Archive for the ‘Saúde’ Category
Por que é importante que veganos sejam saudáveis
Quando uma pessoa é vegana e não se importa em ser saudável, assim que ela for diagnosticada com algum problema de saúde as pessoas dirão que isso aconteceu porque ela é vegana. Não sou a favor de radicalismos na alimentação, nunca fui, mas sou totalmente a favor das pessoas se cuidarem. Afinal, se um vegano estiver doente, como ele terá condições de lutar por algo?
Um dos meus objetivos é exatamente esse. Mostrar que não existe nada de errado em ser vegano, muito pelo contrário, e que isso só traz coisas boas para a nossa vida e para a vida de outros seres vivos. Com saúde, tenho muito mais condições de fazer algo pelos outros. Gosto da ideia de que a minha aparência seja um reflexo saudável daquilo em que acredito. Sou da opinião de que não posso contribuir com o meu definhamento precoce, porque isso significaria me distanciar de lutar por tudo aquilo em que acredito.
McDia Feliz 2017 pela cura do câncer infantojuvenil é como a JBS criando uma megacampanha contra o desmatamento
McDia Feliz 2017 pela cura do câncer infantojuvenil é como a JBS criando uma megacampanha contra o desmatamento; a Coca-Cola comercializando refrigerante e prometendo reverter uma parcela dos lucros para o Instituto da Criança com Diabetes. Ou a Nestlé, a Kraft e a Hershey Company fazendo propaganda contra o trabalho escravo.
75% da população mundial sofre de alguma disfunção no processo de digestão de laticínios
De acordo com o Comitê Médico para Medicina Responsável dos Estados Unidos (PCRM), 75% da população mundial sofre de alguma disfunção no processo de digestão de laticínios. Ou seja, alactasia (não possui enzimas lactase), diminuição enzimática secundária ou diminuição gradativa de lactase. O que significa que esse é o percentual de pessoas do mundo todo que têm dificuldade de digerir corretamente e naturalmente, logo sem o uso de enzimas artificiais, o leite e outros produtos baseados em laticínios.
Para mais informações, acesse o site do Physicians Committee for Responsible Medicine.
Por que não precisamos e não devemos consumir leite
Walter Willett: “Seres humanos não têm nenhuma necessidade de consumir leite de origem animal”
Leite é um alimento produzido por mamíferos para alimentar seus bebês. Realmente seres humanos dependem do leite, mas somente até o momento em que seu sistema digestivo se adapte a uma alimentação sólida. Nesse período, não é necessário mais do que o leite materno. Depois que passam a se alimentar de sólidos, os animais não têm necessidade de consumir leite. Porém, como esse consumo há muito tempo se tornou um hábito, e muitas vezes mais associado ao paladar do que à saúde, muitas pessoas não veem motivo para parar.
Quando você não consome leite, não é raro alguém em estranhar e perguntar quais são suas fontes de cálcio, vitamina D, riboflavina e outros nutrientes. Isso é uma reação cultural, porque vivemos imersos em uma realidade onde o consumo de laticínios é tão apregoado como essencial que é difícil para tanta gente assimilar o fato de que não precisamos de leite para obter esses nutrientes.
A verdade é que há muitas opções saudáveis para se obter, por exemplo, o cálcio. Podemos citar couve, acelga, chicória, espinafre, mostarda, folha de brócolis, rúcula, agrião, alface, salsa, aveia, feijão-branco, brócolis, laranja, gergelim, linhaça, lentilha, agrião, batata-doce, amêndoas, beterraba e mamão, entre outras frutas, verduras, oleaginosas, sementes e grãos. Além disso, banana e laranja são melhores fontes de potássio do que o leite, caso alguém o apresente como importante fonte desse micronutriente. Como fontes de fósforo, também há alimentos mais saudáveis – como aveia, feijão, sementes de abóbora, e amendoim. Ou seja, tudo isso endossa o fato de que o leite não é essencial.
É importante considerar que para o cálcio chegar aos ossos, é necessário manter uma boa ingestão de vitamina C, vitamina K, vitamina D3, potássio e magnésio. Em síntese, uma boa combinação de vegetais supre facilmente essa necessidade, segundo a médica e pesquisadora Rosane Oliveira, professora do Departamento de Saúde Pública da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia. Fato que também merece atenção é que o excesso de cálcio consumido a partir do leite pode contribuir para a baixa absorção de ferro. Isso se aplica também à caseína e à proteína do soro do leite. Outro problema é que o excesso de sódio, proteína animal, álcool e cafeína favorecem o roubo de cálcio dos ossos.
Rosane Oliveira observou que quando consumimos 415 miligramas de cálcio por dia, nossos intestinos se tornam mais eficientes na absorção do cálcio. Assim, nossos rins são preservados por mais tempo. Caso o excesso de cálcio não seja eliminado do nosso organismo, ele é depositado no coração, rins, músculos e pele, nos tornando vulneráveis às doenças; e isso pode ser desencadeado pelo consumo de leite.
“Uma dieta rica em proteína animal tem uma alta taxa de excreção de cálcio, o que significa que você é forçado a consumir mais cálcio para compensar essa excreção. Ao seguir uma dieta baseada em vegetais, que também é baixa em sódio e cafeína, as taxas de excreção de cálcio diminuem. Sendo assim, a ingestão de cálcio baseada em plantas pode ser muito menor”, escreveu Rosane, que é doutora em nutrição, no artigo “Getting clarity about calcium”, publicado em maio de 2015 no site Forks Over Knives.
É importante entender também que, assim como o ferro, o magnésio e o cobre, o cálcio é um mineral que pode ser encontrado no solo, onde é absorvido pelas raízes das plantas. Isso significa que os animais, por exemplo o gado, obtêm cálcio consumindo essas plantas ricas em cálcio. Mesmo que tenhamos sido condicionados a crer que o cálcio provém naturalmente do leite e de seus derivados, isso não é verdade, já que os animais são fontes intermediárias. Ou seja, as fontes originais de cálcio são as plantas.
De acordo com o médico e pesquisador estadunidense Neal Barnard, fundador do Comitê Para a Medicina Responsável (PCRM), não há motivo para que os seres humanos consumam leite de vaca. “Há muitas razões para evitá-lo. […] Um elevado risco de incidência de câncer de próstata e mortalidade tem sido associado ao consumo de leite e pode desencadear câncer de ovário. Cálcio é um nutriente necessário, mas podemos facilmente obter o suficiente a partir de alimentos vegetais. Em vez de prejudicar nossa saúde com o leite de vaca, esses alimentos vegetais fortalecem o nosso sistema imunológico e nos ajudam a evitar graves doenças”, escreveu no artigo “Cow’s milk is unnecessary and even harmful”, publicado em janeiro de 2013.
Os Estados Unidos são um dos maiores consumidores de laticínios do mundo, e ainda assim um dos países com maiores índices de fraturas de ossos. Ou seja, o consumo de leite não garante que ninguém sofra de problemas ósseos. Por outro lado, fraturas ósseas são menos comuns em países que não têm uma cultura de alto consumo de laticínios. Nos Estados Unidos, de acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), osteoporose e diminuição da massa óssea atingem 44 milhões homens e mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. No Brasil, onde o consumo per capita é de 156 litros por ano, 10 milhões de pessoas, aproximadamente uma pessoa a cada 17, tem osteoporose.
O estudo “Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies”, publicado pelo British Medical Journal em outubro de 2014, mostrou que pessoas que consumiram grandes quantidades de cálcio através do leite não tiveram redução em fraturas ósseas nem evitaram osteoporose. Na verdade, aqueles que consumiram altas quantidades de cálcio (mais de 1,1 mil miligramas por dia) apresentaram os maiores índices de fraturas de quadril e osteoporose em comparação a quem consumiu bem menos cálcio.
As pesquisas foram realizadas com mais de 61 mil mulheres e mais de 45 mil homens suecos ao longo de mais de 20 anos. A conclusão foi a de que não há nenhum benefício em consumir mais do que 700 miligramas de cálcio por dia para a saúde óssea. Também é importante ponderar que as populações do Norte da Europa são consideradas as que melhor se adaptaram ao consumo de laticínios no decorrer da história da humanidade.
Porém, o que reforça a defesa de que o leite não é um alimento realmente tão benéfico mesmo para a saúde dessas populações, que aparentemente têm menos dificuldade em digeri-lo, é o fato de que, no decorrer da pesquisa, mais de 17 mil mulheres suecas e mais de 5 mil homens que consumiam leite diariamente tiveram graves problemas de fraturas ósseas. Além disso, das pessoas que participaram da pesquisa, mais de 15 mil mulheres e mais de 10 mil homens já falecidos tiveram suas mortes associadas ao consumo de laticínios.
“Seres humanos não têm nenhuma necessidade de consumir leite de origem animal, uma evolutiva e recente adição à dieta”, escreveu Walter Willett e David Ludwig, do Boston Children’s Hospital, no artigo “Three Daily Servings of Reduced-Fat Milk – An Evidence-Based Recommendation?”, publicado no jornal JAMA Pediatrics em setembro de 2013, que refuta a necessidade de seres humanos consumirem leite e ainda aponta as consequências do excesso de laticínios.
Willett, que é médico e tem doutorado em saúde pública, é professor de nutrição e epidemiologia da Harvard T.H. Chan School of Public Health, professor de medicina da Harvard Medical School e chairman do Departamento de Nutrição da Universidade Harvard. Por suas contribuições à área da nutrição, o jornal The Boston Globe afirmou que, considerando a importância do seu trabalho, ele é um dos nutricionistas mais influentes do mundo na atualidade.
Walter Willett também publicou um estudo em que relacionou o consumo de carne, principalmente a processada, ao risco de morte precoce, levando em conta a facilidade com que a gordura trans é capaz de obstruir artérias. Também respeitado e prestigiado, David Ludwig, o co-autor da pesquisa sobre laticínios, trabalha em um dos maiores e mais bem-sucedidos projetos de tratamento de crianças obesas dos Estados Unidos, realizado no Boston Children’s Hospital.
No periódico JAMA Pediatrics, Walter Willett e seus colegas da Universidade Harvard revelaram os resultados de uma pesquisa com 96 mil homens e mulheres ao longo de décadas. Intitulado “Milk consumption during teenage years and risk of hip fractures in older adults”, o estudo divulgado em janeiro de 2014 mostrou que o alto consumo de leite na adolescência não ajuda a prevenir fraturas quando as pessoas ficam mais velhas. “O alto consumo de lácteos também tem sido associado a um risco aumentado de câncer no final da vida, incluindo câncer de mama e câncer colorretal”, alertou.
Após as evidências dos estudos sobre o consumo de leite, Willett e Ludwig criticaram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Academia Americana de Pediatria por incentivarem o consumo de três xícaras de leite por dia. Eles reprovaram inclusive o consumo de leite desnatado. David Ludwig destacou que o fato do leite conter baixo teor de gordura não faz dele um alimento a ser recomendado como parte da dieta alimentar padrão.
“Seguimos a recomendação de beber leite por tanto tempo que poucos de nós param para considerar o quanto é pouco natural o consumo de leite”, enfatizou Joe Keon, doutor em nutrição e autor do livro “Whitewash”, no artigo “Do You Need Milk?”, de Catherine Guthrie, publicado na revista de saúde Experience Life em abril de 2014.
Michael Greger: “Leite é um alimento saudável para bezerros”
Para o médico Michael Greger, especialista em nutrição e fundador do site NutritionFacts.org, leite é um alimento saudável para bezerros, para filhotes de vaca. “Por que o leite é associado com o aumento de risco de câncer de próstata? Leite é um coquetel de hormônios do crescimento que faz com que um pequeno animal bovino ganhe algumas centenas de quilos em poucos meses. Então ele é desenvolvido como um alimento para o crescimento rápido, o que é ótimo se você é um bezerro, mas se você é um humano adulto esse excesso de hormônios do crescimento não é uma coisa boa”, declarou em entrevista registrada no documentário “Food Choices”, lançado em 2016 por Michal Siewierski.
Conforme informações do artigo “Hormones in Dairy Foods and Their Impact on Public Health – A Narrative Review Article”, publicado pelo Iranian Journal of Public Health e pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos em junho de 2015, os hormônios esteroides são compostos muito potentes em alimentos lácteos, e exercem profundos efeitos biológicos em animais e humanos. “A maioria dos conhecimentos anteriores sobre os esteroides está de acordo com suas concentrações fisiológicas, e às vezes supra-fisiológicas de esteroides, mas recentemente descobriu-se que esses compostos, mesmo em doses muito baixas, podem ter efeitos biológicos significativos. Deve ser dada atenção especial aos efeitos, que podem ocorrer durante determinados momentos sensíveis, como períodos perinatais e puberais”, ressalta a pesquisa.
No artigo “As doenças relacionadas ao consumo de leite de vaca”, publicado pela Food Med em 5 de agosto de 2015, a autora Pamela Blumer explica que, no final dos anos 1980, e visando o aumento da produção de leite, a multinacional Monsanto desenvolveu o hormônio somatropina bovina recombinante: “Nos adultos, isso pode promover o crescimento anormal das células e levar a alguns tipos de câncer, como de mama e gastrointestinal.” Para reforçar essa afirmação, ela cita o estudo sueco “Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies”, mencionado anteriormente.
Outro ponto agravante, segundo Pamela Blumer, é que o uso de somatropina bovina recombinante causa sofrimento aos animais, já que tem como efeitos colaterais febre, falta de apetite, desenvolvimento anormal de membros, mastite (inflamação das glândulas mamárias), distúrbios reprodutivos, entre outras doenças que podem levar o animal à morte.
Leite de vaca traz pus em sua composição
Uma informação pouco divulgada também é que o leite de vaca, principalmente o industrializado, traz células somáticas, conhecidas como pus, em sua composição. Isso é uma consequência de inflamações e doenças que atingem o gado leiteiro, como a mastite. No Brasil, a oferta de leite com pus é regulamentada pelo governo por meio da Instrução Normativa nº51, de 2002, que permite que cada mililitro de leite contenha até 600 mil células somáticas (pus). Ou seja, os consumidores estão sempre sujeitos a consumirem secreções decorrentes de infecções bacterianas extracelulares. Enfim, algo proveniente do mal-estar ou de alguma doença que atinge esses animais.
“Descrevo laticínios como carne líquida. Basicamente, como a carne vermelha, tem alto teor de gordura, colesterol e nada de fibras. Na verdade, pode ser pior do que a carne vermelha. A caseína que usam para dar liga no queijo é cheia de química. E são químicos tão viciantes que se assemelham à heroína [nesse aspecto], pois não temos quatro estômagos como os bezerros [para metabolizá-la corretamente]. E infelizmente o leite está em tudo”, lamentou a escritora de literatura wellness Karyn Calabrese em registro no documentário “Food Choices”, de 2016.
De acordo com a doutora em nutrição Pamela A. Popper, fundadora do Fórum Wellness, uma das coisas mais difíceis para as pessoas abandonarem são os laticínios, e exatamente porque estabelecem uma nociva relação de dependência com esses alimentos. “Tomar controle da sua saúde é olhar para as informações e fazer escolhas conscientes”, comentou.
O médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”, John McDougall e o bioquímico e doutor em nutrição T. Colin Campbell, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos e publicou o best-seller “The China Study” em 2005, defendem há muito tempo que existe um mito sobre a necessidade do consumo de leite, e esse tipo de consciência é o que motiva a indústria de laticínios. Afinal, se as pessoas não acreditarem que o consumo de leite é benéfico, elas deixarão de comprá-lo.
Saiba Mais
No estudo “Comparison of Nutritional Quality of the Vegan, Vegetarian, Semi-Vegetarian, Pesco-Vegetarian and Omnivorous Diet”, publicado em 2014 na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, foi avaliada a densidade mineral óssea de veganos e onívoros. Os resultados surpreenderam porque mostraram que mesmo veganos com uma ingestão bastante reduzida de cálcio e proteína apresentaram um bom nível de densidade óssea.
De acordo com o Comitê para Medicina Responsável dos Estados Unidos (PCRM), 75% da população mundial sofre de alguma disfunção no processo de digestão de laticínios. Ou seja, alactasia (não possui enzimas lactase), diminuição enzimática secundária ou diminuição gradativa de lactase. O que significa que esse é o percentual de pessoas do mundo todo que têm dificuldade de digerir corretamente e naturalmente, logo sem o uso de enzimas artificiais, o leite e outros produtos baseados em laticínios.
Referências
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3967195/
http://thekindlife.com/blog/2013/01/why-milk-is-harmful-by-dr-neal-barnard/
http://www.bmj.com/content/349/bmj.g6015
http://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/article-abstract/1704826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24247817
https://experiencelife.com/article/do-you-need-milk/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4524299/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-09352008000100003
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3967195/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2006000100021
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982007000200010
http://www.scielo.br/pdf/cab/v17n4/1809-6891-cab-17-04-0534.pdf
https://www.statista.com/statistics/263955/consumption-of-milk-worldwide-since-2001/
http://www.pcrm.org/health/diets/vegdiets/what-is-lactose-intolerance
Food Choices, Michal Siewierski (2016).
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“Fat, Sick & Nearly Dead”, um documentário em que vidas são transformadas pela alimentação vegetariana
Se você tem dificuldade de perder peso ou algum problema sério de saúde, recomendo que assista “Fat, Sick & Nearly Dead”, do australiano Joe Cross, na Netflix. O documentário conta a história de homens obesos que perderam dezenas de quilos simplesmente fazendo refeições líquidas à base de vegetais e frutas. São transformações incríveis e acompanhadas por profissionais da área de saúde. Eles conseguiram se livrar não apenas de graves doenças, mas também de todos os medicamentos que consumiram por anos e anos. Vale a pena. É uma baita lição.
Os perigos das dietas que demonizam os carboidratos e incentivam o alto consumo de proteínas de origem animal
Sobre as dietas de perda de peso, as pessoas usam duas abordagens que não funcionam a longo prazo. Então é claro que elas dizem que dietas não funcionam. Uma abordagem é tentar ficar sem comer e sentir fome o tempo todo. Essas são dietas de porções controladas, dietas típicas que as pessoas seguem. Não funciona porque você sente fome o tempo todo, e não se pode tolerar esse tipo de dor.
As alternativas são as dietas “torne-se um doente”. E essas são as dietas de alta proteína de origem animal, alta gordura e baixo carboidrato. Nos últimos anos surgiram muitas dietas afirmando que comer pouco carboidrato e muita proteína animal ajuda a perder peso. Tudo orquestrado por campanhas publicitárias multimilionárias e pelo endosso de celebridades [que lucram com isso]. Como resultado, a maioria das pessoas hoje associa carboidrato a ganho de peso.
Dietas com pouco carboidrato deixam você doente [um exemplo é a baixa na imunidade]. Como resultado, todo o seu corpo fica doente, [com riscos de] doenças arteriais e danos nos rins, no fígado e assim por diante. Elas aumentam a mortalidade. Isso já foi mostrado inúmeras vezes nos grandes estudos. Mas elas também o deixam doente de forma que faz você perder o apetite. A pessoa diz: “Finalmente encontre a solução!” E então você entra em cetose e perde o apetite. Como resultado, pode se sustentar sem pensar em comida o tempo todo. Porque você está doente. Essas dietas são perigosas, e as pessoas não deveriam segui-las.
Em 1973, Rob Atkins publicou seu primeiro livro no qual ele argumentava que o problema não era com a gordura, o problema não era com a proteína. Segundo ele, o problema era que consumíamos carboidratos demais. E ele defendeu este argumento. E depois, muitas outras pessoas escreveram a mesma coisa. A Dieta de South Beach é apenas uma cópia, na maior parte, da Dieta Atkins.
A Dieta das Zonas é uma cópia, e a Dieta do Tipo Sanguíneo, em muitos aspectos, também é uma cópia. Calorias Boas, Calorias Ruins, de Gary Taubes, a mesma coisa. Até mesmo Michael Pollan, devo dizer, o Dilema do Onívoro, é uma cópia. E a Dieta Paleo, tão popular hoje em dia, é só uma cópia.
São erros e fraudes em dietas comerciais com nomes diferentes, e podem cuspir diferentes argumentos sobre o porquê de aquilo estar certo, mas estão todos errados. Isso é escrito por pessoas, devo dizer, que não têm experiência nesse campo de pesquisa nutricional, e ponto. A maioria nunca publicou um artigo sequer na literatura científica.
Bem, como você sabe, as maiores mentiras do mundo são aquelas que têm um fundo de verdade. Todos sabemos disso. É uma grande tática. É verdade, concordo que devemos cortar os carboidratos, mas os carboidratos simples. Isso está fora do contexto geral. Você sabe, açúcar, farinha branca. Isso faz sentido. Neste caso, tem um fundo de verdade. Mas eles nem sempre destacam isso. Apenas dizem: low carb, low carb, low carb.
Todos querem ouvir boas notícias sobre seus maus hábitos. Então quando você diz às pessoas que elas podem comer quanta lagosta quiserem, podem comer bife com ovos, alguns incluem laticínios, outros não. Isso soa agradável para as pessoas porque parece menos restritivo. Algumas das pessoas que estão falando sobre dietas com poucos carboidratos não têm habilidades para avaliar informações científicas. Escute, esqueça o que você gosta ou não gosta. Pense no seu objetivo.
John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”.
T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.
Pamela A. Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.
Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.
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Um corpo bonito nem sempre significa saúde
Outra coisa que a indústria da propaganda conseguiu incutir na mente das pessoas – a ideia de que um corpo bonito sempre significa saúde. Não, um corpo bonito nem sempre significa saúde, ainda mais em uma sociedade onde há pessoas que fazem de tudo para serem esteticamente “perfeitas”. Claro que há pessoas com corpos bonitos que são muito saudáveis e exemplares. Mas é importante ter em mente que também há muitas pessoas com um belo físico vendendo um estilo de vida saudável que na realidade não condiz com o que vivem. Transformar o corpo em um laboratório é uma opção pessoal, mas isso se torna um problema quando essa realidade é velada para ajudar a alimentar uma indústria desonesta que vende mentiras e ilusões.
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Leite é um alimento saudável para bezerros, para filhotes de vaca
Leite é um alimento saudável para bezerros, para filhotes de vaca. Leite é para bebês, literalmente. Somos a única espécie que [conscientemente] toma leite de outra espécie, e também a única espécie que [conscientemente] toma leite depois de virar adulto. Por que o leite é associado com o aumento de risco de câncer de próstata? Bem, o que é o leite? Leite é um coquetel de hormônios do crescimento que fazem com que um pequeno animal bovino, suscetível de ser caçado na savana africana, ganhe algumas centenas de quilos em poucos meses, porque ele não quer ser comido por um leão. Então ele é desenvolvido como um alimento para o crescimento rápido, o que é ótimo se você é um bezerro, mas se você é um humano adulto esse excesso de hormônios do crescimento não é uma coisa boa.
Uma das coisas mais difíceis para as pessoas largarem são os laticínios, e às vezes são muito resistentes. Uma coisa que sempre digo às pessoas é: Bem, por que não olhe as evidências e decida por você mesmo? Porque eu sempre disse que controlar a sua saúde não é fazer o que eu digo em vez de fazer o que os outros dizem. Tomar controle da sua saúde é olhar para as informações e fazer escolhas conscientes sobre o que você quer fazer.
Descrevo laticínios como carne líquida. Basicamente como carne vermelha: alto teor de gordura, colesterol e nada de fibras. Na verdade, pode ser pior do que a carne vermelha. A caseína que usam para dar liga no queijo é cheia de química. E são químicos tão viciantes que se assemelham à heroína [nesse aspecto], pois não temos quatro estômagos como os bezerros [para metabolizá-la corretamente]. E infelizmente o leite está em tudo. Eles colocam secreções de vaca, sei que há outros nomes para isso, como laticínio, manteiga, sorvete, queijo. Mas realmente isso não é nada além de leite de amamentação tirado de uma vaca.
O único motivo pelo qual as pessoas acham que precisamos de cálcio extra é porque há duas décadas cientistas elevaram a quantidade de cálcio que precisamos ingerir. Isso foi influenciado pela indústria de laticínios. O que eles realmente estão dizendo é: “Não estamos bebendo leite o suficiente.” Porque isso é o que a indústria de laticínios quer que falemos. Quando, na verdade, se você olhar para a relação entre quanto cálcio as pessoas consomem em diferentes sociedades, já que se relaciona, digamos, com a osteoporose, doença nos ossos, quanto maior a ingestão de cálcio, mais alto é o risco de osteoporose. Ninguém quer ouvir isso. Mas é isso que os dados reais mostram.
Michael Greger, médico especialista em nutrição e fundador da NutritionFacts.org
Pamela A. Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.
John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”.
Karyn Calabrese, chefe de cozinha e escritora de literatura wellness.
T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.
Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.
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Algumas verdades sobre o óleo de peixe e a indústria do ômega-3
Muitas dessas dietas de modinha se tornam uma indústria. Há muito dinheiro a se ganhar fazendo produtos que atendam a essas dietas. Estou convencida de que é o caso do ômega-3. Bem, é o seguinte: há dois ácidos graxos essenciais – ômega-3 e ômega-6. Todo o resto, seu corpo sintetiza. Os meios essenciais devem vir da comida. Então encontramos ácidos graxos ômega-3 em peixes, nozes, sementes de linhaça alguns tipos de soja; e encontramos ácidos graxos ômega-6 em animais da terra, frango, porco, carne vermelha e em óleos vegetais poli-insaturados.
Você pode ver qual é o nosso problema. Comemos muitos ácidos graxos ômega-6. Na verdade, a proporção de ácidos graxos ômega-3 e 6 eram entre um para um e um para quatro. Sabe qual é hoje? Entre 1 para 25 e 1 para 30. Isso levou as pessoas a dizerem: “Minha nossa! Isso está muito errado! O ômega-6 está aqui em cima e o ômega-3 lá embaixo. Talvez devêssemos tomar cápsulas de ômega-3 de óleo de peixe e encorajar o consumo de peixe. Assim voltaremos àquela proporção a que estávamos acostumados enquanto população. Bem, não há provas de que isso funcione. Neste trecho em específico se fala do ômega-3 proveniente do óleo de peixe, mas no geral se defende diminuir a ingestão do ômega-6 em vez de suplementar ômega-3. É porque pelo menos nos Estados Unidos o ômega-3 se tornou praticamente sinônimo de óleo de peixe. Na verdade, em qualquer lugar, pouco se fala de ômega-3 de outra origem.
Na verdade, uma grande metanálise que verificou 89 estudos mostrou que não faz a menor diferença para a saúde. Mas, além disso, não seria melhor reduzir a quantidade de ômega-6 da dieta? Pare de comer todos esses animais e pare de consumir tanto óleo que a proporção voltará ao normal. Não vamos complementar com ômega-3. Vamos abaixar o ômega-6 e terminaremos onde precisamos estar. Não há dinheiro envolvido na redução do consumo de ômega-6. Mas há muito dinheiro nas vendas de cápsulas de ômega-3 para as pessoas, e para fazê-las comerem peixe.
Temos boas evidências agora de que quanto maior o consumo de ômega-3, maior o risco de diabetes do tipo 2. Há provas de que o índice de câncer aumenta também [além disso, há o fato de muitas espécies de peixe estarem contaminadas com mercúrio]. O ômega-3 faz exatamente o oposto do que as pessoas acham.
Antes havia dados sugerindo que poderia ser benéfico, mas agora a preponderância de provas é de que óleo de peixe é inútil. Há uma indústria bilionária que basicamente vende às pessoas óleo de peixe e lucra com isso.
Pamela Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.
T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.
Michael Greger, médico especialista em nutrição e fundador da NutritionFacts.org
Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.
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“Muitos homens comem muita carne porque se sentem muito machos assim, certo? A verdade é que a longo prazo o efeito é o oposto”
Muitos caras que comem carne veem isso como um reflexo da sua masculinidade. Associam isso com ser forte e másculo. Muitos homens comem muita carne porque se sentem muito machos assim, certo? A verdade é que a longo prazo o efeito é o oposto.
Não é muito macho ter disfunção erétil [quando se chega a uma certa idade]. Estamos falando de fluxo sanguíneo. Até dizem isso em comerciais de Cialis e Viagra. Então se suas artérias estão entupidas pelo alto consumo de carne, laticínios e ovos, o que isso vai acontecer com o seu desempenho sexual? É uma ciência simples, cara.
É inquestionável que homens acham que têm que comer um monte de proteínas e que seguir uma dieta vegetariana não é algo muito masculino. Mas vou lhe dizer algo: o que realmente não é masculino é disfunção erétil. Se quer ser viril, se quer ter uma bela vida masculina, siga uma dieta vegetariana.
Há grandes evidências que mostram que a disfunção erétil é causada pela dieta em muitas circunstâncias. E o motivo é que se você tem doença arterial coronariana em uma parte do corpo, você a tem nele todo. A prova disso é que aqueles vasinhos minúsculos de sangue que levam ao pênis são os primeiros a serem afetados.
Nós nos referimos à disfunção erétil como o primeiro sinal de perigo. É o sinal de que alguma coisa está indo muito mal e que você precisa consertar [Não é à toa que pessoas com disfunção erétil podem morrer consumindo Viagra ou Cialis]. Nesse estágio, é muito mais fácil de tratar isso se você ainda não teve um infarto ou AVC.
T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.
John Joseph, músico, triatleta vegano e defensor da alimentação livre de produtos de origem animal.
Pamela Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.
Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski, lançado em 2008.
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