
Mesmo que não existisse aquecimento global, que direito teríamos de destruir outras espécies e o seu habitat? Vamos supor que nossa interferência no meio ambiente não resultasse em grande impacto para a vida humana, ainda assim isso seria justo? Explorar, destruir e matar simplesmente para o nosso próprio benefício. Onde existe coerência nisso?
Os outros animais também têm o direito de viver. Falar das consequências para a humanidade é sempre uma forma de apelar ao que nos toca, nos atinge, mas não deveria ser assim, porque isso sempre nos coloca em uma posição de protagonismo. As pessoas deveriam entender que outras vidas e outros espaços existem, e que deveriam ser intocados independente de qualquer coisa, e não simplesmente porque isso também nos afeta.
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Um médico demonizar a alimentação vegetariana é um atestado de pedantismo e desinformação
Um médico demonizar a alimentação vegetariana, alegando que não podemos ser saudáveis sem o consumo de proteína animal, é um atestado de pedantismo e desinformação. Ademais, um médico para falar mal da nutrição vegetariana deve pelo menos estudar a respeito. Mas a verdade é que se ele estudasse, provavelmente não falaria mal.
Vegetarianos existem desde sempre, e vão continuar nascendo, se desenvolvendo, criando filhos, etc. Se a alimentação sem ingredientes de origem animal não fosse boa, teríamos notícias frequentes de morte de vegetarianos e veganos, mas sabemos que não é bem isso o que acontece. Basta comparar quantas pessoas morrem em decorrência de doenças relacionadas ao consumo de proteína animal e quantas morrem em decorrência de doenças relacionadas ao consumo de proteína de origem vegetal. A lógica é simples.
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“Você come muitos vegetais, então a sua comida é cheia de agrotóxicos”
— Você come muitos vegetais, então a sua comida é cheia de agrotóxicos, logo você tem mais chances de morrer do que eu.
— Será? Quantas pessoas você conhece que adoeceram pelo consumo excessivo de proteína animal? E agora me diga quantas ficaram doentes em consequência do consumo “excessivo” de vegetais? Pesticidas, herbicidas e fungicidas são um problema, não nego, e precisamos discutir a respeito. Mas você já considerou o fato de que a carne que você consome é proveniente de um animal que também se alimentou de agrotóxicos? A indústria precisa apenas garantir que esses animais sejam alimentados para que um objetivo seja alcançado, que é a produção de carne. Mas ela não tem obrigação nenhuma de não alimentá-los com alimentos que receberam aplicação de agrotóxicos, entre outros químicos, por exemplo. Até porque eles vão morrer de qualquer forma para depois irem para o seu prato. Pense nisso. Será que sou eu que estou consumindo mais agrotóxicos ou você? Há outro ponto a se considerar. A carne que você consome passa por um sistema fitossanitário que não garante uma higienização de 100%, o que significa que não se pode descartar sempre o risco de algum tipo de contaminação antes da carne chegar à sua mesa. Normalmente, o que a fiscalização vai avaliar é se isso pode ser nocivo ou não para o consumidor. E nesse contexto há variáveis e níveis considerados aceitáveis de contaminação.
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