David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for June, 2018

Mais de 10 mil cães serão mortos até o final do Festival de Yulin

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Talvez o evento tivesse um potencial muito maior se fosse transformado em um festival só de lichias frescas e licores

Durante o festival, muitos animais são mortos aos olhos do público (Acervo: Munchies/Vice)

Começou ontem um dos eventos mais controversos da China – o Festival de Lichia e Carne de Cachorro. Este ano, a previsão é de que mais de 10 mil cães serão mortos para consumo. No ano passado, ativistas dos direitos animais conseguiram evitar a morte de mil animais. Com duração de dez dias, o festival que ocorre em Yulin, na província de Guangxi, oferece carne de cachorro, carne de gato, lichias frescas e licores.

O primeiro festival foi realizado em 2009, e surgiu a partir da crença de que comer carne de cachorro durante o verão chinês traz sorte e boa saúde. Há até mesmo uma crença de que afasta doenças e aumenta o desempenho sexual dos homens. O problema é que o custo disso é a morte violenta de milhares de cães, que de certo não gostariam de ter suas vidas precocemente usurpadas para atender interesses humanos não imprescindíveis, assim como fazemos com bois, vacas, porcos, frangos, galinhas, etc. Afinal, senciência é senciência, não é mesmo? E todos os animais que os seres humanos comem partilham dessa mesma capacidade.

Embora tenha se tornado tradicional, já tem alguns anos que o Festival de Lichia e Carne de Cachorro, mais conhecido internacionalmente como Festival de Yulin, conquistou má fama fora da China, inclusive por práticas nada ortodoxas de abate de animais. Não são poucos os cães e gatos servidos no festival que são abatidos aos olhos do público. Outro problema é que o festival incentiva o roubo de cães. Prova disso é que visitantes de passagem pelo festival já testemunharam que viram animais com coleira de identificação – cães que também foram mortos para consumo. No entanto, o que não pode ser desconsiderado é que o Festival de Yulin representa muito pouco quando analisamos o cenário nacional chinês.

Há uma estimativa de que até 20 milhões de cães são mortos por ano na China para serem reduzidos a pedaços de carne. E talvez a prática tenha alguma relação com a Revolução Cultural Chinesa iniciada em 1966, e idealizada por Mao Tsé-tung, que à época proibia que cães fossem criados como animais de estimação, impedindo o desenvolvimento de vínculos afetivos. Por outro lado, e felizmente, a China se tornou um país onde muitos não concordam nem com a realização do festival nem com o consumo de carne de cachorro. Uma prova disso é que há 62 milhões de cães e gatos domésticos registrados no país.

Mas se há tantas pessoas que não concordam com o festival, por que ele continua sendo realizado? Provavelmente porque muitos o reprovam, mas não o suficiente para deixarem suas casas e protestarem contra a matança de animais iguais aqueles que eles mantêm ao seu lado. Quem sabe, impere algo como o clichê: “O que os olhos não veem o coração não sente.” Sobre a possibilidade de se interromper o festival, o governo municipal de Yulin alega que não “há nada a ser feito porque o festival não existe como evento oficial”. Em síntese, o clássico “lava mãos”.

Talvez o Festival de Yulin, que hoje é um evento que ocorre em uma época auspiciosa, afinal, é isso que o verão também simboliza para os chineses, tivesse um potencial muito maior se fosse transformado em um festival só de lichias frescas e licores – o que provavelmente atrairia muito mais visitantes. Afinal, lichia e licor combinam muito mais com a fausta representatividade do verão, com sua luz e cores, do que o sangue derramado de criaturas que gostariam de viver.

Claro, não há como negar que a oposição ao festival tem o seu aspecto positivo, de conscientização em relação à coisificação de cães e gatos, mas talvez seja válido ir um pouquinho além, e estender essa mesma preocupação a outros animais que todos os dias matamos aos milhões mais para satisfazer os nossos paladares que sem muitas dificuldades poderiam ser reeducados.





Written by David Arioch

June 22nd, 2018 at 12:16 pm

Sobre a exploração animal, consumo de carne e fome mundial

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Fungo cultivado em laboratório pode substituir a carne na ração de cães e gatos

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Outro diferencial da startup é que as embalagens dos seus produtos são biodegradáveis (Foto: Divulgação)

Um estudo concluído esta semana pela startup Wild Earth, dos Estados Unidos, que investe no desenvolvimento de alimentos para cães e gatos, revela que fungos cultivados em laboratório podem oferecer até 45% de proteínas, superando os 24% provenientes do bife. Um exemplo é o fungo do tipo koji cultivado pela Wild Earth que, além do alto valor proteico e de fornecer dez aminoácidos essenciais, tem alta classificação em digestibilidade, favorecendo melhor absorção dos nutrientes por parte dos animais, segundo a startup.

“Esse é um marco importante que valida a criação de um produto seguro, saudável e nutritivo para transformar a indústria de alimentos para animais de estimação”, disse o CEO da Wild Earth, Ryan Bethencourt ao Veg News, acrescentando que a criação de novas opções de rações também é uma forma de ajudar a reduzir o impacto ambiental e a exploração animal. Até o início de 2019, a Wild Earth promete lançar no mercado novas opções de petiscos veganos e rações veganas a preços acessíveis. Outro diferencial da startup é que as embalagens dos seus produtos são biodegradáveis.

 





Written by David Arioch

June 21st, 2018 at 7:07 pm

Homem é condenado por matar cães e comercializar carne de cachorro na Coreia do Sul

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Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano (Foto: Manchul Kim/AP/Humane Society International)

Em decisão histórica na Coreia do Sul, um homem que criava e matava cães visando à comercialização de carne de cachorro foi condenado a pagar pouco mais de R$ 8,3 mil, segundo informações do Korea Times. O tribunal da cidade de Bucheon afirmou na semana passada que o consumo de carne não é uma razão legal para a matança de cães. A denúncia que deu origem ao processo foi feita pelo grupo de defesa dos direitos animais Care.

Na Coreia do Sul, onde o consumo de carne de cachorro ainda é comum, a decisão abre um precedente para a criminalização da prática em outras cidades e regiões do país. O grupo Care tem feito um trabalho de rastreamento de fazendas de criação de cães com essa finalidade, além de matadouros.

Por enquanto, os defensores dos direitos animais têm recorrido a leis de proteção animal e regulamentações sanitárias para fechar fazendas e matadouros. Na Coreia do Sul, principalmente os mais jovens reprovam a matança de cães e o consumo de carne. No ano passado, uma pesquisa revelou que 70% dos entrevistados afirmaram que não consomem carne de cachorro.

Vale lembrar também que no início deste mês, Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano.





Multimilionário vegano decide doar fortuna para ajudar a diminuir as mazelas no mundo

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Jim Greenbaum: “Não se envolver não é uma maneira moral de viver”

Greenbaum: “Há sofrimento acontecendo, se você está ciente disso e você pode fazer a diferença, você tem uma responsabilidade moral de fazê-la” (Imagem: Plant Based News)

Na semana passada, o multimilionário vegano Jim Greenbaum, que fez fortuna na área das telecomunicações, concedeu uma entrevista a Klaus Mitchell, fundador do Plant Based News. Na ocasião, ele revelou que vai doar a sua fortuna para ajudar a minimizar as mazelas no mundo. “Há sofrimento acontecendo, se você está ciente disso e você pode fazer a diferença, você tem uma responsabilidade moral de fazê-la”, justificou.

O multimilionário vegano fundou em 1991 a Greenbaum Foundation, uma instituição de caridade que contribui com projetos voltados aos direitos animais, direitos humanos e saúde. Desde que a instituição surgiu, Greenbaum já doou mais de 45 milhões de dólares do próprio bolso para ajudar iniciativas colocadas em prática nos Estados Unidos e também em outros países.

“Hoje em dia, ao contrário de anos atrás, seu alcance pode ser global. Você pode descobrir o que está acontecendo no outro lado do mundo, fazer com que alguém cheque isso e trabalhe no assunto por você. Não se envolver não é uma maneira moral de viver”, declarou.





Elephant Haven, o primeiro santuário europeu para elefantes deve ficar pronto em agosto

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“Esses elefantes tiveram uma vida inteira de sofrimento, sendo mantidos em cativeiro e forçados a enfrentar um treinamento cruel e intensivo” (Acervo: Proteção Animal Mundial)

A cada ano aumenta o número de países europeus contra o uso de animais em circos. Com isso, surge um dilema. Como garantir um lugar seguro para esses animais que não podem mais ser reintroduzidos na natureza depois de anos de abuso na indústria do entretenimento? Pensando nisso, organizações em defesa dos animais estão financiando a construção do Elephant Haven, o primeiro santuário europeu para elefantes.

Situado em uma área de 30 hectares na Nova Aquitânia, na França, o santuário deve ficar pronto em agosto. De acordo com o cofundador do Elephant Haven, Tony Verhulst, além de oferecer qualidade de vida aos elefantes, a segurança deles também é fundamental. Por isso, câmeras serão instaladas dentro e fora dos celeiros para garantir que os animais estejam recebendo todos os cuidados necessários.

“Os elefantes merecem um lugar feliz para viver o resto de suas vidas”, enfatiza Verhulst. Recentemente, a organização Proteção Animal Mundial fez uma doação de R$ 653 mil para o santuário. Após a inauguração, o local vai oferecer um horário específico para visitas, mas os visitantes só poderão observar os animais à distância.

O primeiro país europeu a banir o uso de animais em circos foi a Dinamarca após uma campanha endossada por mais de 50 mil defensores dos animais. O exemplo estimulou mais 14 países a trilharem o mesmo caminho. Atualmente a Proteção Animal Mundial estima que há mais de 100 elefantes sendo usados como entretenimento em países europeus que ainda não baniram a prática.

O Elephant Haven e seus parceiros têm dialogado em favor da libertação desses animais, principalmente considerando que há espaço para eles no santuário. “Esses elefantes tiveram uma vida inteira de sofrimento, sendo mantidos em cativeiro e forçados a enfrentar um treinamento cruel e intensivo”, lamenta o CEO da PAM, Steve McIvor.

 





Senadores canadenses votam a favor de projeto que proíbe a realização de testes em animais

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“Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética”

Após o resultado da votação, a diretora da Animal Alliance, Liz White, pediu que os membros da Casa dos Comuns também votem a favor do projeto (Foto: Reprodução)

Depois de 29 meses, um projeto de lei que proíbe a realização de testes em animais na indústria cosmética canadense está finalmente a caminho da Câmara dos Comuns, que equivale à Câmara dos Deputados no Brasil. A votação do projeto de lei S-214, também chamado de The Cruelty-Free Cosmetics Act, foi realizada ontem no Senado. Além do S-214, o projeto que proíbe que baleias e golfinhos sejam mantidos em cativeiros e o projeto que criminaliza a importação de barbatanas de tubarões também tiveram um resultado favorável.

O Senado demorou para discutir e votar a favor desses projetos. No entanto, ontem tudo transcorreu de forma bem rápida e positiva, segundo o senador Yuen Paul Woo, do Grupo de Senadores Independentes. Diversos parlamentares favoráveis aos direitos animais explicaram aos repórteres em Ottawa que caso eles adiassem a votação até o verão, provavelmente não teria sido tão fácil.

Uma das autoras do projeto que criminaliza os testes em animais é a senadora Carolyn Stewart Olsen que lembrou que o projeto nasceu de uma iniciativa em parceria com a Humane Society International e com a Animal Alliance of Canada. “Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética e trazer o Canadá para o século 21”, comentou Carolyn. Atualmente, 37 países do mundo todo já baniram a realização de testes em animais na indústria cosmética.

Após o resultado da votação, a diretora da Animal Alliance, Liz White, pediu que os membros da Casa dos Comuns também votem a favor do projeto, considerando o desejo de seus eleitores que estão apoiando massivamente a ação legislativa federal que põe fim à crueldade dos testes na indústria cosmética canadense.

Referências

Lake, Holly. Bill that would ban cosmetic animal testing clears the Senate. Ipolitics (19 de junho de 2018). 

Humane Society International. Canada’s Cruelty-Free Cosmetics Act clears Senate (20 de junho de 2018). 

 

 

 





Página do Brooklyn está promovendo a alimentação vegetariana

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Página oferece muitas informações para quem quer começar a seguir uma dieta vegetariana

Iniciativa partiu do presidente do bairro, Eric Adams, que se tornou vegetariano em 2016 (Foto: Erica Sherman/Brooklyn Borough President’s Office

A página do bairro nova-iorquino do Brooklyn, nos Estados Unidos, está promovendo a alimentação vegetariana. A iniciativa partiu do presidente do bairro, Eric Adams, que adotou uma alimentação livre de alimentos de origem animal depois de ser diagnosticado com diabetes tipo 2 em 2016. Segundo o New York Times, uma boa dieta vegetariana permitiu que Adams perdesse quase 14 quilos e revertesse a sua diabetes.

O presidente do Brooklyn decidiu criar uma página para divulgar mais a alimentação vegetariana. Até então, a promoção do vegetarianismo era feita por ele no “boca a boca”, dialogando com os moradores do bairro sobre a sua própria história com o vegetarianismo e o quanto pode ser positivo não se alimentar de animais

Na página Plant-Based Nutrition, do site do Brooklyn, o leitor encontra links que oferecem guias com todas as informações para quem quer começar a seguir uma dieta vegetariana. Também sugere a leitura dos livros “Como Não Morrer”, do médico Michael Greger; “O Plano Garfos em Vez de Facas”, de Alona Pulde e Matthew Lederman; e “O Programa de Reversão de Diabetes do Dr. Neal Barnard”.

Além disso, disponibiliza o endereço de lojas e restaurantes vegetarianos e veganos no bairro. Também divulga eventos veganos e sugere aplicativos para vegetarianos e veganos que queiram conhecer as opções livres de exploração animal no Brooklyn.





Associação britânica evita a morte de 5,8 mil galinhas

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O resgate foi realizado por dezenas de voluntários em diversas granjas do Reino Unido (Foto: Tanja Pedersen)

Na semana passada, a associação Welfare Trust, uma entidade bem-estarista que dá suporte à indústria de ovos no Reino Unido, articulou uma ação que evitou a morte de 5,8 mil galinhas que seriam enviadas para o matadouro após registro de queda de produção de ovos.

Apesar da Welfare Trust fazer campanha a favor do consumo de ovos, a ação recebeu elogios de ativistas veganos dos direitos animais. O resgate foi realizado por dezenas de voluntários em diversas granjas do Reino Unido.

Uma parte dos animais foi enviada para santuários e outros estão sendo doados para entidades e pessoas mediante cadastro e termo de compromisso em assegurar que as galinhas não sejam mortas nem maltratadas.

A fundadora da Welfare Trust, Jane Howorth, explicou ao Plant Based News que está sendo feito um trabalho minucioso para garantir que as galinhas cheguem às casas certas e na hora certa.

 

 





Cientistas reconhecem que animais se comunicam de forma semelhante à humana

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Não são apenas os seres humanos que consideram rude as interrupções durante uma conversa

Descoberta revela não apenas a capacidade não humana de definições de comportamento social, como também inteligência (Foto: Reprodução)

Cientistas do Reino Unido e da Alemanha publicaram este mês na revista científica da “The Royal Society” um artigo intitulado “Taking turns: bridging the gap between human and animal communication”, em que reconhecem que os animais se comunicam de forma semelhante à humana.

De acordo com os cientistas Simone Pika, Ray Wilkinson, Kobin H. Hendrick e Sonja C. Vernes, animais não humanos, embora partilhem de um diferente código comunicativo em relação aos humanos, também costumam considerar a importância de “um ouvir enquanto o outro fala”. O que revela não apenas a capacidade não humana de definições de comportamento social, como também inteligência – o que não é limitado a poucas espécies. O artigo afirma que isso pode ser encontrado em todo o reino animal.

Durante muito tempo, acreditou-se que a pausa para ouvir enquanto o outro fala fosse uma característica estritamente humana, inclusive nos diferenciando dos primatas. O que, sobretudo, não é verdade, segundo os cientistas. Até mesmo animais como rato-toupeira reconhecem que a comunicação depende de turnos de emissões de sons – ou seja, é importante o silêncio de um dos interlocutores enquanto o outro se comunica.

Os autores do estudo afirmam que o “timing” é uma característica fundamental nos turnos de comunicação de animais humanos e não humanos. Mas o tempo de espera pode variar de espécie para espécie. Algumas aves, por exemplo, são conhecidas como “tagarelas” e “impacientes”, então não aguardam mais do que 50 milissegundos para “falarem” durante uma conversa. Já os cachalotes estão entre os animais mais pacientes porque, em resposta a um diálogo, normalmente “falam” dois segundos depois.

O artigo publicado pela The Royal Society deixa claro que não são apenas os seres humanos que consideram rude as interrupções durante uma conversa. Chapins e estorninhos europeus dão tanta importância ao “timing” em uma conversa que foram identificados como espécies que “treinam” para evitar a sobreposição durante a comunicação:

“Se ocorrer sobreposição, os indivíduos ficam em silêncio ou fogem, sugerindo que a sobreposição pode ser tratada, nessa espécie, como uma violação das regras socialmente aceitas de tomada de turnos”, informa o estudo “Taking turns: bridging the gap between human and animal communication”.

Os pesquisadores reconhecem que a falta de dados e de comunicação entre cientistas dificultou que estudos como esse fossem viabilizados anteriormente, já que o último trabalho nessa linha foi feito há 50 anos. Agora, Simone, Wilkinson, Hendrick e Sonja, que são especialistas em linguagem humana e animal, estão planejando traçar a história evolutiva da tomada de turnos durante a comunicação, o que pode permitir um novo entendimento das origens da linguagem, um território em que ainda há muito a ser explorado.

Referências

Pika, Simone; Wilkinson, Ray; Kendrick, H. Kobin; Vernes, C. Sonja. Taking turns: bridging the gap between human and animal communication. Proceedings of the Royal Society B – Biological Sciences. The Royal Society Publishing (6 de junho de 2018). 

Gabbattis, Josh. Animals are always talking to each other, scientific review finds. The Independent (6 de junho de 2018).

 

 

 

 





Written by David Arioch

June 20th, 2018 at 12:27 pm