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Homem é condenado por matar cães e comercializar carne de cachorro na Coreia do Sul
Em decisão histórica na Coreia do Sul, um homem que criava e matava cães visando à comercialização de carne de cachorro foi condenado a pagar pouco mais de R$ 8,3 mil, segundo informações do Korea Times. O tribunal da cidade de Bucheon afirmou na semana passada que o consumo de carne não é uma razão legal para a matança de cães. A denúncia que deu origem ao processo foi feita pelo grupo de defesa dos direitos animais Care.
Na Coreia do Sul, onde o consumo de carne de cachorro ainda é comum, a decisão abre um precedente para a criminalização da prática em outras cidades e regiões do país. O grupo Care tem feito um trabalho de rastreamento de fazendas de criação de cães com essa finalidade, além de matadouros.
Por enquanto, os defensores dos direitos animais têm recorrido a leis de proteção animal e regulamentações sanitárias para fechar fazendas e matadouros. Na Coreia do Sul, principalmente os mais jovens reprovam a matança de cães e o consumo de carne. No ano passado, uma pesquisa revelou que 70% dos entrevistados afirmaram que não consomem carne de cachorro.
Vale lembrar também que no início deste mês, Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano.
Capitán, o cão que dormia no túmulo do seu ex-tutor desde 2007
Em Villa Carlos Paz, na Argentina, o cão Capitán, um cão mestiço, parte pastor alemão, chamava a atenção. O animal descobriu sozinho em 2007 onde o seu companheiro humano foi enterrado, e desde então dormia ao lado do túmulo. Infelizmente, esta semana Capitán foi encontrado morto a poucos metros do Cemitério Municipal de Villas Carlos Paz em decorrência de insuficiência renal. Aos 16 anos, ele já havia perdido a visão de um olho e tinha dificuldades para caminhar.
Capitán, encontrado por Miguel Guzmán em 2005, foi criado como um irmão de seu filho Damián. À época, a mãe Verónica Moreno não gostou muito da ideia porque já imaginava como seria trabalhoso cuidar futuramente de um animal de grande porte. Em 24 de março de 2006, Miguel faleceu, e não demorou para Capitán começar a vasculhar a casa, procurando pistas de Guzmán. Cheirou cada cômodo da residência e mais tarde desapareceu.
A família pensou que o cão tivesse sido morto ou adotado. Só descobriram o paradeiro de Capitán quando Damián foi visitar o pai no cemitério e encontrou o cachorro ao lado do túmulo. “Ele começou a ladrar de uma maneira que dava a impressão de que estava chorando”, contou Verónica que tentou levá-lo para casa, mas ele se recusou; preferiu continuar ao lado de Miguel.
De acordo com a vendedora de flores Marta, Capitán chegou ao Cemitério de Villas Carlos Paz em janeiro de 2007, quando encontraram o cão com uma pata da frente quebrada. “Percebemos que ele amava o seu tutor porque jamais deixou o cemitério”, testemunhou. Até hoje, ninguém sabe explicar como Capitán achou o túmulo de Miguel. O homem faleceu no hospital e de lá foi levado para uma casa funerária bem longe de onde morava.
Não havia um dia em que Verónica e Damián visitavam Miguel e não encontravam Capitán junto ao túmulo. Algumas vezes o cão acompanhava a família até em casa, mas sempre retornava ao cemitério. “Lá é a casa dele agora. Admito que antes eu não gostava tanto do Capitán. Isso mudou assim que percebi o amor que ele tem pelo meu marido. Desenvolvi um carinho muito grande. Sinto que o Capitán está com Miguel”, afirmou Verónica Moreno.
Damián desistiu de levar o cão para casa quando percebeu que não adiantaria. Não importava para onde Capitán ia, ele sempre retornava ao cemitério. “Todos os dias, às seis horas em ponto, ele se deitava em frente ao túmulo. É uma lição de preservação das memórias daqueles que partem. Incrível como os animais nos ensinam isso de modo tão fiel”, comentou o administrador do cemitério, Héctor Baccega, que todos os dias contava com a companhia do cão em suas andanças.
Referência
La Voz, de Córdoba, Argentina.
O homem e o cão faminto
No caminho para o veterinário, encontrei um cãozinho roçando o focinho já sujo em uma sacola rasgada de lixo rente ao meio-fio da Rua John Kennedy. Ao lado, restos de alimentos de outras duas sacolas estavam esparramados pela galeria. Perto do animalzinho acastanhado e sujo, um homem gritava e ameaçava golpeá-lo com o cabo de uma vassoura.
— Suma daí, seu lazarento!
— Era só o que faltava. Arrastou todo o lixo. É um filho da…
Vendo a cena, encostei o carro, desci e caminhei até o homem.
— Boa tarde. Tudo bem com o senhor?
— Não tem nada bem aqui. Esse cachorro arrastou todo o lixo. Olhe essa porcaria toda. Vou ter que limpar essa bagunça. Desg….
— O senhor não precisa se preocupar porque eu limpo tudo.
O homem ficou em silêncio me observando.
— Como é?
— Eu limpo a bagunça do cachorro.
— E por que você faria isso?
— Sim. Farei isso para o cachorro não apanhar do senhor.
Silêncio novamente.
— Eu não iria bater nele — explicou visivelmente constrangido, com um sorriso amarelecido.
— Isso é muito bom, senhor. Porque eu realmente não gostaria de apanhar se estivesse faminto e de repente fosse obrigado a mexer no lixo de alguém. É triste, não? Tantos animais abandonados e desejando apenas um pouco de comida para não morrer de fome. Animais como esse não escolheram nascer, mas nem por isso desejam ou merecem sofrer. O senhor concorda?
— Hum…
— É…acho que talvez você tenha razão – respondeu coçando a cabeça.
— O senhor já viu esse cachorrinho por aqui?
— Não.
— Sabe se ele tem casa?
— Não tenho a mínima ideia.
— Essa vida de cão não é fácil, né?
Silêncio.
— Ah, tenho um pouco de comida pronta lá dentro. Acho que não tem problema dar um pouco pra ele.
— Muito gentil de sua parte.
— Que nada. Faço o que posso — comentou sorrindo.
— Não tenho dúvida de que já é mais do que muitos fariam.
— Você acha?
— Sim…
— Pensando bem, acho que posso cuidar dele hoje.
— Sabe, filho, meu irmão tem uma chácara na saída da cidade e acho que pode ser um bom lugar pra um cachorrinho agitado como esse.
— Sério?
— Ah, é sim. É um lugar muito bonito e espaçoso.
— Isso seria muito legal. O senhor vai fazer uma baita diferença na vida dele. Pode ter certeza.
— É…não custa ajudar de vez em quando.
— Se precisar de mim, moro algumas quadras acima, quase em frente ao Corpo de Bombeiros.
— Sei onde é. Já o vi.
— Bom saber. Muito obrigado.
— Disponha.
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O cãozinho Peraltinha
Quando eu tinha cinco anos, todos os dias o mesmo cãozinho que morava na casa vizinha perseguia o caminhão de lixo. Ele era mestiço, pequeno e seu nome era Peraltinha. Todo mundo o adorava. Os carros paravam, e muitos motoristas o cumprimentavam. “Pode passar, Peraltinha…”, dizia Seu Paulo, assistindo o cãozinho atravessar vagarosamente a rua, balouçando o rabinho. Era realmente famoso.
O abandonaram ainda filhotinho em um terreno baldio na esquina de casa. Faminto, chorava sem parar. Foi salvo por Dona Estela, que o tratava como um filho. Eu não tinha ideia do que o caminhão de lixo representava no ideário de Peraltinha. Mas sei que Chico, um dos lixeiros, e um dos meus melhores amigos de infância, sempre o observava.
Agachava apoiado na caçamba e estendia uma das mãos com as pontas dos dedos mirando o asfalto. Peraltinha a cheirava, cheirava e parava de correr, assistindo o caminhão desaparecer em direção a Sanepar. Todos os dias a cena se repetia. Ninguém entendia. “Por que esse cachorrinho sempre para de correr atrás do caminhão depois que cheira a mão do lixeiro?”
Chico só tirava as luvas para Peraltinha; para mais ninguém. Era a exceção. Foi assim durante meses, até que sem mais nem menos parou de perseguir o caminhão. Então eu soube que Chico tutelava uma cadela que teve filhotinhos, e o cheiro em sua mão sempre vinha dela. Era o perfume de mãe que atraía Peraltinha.
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“Não, Peru. Você não pode ficar aqui”
Um cachorro entrou no mercado. Circulou por várias seções até encontrar um velhinho e uma velhinha. Enquanto alguns riam e outros achavam aquilo um absurdo, o senhor baixinho apontou o dedo para o cãozinho e disse:
— Não, Peru. Você não pode ficar aqui. Quem sabe, no futuro, quando toda a gente deixar de ser preconceituosa. Eles não sabem como você é limpinho e educado. Mas não há como explicar isso, não é mesmo? Quem vai dar razão pra gente? Ninguém ou quase ninguém. Logo nos encontramos lá fora, tudo bem? Não vamos demorar.
Depois de ouvir as palavras do velhinho, Peru balançou o rabinho, se afastou e saiu por onde entrou.
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Quando um cão morre…
Quando um cão morre, e me recordo de sua doçura e inocência, me pergunto se existe um céu para os cães, porque eles merecem o céu depois de uma vida de doação que começa após o nascimento. Não me importo que haja um céu para mim, mas me importo o suficiente para desejar que exista um para os cães, seres que vivem a plenitude da bondade.
Dizem que os cães já nascem amando, enquanto nós precisamos aprender a amar, e por isso vivem pouco. Para eles, que têm mais a ensinar do que a aprender, tudo é pleno e intenso porque as chamas de suas vidas são efêmeras, mas muito mais longas do que as nossas. Talvez, em sua invisibilidade, elas toquem o céu sem que percebamos, porque ainda somos humanos demais para enxergar o que somente uma natureza não humana pode semear.
Gosto de subverter expectativas
Gosto de subverter expectativas. Um motorista apressado ficou irritado quando diminuí a velocidade do carro para que um cão tivesse tempo de atravessar a rua. Incomodado, o sujeito acelerou, buzinou e mostrou o dedo médio. Então retribuí sorrindo e mostrando o dedo polegar. O sujeito ficou desconcertado, e se pensou em me xingar mudou de ideia.
Jessé Piedade recupera seu cão Billy
Muito legal saber que meu trabalho ajudou alguém. Hoje fui encontrar o andarilho Jessé Piedade na Casa da Cultura Carlos Drummond de Andrade, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná. Chegando lá, vejo um cachorro deitado na maior folga no tapete de entrada. Aí fico sabendo que é o Billy, cão que foi roubado de Jessé há algum tempo. “Cara, leram sua reportagem sobre a minha vida e devolveram o Billy, o meu melhor amigo. Tô muito feliz!”, disse Jessé sorrindo.
Leiam a história de Jessé no link abaixo: https://davidarioch.com/2015/11/23/jesse-um-homem-motivado-pela-simplicidade
Capitán, o cão que dorme no túmulo do seu ex-tutor desde 2007
Cão dorme ao lado do túmulo do dono há mais de cinco anos
Em Villa Carlos Paz, na Argentina, o cão Capitán, um cão mestiço, parte pastor alemão, tem chamado a atenção há muito tempo. O animal descobriu sozinho em 2007 onde o seu companheiro humano foi enterrado, e desde então dorme ao lado do túmulo.
Capitán, encontrado por Miguel Guzmán em 2005, foi criado como um irmão de seu filho Damián. À época, a mãe Verónica Moreno não gostou muito da ideia porque já imaginava como seria trabalhoso cuidar futuramente de um animal de grande porte. Em 24 de março de 2006, Miguel faleceu, e não demorou para Capitán começar a vasculhar a casa, procurando pistas de Guzmán. Cheirou cada cômodo da residência e mais tarde desapareceu.
A família pensou que o cão tivesse sido morto ou adotado. Só descobriram o paradeiro de Capitán quando Damián foi visitar o pai no cemitério e encontrou o cachorro ao lado do túmulo. “Ele começou a ladrar de uma maneira que dava a impressão de que estava chorando”, conta Verónica que tentou levá-lo para casa, mas ele se recusou; preferiu continuar ao lado de Miguel.
De acordo com a vendedora de flores Marta, Capitán chegou ao Cemitério Municipal de Villas Carlos Paz em janeiro de 2007, quando encontraram o cão com uma pata da frente quebrada. “Percebemos que ele amava o seu tutor porque jamais deixou o cemitério”, testemunha. Até hoje, ninguém sabe explicar como Capitán achou o túmulo de Miguel. O homem faleceu no hospital e de lá foi levado para uma casa funerária bem longe de onde morava.
Não há um dia em que Verónica e Damián visitem Miguel e não encontrem Capitán junto ao túmulo. Algumas vezes o cão acompanha a família até em casa, mas sempre retorna ao cemitério. “Lá é a casa dele agora. Admito que antes eu não gostava tanto do Capitán. Isso mudou assim que percebi o amor que ele tem pelo meu marido. Desenvolvi um carinho muito grande. Sinto que o Capitán está com Miguel”, afirma Verónica Moreno.
Damián desistiu de levar o cão para casa quando percebeu que não adiantaria. Não importa para onde Capitán vá, ele sempre retorna ao cemitério. “Todos os dias, às seis horas em ponto, ele se deita na frente do túmulo. É uma lição de preservação das memórias daqueles que partem. Incrível como os animais nos ensinam isso de modo tão fiel”, comenta o administrador do cemitério, Héctor Baccega, que todos os dias conta com a companhia do cão em suas andanças. Em casa, Baccega cuida de um filho de Capitán e diz que o filhote provavelmente será tão leal quanto o pai.
Referência: La Voz, de Córdoba, Argentina.
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As esculturas de Antonio Menezes
Artista plástico cria obras que são símbolos e metáforas da condição existencial do homem
No período de um ano e seis meses o artista plástico paranavaiense Antonio de Menezes Barbosa produziu mais de dez obras com materiais descartados. São peças feitas com galhos, ossos e pedras; símbolos e metáforas de sonhos e até da condição existencial do homem perante o mundo e a natureza.
O artista plástico Antonio de Menezes Barbosa descobriu o dom para as artes plásticas há 30 anos, quando confeccionou miniaturas de ferramentas de marceneiro, rastelos, enxadas e cavadeiras de mão. Porém, o cotidiano conturbado pelo trabalho não permitiu que na época Barbosa se dedicasse a atividade. Contudo, Antonio de Menezes nunca desistiu das artes plásticas e há um ano e meio decidiu produzir esculturas com maior regularidade.
Os materiais para a confecção das esculturas, Barbosa encontra na natureza. São galhos, pedras e ossos abandonados, fragmentos que para o artista ganham formas antes de serem recolhidos. “Eu vejo e já imagino onde cada coisa pode se encaixar”, afirma. Antonio de Menezes leva para casa somente aquilo que pode ser aproveitado.
O artista que já enviou obras para Milão, na Itália, usa muita madeira, principalmente eucalipto e sibipiruna, mas jamais cortou sequer um galho pequeno. “Só pego aquilo que foi descartado”, explica o artista plástico. Antonio de Menezes admite que tenta sempre manter uma relação de harmonia com a natureza.
Entre as esculturas do artista estão “Um Par de Mãos”, “A Mulher Grávida”, “O Homem do Violino”, “O Pé de Pedra”, “O Homem Fracionado”, “O Bandolim”, “As Bailarinas”, “ A Formiga de Osso”, “A Formiga de Galhos” e “A Mão Furada pelo Cravo”. O Pé de Pedra foi a obra mais rápida. Segundo Antonio de Menezes, foi concluída em cinco horas. Já O Homem Fracionado levou dois meses. “Precisei de um bom tempo, só que também nunca trabalhei nele em período integral”, explica.
O Homem Fracionado feito em madeira tem um conceito existencialista, o de que o homem se retalha um sem número de vezes no decorrer da vida, mas que mesmo assim sempre deve predominar a persistência de administrar todas as situações ruins. “Do contrário, o homem morre ou enlouquece”, avalia Antonio de Menezes. Já A Formiga de Galhos foi concebida segurando uma mão com dedo indicador três vezes superior aos demais. Significa que ao ser humano, independente de tamanho – uma metáfora social – não cabe apenas apontar os erros, mas ir além.
Outra peça que desperta muita curiosidade é A Mulher Grávida feita com seis tipos de madeira. É uma simbologia da miscigenação não apenas do brasileiro, mas do homem universalizado. Também se destaca a mão furada por um cravo de onde brota uma orquídea. “Mesmo o homem massacrado, ele ainda germina vida”, comenta o autor.
Artista vai expor obras na UEM
O artista plástico Antonio de Menezes Barbosa também explora a dualidade humana longe das amarras do maniqueísmo em uma criação bilateral de pedra que apresenta a face de uma ovelha e de um cão; o bem e o mal contido no homem. Há também peças bucólicas como duas mãos se tocando, representando a candura do primeiro amor. Para o artista, importante é dar margem as mais diversas interpretações.
Até hoje, Antonio de Menezes já produziu cerca de 20 esculturas. “Algumas peças refletem o que eu gostaria de ter sido. São idealizações”, declara. Para a produção das esculturas, Barbosa usa faca, serrote, furadeira, broca e uma serra de cortar ferro. “Até improviso, invento ferramentas”, revela, sem deixar de mencionar que já está trabalhando em novas esculturas.
No dia 2 de setembro, 12 obras do artista plástico estarão em exposição no Museu da Bacia do Paraná, na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “As peças poderão ser vistas pelo público até o dia 14, das 8h às 11h e das 14h às 17h”, assinala Antonio de Menezes.