David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for November, 2012

Bodybuilding: a subjetividade de modelar o corpo como um artista

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O homem se confrontando e antagonizando a realidade moderna

O prussiano Eugen Sandow, pioneiro do Bodybuilding (Foto: Reprodução)

Bodybuilding é arte e estilo de vida. Interpreto como prática antagônica à realidade moderna; estimula o homem a confrontar a condição física (algo anormal na sociedade do comodismo) e em estado de profundidade que leva à introspecção e uma peculiar forma de autoconhecimento. Exige exímia acuidade mental porque a informação é a chave para se obter resultados.

Trata-se do homem superando seus limites físicos e psicológicos. É preciso lidar com a dor diariamente para ir além. Com ela, se estabelece uma relação de amor e ódio. Até a cólera torna-se combustível da intensidade no contexto em que a frieza do ferro canaliza toda a negatividade liberada pelo corpo durante a musculação. Não é à toa que quem treina pesado costuma deixar o ginásio totalmente exaurido e relaxado, embora em catarse.

No bodybuilding se desperta a capacidade de construir e modelar o próprio corpo como um artista. É uma arte subjetiva, de limitada valorização – não se enquadra em conceitos de abrangência massiva. Só quem realmente gosta do treinamento com pesos capta a essência. Como escultor, o bodybuilder escolheu uma das artes mais difíceis. São necessários anos e anos para alcançar a excelência, além de um bom conhecimento adquirido como autodidata ou por meio de cursos e assessoria.

Em algumas correntes artísticas há obras que são criadas em curto prazo. Isto não existe no bodybuilding porque a matéria-prima não é meramente estática, não é exata. Além das peculiaridades genéticas, perpassa pela volatilidade das questões fenotípicas e somatotípicas. É uma arte que surge sob três conceitos estéticos: volume, simetria e definição. Na minha análise, há princípios semelhantes que encontramos em períodos da cultura barroca. Claro, com um basilar e distinto critério, já que nos tempos da contrarreforma se exaltava a opulência.

16 de janeiro de 1904 – Primeira competição de bodybuilding no Madison Square Garden, em Nova York (Foto: Reprodução)

O bodybuilding parte de uma premissa de estilo de vida estoico. Por isso é estrito e amado por uma minoria. Inclusive como exemplo de rigor é justo citar a alimentação regrada que não permite falhas regulares, além do ato de dormir cedo que exige abdicação das madraceadas noturnas, entre outras exigências disciplinares. Não se trata do homem preocupado em superar outrem. É preciso vencer a si mesmo, ter o próprio ser como um obstáculo referencial.

Em parte, o que impede a aceitação do bodybuilding é a desinformação midiática de grandes veículos que fazem o possível para marginalizar uma atividade nada superficial. A prática contribui muito para o desenvolvimento pessoal e promove a inclusão social. A questão mais importante na atualidade não é a apreciação do bodybuilding, mas sim o respeito. Hoje em dia, é fácil obter boas informações por meio da internet e sem precisar pagar nada. No entanto, cabe a cada um o interesse de buscá-la. Aprender é sempre importante, até mesmo sobre aquilo que desgostamos, pois não há crítica sem sustentação, já se preconizava na Grécia Antiga.

O espírito norueguês de Peer Gynt

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Henrik Klausen, o Peer Gynt de 1876 (Arquivo: The Theatre Museum in Oslo)

Em 1876, quando a música de Edvard Grieg se fundiu ao teatro de Henrik Ibsen, nasceu o espírito norueguês e incidental de Peer Gynt, um aventureiro fanfarrão, libidinoso, hostil e isento de caráter que rapta a bela e apaixonada donzela Solveig para ter com ela prazeres efêmeros.

Na obra, conquista a filha do Rei da Montanha e líder dos trolls, Ingrid, com quem se relaciona por apenas uma noite, descartando-a. Mais tarde, o inquieto Peer Gynt volta a sua morada ao saber que a mãe está falecendo. Depois retoma a vida errante, até que combalido pela velhice retorna à terra natal, onde procura a fiel Solveig. Nos braços dela, se entrega à morte.

É justamente a essência do espírito e da atmosfera de Peer Gynt que a composição “I Dovregubbens hall”, que se popularizou como “In the Hall of the Mountain King“, alheia a uma elipse moral – a própria condição existencial do personagem, capta.

Capitán, o cão que dorme no túmulo do seu ex-tutor desde 2007

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Cão dorme ao lado do túmulo do dono há mais de cinco anos

Capitán vive no cemitério desde 2007 (Foto: La Voz)

Em Villa Carlos Paz, na Argentina, o cão Capitán, um cão mestiço, parte pastor alemão, tem chamado a atenção há muito tempo. O animal descobriu sozinho em 2007 onde o seu companheiro humano foi enterrado, e desde então dorme ao lado do túmulo.

Capitán, encontrado por Miguel Guzmán em 2005, foi criado como um irmão de seu filho Damián. À época, a mãe Verónica Moreno não gostou muito da ideia porque já imaginava como seria trabalhoso cuidar futuramente de um animal de grande porte. Em 24 de março de 2006, Miguel faleceu, e não demorou para Capitán começar a vasculhar a casa, procurando pistas de Guzmán. Cheirou cada cômodo da residência e mais tarde desapareceu.

Cão achou sozinho o túmulo de Miguel (Foto: La Voz)

A família pensou que o cão tivesse sido morto ou adotado. Só descobriram o paradeiro de Capitán quando Damián foi visitar o pai no cemitério e encontrou o cachorro ao lado do túmulo. “Ele começou a ladrar de uma maneira que dava a impressão de que estava chorando”, conta Verónica que tentou levá-lo para casa, mas ele se recusou; preferiu continuar ao lado de Miguel.

De acordo com a vendedora de flores Marta, Capitán chegou ao Cemitério Municipal de Villas Carlos Paz em janeiro de 2007, quando encontraram o cão com uma pata da frente quebrada. “Percebemos que ele amava o seu tutor porque jamais deixou o cemitério”, testemunha. Até hoje, ninguém sabe explicar como Capitán achou o túmulo de Miguel. O homem faleceu no hospital e de lá foi levado para uma casa funerária bem longe de onde morava.

Exemplo de fidelidade animal (Foto: La Voz)

Não há um dia em que Verónica e Damián visitem Miguel e não encontrem Capitán junto ao túmulo. Algumas vezes o cão acompanha a família até em casa, mas sempre retorna ao cemitério. “Lá é a casa dele agora. Admito que antes eu não gostava tanto do Capitán. Isso mudou assim que percebi o amor que ele tem pelo meu marido. Desenvolvi um carinho muito grande. Sinto que o Capitán está com Miguel”, afirma Verónica Moreno.

Damián desistiu de levar o cão para casa quando percebeu que não adiantaria. Não importa para onde Capitán vá, ele sempre retorna ao cemitério. “Todos os dias, às seis horas em ponto, ele se deita na frente do túmulo. É uma lição de preservação das memórias daqueles que partem. Incrível como os animais nos ensinam isso de modo tão fiel”, comenta o administrador do cemitério, Héctor Baccega, que todos os dias conta com a companhia do cão em suas andanças. Em casa, Baccega cuida de um filho de Capitán e diz que o filhote provavelmente será tão leal quanto o pai.

Referência: La Voz, de Córdoba, Argentina.

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A Pós-História e a morte de Deus

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Quando o homem deixou de ver o outro como semelhante

Quando a astronomia surgiu despedaçando o céu (Arte: Jeremy Perez)

Deus foi referência inquestionável para o homem até o momento que a astronomia surgiu, despedaçando o céu – simbólico paraíso etéreo. Com isso a relação litúrgica e religiosa semeada pelas denotações “irmão” e “próximo” tornou-se, no âmago social, anacrônica. A ciência incitou no homem a necessidade de refletir sobre o sentido da vida, despertando o embate entre Deus e Ciência; um conflito virulento na cultura ocidental, composta estritamente por uma maioria que jamais observou o mundo sob aspectos que envolvem dicotomia ou dualidade.

É mais simples encarar a realidade como única e inquestionável, respaldada pela convicção no Paraíso do Éden. Bom, trata-de algo posteriormente questionado, de modo mordaz, em estudos metafísicos que se tornaram grande alegoria da descrença. São muitas as obras que fazem romper a tênue e frágil linha entre sobriedade e insânia. Um exemplo proeminente é o trabalho do renomado e controverso filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche que viveu os seus últimos onze anos de vida em manicômios.

Nietzsche: exemplo da fragilidade entre sobriedade e insânia (Foto: Reprodução)

Mas, se ainda vivesse, Nietzsche provavelmente concordaria que na contemporaneidade o homem raras vezes observa o mundo como um arcabouço de semelhantes. Sim! O outro se tornou apenas mais um ser habitando o plano terreno. Mesmo assim a desestruturação social ainda é evitada, quem sabe em virtude dos direitos do homem. Deus é morto todos os dias em nome da Ciência, como dizia o filósofo tcheco Vilém Flusser, responsável pela criação da denominação Pós-História – período em que o homem se afasta da imagem de Deus para se reestruturar novamente, como se recriasse uma outra história, paralela a até então vivenciada.

Em meio a tudo isso, surge ainda o Caos Organizador do filósofo francês Gilles Lipovetsky que usa o termo para definir a intrínseca relação entre o progresso e o regresso na hipermodernidade. Nesse contexto, o homem tende a resgatar valores e comportamentos de seus antepassados, principalmente conceitos de vida empíricos e míticos. Tenta se afastar paulatinamente da tecnologia que o escravizou, tornando-o sedentário e atribuindo-lhe características sub-humanas. Realmente, tantos bens de consumo são, de fato, mecanismos responsáveis por facilitar a vida humana?

O homem como refém de criações supérfluas (Arte: Collin Dunn)

Nunca o foram, pois o papel da Indústria Cultural é simplesmente falsear a ideia da necessidade. Infelizmente a maioria não se vê como refém das criações supérfluas, algo que acontece em razão do homem do ser se tornar o homem do ter. Hoje, a máquina, até “caricaturável”, signo-mor da tecnologia, é tão determinante na vida do homem que o amedronta. Em vez do progresso nos dar respostas e confiabilidade a respeito do futuro, nos torna mais confusos; sofremos com incessantes males psicológicos. O ser humano se deprime com facilidade e passa a ter, mais do que nunca, receio das grandes doenças da atualidade. O progresso, por vezes, leva ao suicídio.

O temor o estimula a resgatar antigas crenças; tudo aquilo que servia de base à existência. O homem se afasta da tecnologia para alcançar o conforto que jamais foi propiciado pela industrialização. Convicções arcaicas e obsoletas são resgatadas todos os dias. Por quê? Porque a natureza admite a necessidade do equilíbrio. O crescente aumento tecnológico engrandece o medo. Na atualidade, em âmbito academicista, principalmente europeu e norte-americano, fala-se muito da hiperponografia; a extrema exposição à sexualidade que cresce a cada dia na internet. Porém este é um assunto à parte.

O futuro é incerto, pois a individualização do homem aumenta a cada dia, tornando-o ainda mais frágil e inapto ao convívio social. Antes de sua morte, o velho Flusser propôs a continuidade do progresso, sem esquecer de driblar os desequilíbrios aos quais o sistema que envolve todos os seres humanos está exposto. Afinal, a realidade manufatureira é infindável, elemento intrínseco desse período – a Pós-História.

A revolução musical da Usina de Energia

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Kraftwerk, a banda mais influente da industrial music

Das Modell: “Ela é tão bela que por sua beleza teremos de pagar” (Foto: Reprodução)

Düsseldorf, Alemanha, às margens do Reno, foi onde em 1970 surgiu a banda mais influente de todos os tempos no cenário da música eletrônica com ramificações na industrial music, synthpop e dance music: a Usina de Energia, Kraftwerk, que fez uma revolução musical estendida pelo mundo todo ao longo de décadas.

O grupo estimulou o surgimento de milhares de bandas que inspiradas na independência autoral dos precursores do Krautrock, movimento de música experimental alemã, começaram a interpretar a música e o mercado fonográfico sob uma perspectiva mais moderna, que não se abatia pelas restrições e sanções econômicas surgidas com a Guerra Fria.

De um pequeno estúdio em Colônia, na Renânia, Florian Schneider, Ralf Hütter, Wolfgang Flür e Karl Bartos extraíam composições que como cascatas de timbres alusivos à vida moderna versavam sobre a desconstrução humana no pós-guerra, a sujeição ao consumismo e a distorção de valores estéticos, como o kitsch, embora nem sempre atrelados à Indústria Cultural. Iam além e recriavam amores eletrônicos em belos universos desconexos com seus sintetizadores e outros equipamentos analógicos que a própria banda inventava ou personalizava.

Já dizia Florian Schneider na inesquecível Das Modell: “Ela é tão bela que por sua beleza teremos de pagar.” Kraftwerk fez muito sucesso pela genialidade em unir criatividade, até mesmo se tratando dos figurinos, perspectivas e prognósticos sobre o homem do futuro, deixando um legado musical que inclui obras primas como Autobahn, de 1974, e a trilogia Radio-Activity, Trans-Europe Express e The Man Machine, de 1975, 1977 e 1978. Kraftwerk é um exemplo de que há mais profundidade na música industrial/eletrônica do que se imagina. Claro, mas não é algo aplicado a todas as bandas e subgêneros vinculados.

Por que enterra os seus?

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Uma breve discussão entre dois amigos na França de 1930

Ludovitch: cemitérios edificados para resguardarem seus falecidos? (Foto: копия)

“Olho para o chão e me pergunto, por que o homem que anseia por um paraíso etéreo e enxerga a vida como mera passagem terrena enterra os seus? Parece-me demasiado contraditório se levarmos em conta a fabulosa crença de Tártaro abaixo de nossos pés. Qual é a lógica de enterrar os seus quando a profundidade do espaço terreno é o símbolo burlesco do mundo inferior? O que busca o homem? Um eterno banho no Flegetonte?”, questionou o francês François Schieu ao deslizar a mão direita pelo queixo.

O ucraniano Nikolai Ludovitch, estático e atento às palavras do amigo, revelou jamais ter pensado a respeito. “É uma pergunta interessante, mas qual seria a solução mais plausível? Cemitérios edificados com cinquenta ou cem andares para resguardarem seus falecidos? É possível distender sentidos peculiares e simbólicos, já que estariam mais próximos da região superior, onde se movem os astros.”

 
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Breivik & Ramirez

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Breivik & Ramirez: cartas de amor recebidas na prisão (Foto: Reprodução)

O terrorista de extrema direita Anders Behring Breivik, autor de um atentado que matou 77 pessoas em 22 de julho de 2011 na Noruega, recebe centenas de cartas de amor na prisão.

Algo semelhante aconteceu nos EUA com o Nightstalker, o serial killer Richard Ramirez, que até hoje detém o maior recorde de correspondências de amor recebidas por um condenado – foram milhares.

Desde 1989, Ramirez cumpria pena por 13 homicídios, 5 tentativas de assassinato, 11 estupros e 14 roubos, até que morreu de causas naturais em 7 de junho de 2013, aos 53 anos.

Written by David Arioch

November 17th, 2012 at 12:05 pm

Teddy Bear mostra como as aparências enganam

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Filme rebate os clichês sobre o perfil de um fisiculturista

Teddy Bear foi premiado no Sundance Film Festival (Foto: Reprodução)

Idealizado pelo cineasta dinamarquês Mads Matthiesen, Teddy Bear é um filme sobre o fisiculturista Dennis, de 38 anos, que vive no subúrbio de Copenhagen, na Dinamarca. Apesar da postura hermética e intimidante, baseada no grande físico, o atleta é um cara tímido e que tem dificuldade para conversar com mulheres.

Um dia, Dennis, personagem do dinamarquês Kim Kold, conhece uma garota com quem sai. Quando volta para casa, onde vive com a mãe, é obrigado a mentir e dizer que estava com um amigo. O protagonista tem motivos para não revelar a verdade a mãe que só se sente satisfeita quando o filho está em casa, sem companhias femininas.

Por sugestão do tio, Dennis viaja para a Tailândia, onde conhece inúmeras mulheres. Logo se frustra ao perceber que elas só se aproximam dele por causa dos seus músculos. Mais tarde, após um tempo treinando em uma academia frequentada por fisiculturistas locais, Dennis é convidado para jantar com alguns colegas. Na oportunidade, conhece a proprietária do ginásio, Toi.

Pela primeira vez em muito tempo, Dennis percebe uma conexão recíproca. A profundidade desperta o interesse em contar a verdade para a mãe, a quem mentiu antes dizendo que viajaria para uma competição na Alemanha. Ao final da revelação, a mãe diz que ele precisa escolher entre ela ou Toi. O fisiculturista se sente confuso, pois as duas são importantes em sua vida, mesmo que de formas distintas.

O nome Teddy Bear é uma crítica ao estereótipo no qual Dennis se enquadra; reflete a representação do personagem que em muitos momentos parece um grande urso de pelúcia pela inocência e atitudes sensíveis. O filme rendeu a Mads Matthiesen o prêmio de melhor diretor no Sundance Film Festival deste ano, considerado o maior evento do cinema independente nos EUA. A obra é baseada no curta-metragem Dennis, lançado pelo cineasta em 2007.

Peter Lorre, do expressionismo alemão para Hollywood

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Ator fez parcerias com Fritz Lang, John Huston e Alfred Hitchcock

O expressivo, enigmático e intrigante Peter Lorre (Foto: Reprodução)

Peter Lorre, um dos atores mais expressivos, enigmáticos e intrigantes de todos os tempos. Se consagrou por participar de obras geniais como “M – Eine Stadt Sucht Einen Mörde”, do genial Fritz Lang, que no Brasil ganhou o nome de “O Vampiro de Düsseldorf”, de 1931, um clássico do expressionismo alemão em que o cinema flerta magistralmente com o teatro; o emblemático The Maltese Falcon (O Falcão Maltês), de 1941, do mestre do cinema noir, John Huston; e The Man Who Knew Too Much (O homem que Sabia Demais), de 1934, uma obra inesquecível do rei do suspense, Alfred Hitchcock.

São filmes de alguns dos gêneros mais representativos do cinema mundial e que estreitaram a relação do cinema europeu com o cinema norte-americano. Apenas analisando superficialmente o perfil de Lorre e essas quatro obras, é possível interpretar que Hollywood deve muito ao cinema-arte, mas o cinema-arte quase nada deve a Hollywood, já que as referências mais profundas da cultura cinematográfica foram semeadas bem longe de Los Angeles.

Peter Lorre, como imigrante europeu, é um exemplo de como o pós-guerra foi vantajoso para os EUA até mesmo na profusão da sétima arte, já que muitos cineastas e atores de outras nacionalidades foram obrigados a partir para a “América” não para viver o “american way of life”, mas para sobreviver com dignidade e fazendo o que melhor sabiam fazer: CINEMA. Há quem conteste tal benefício dos estadunidenses com a Segunda Guerra Mundial?

Amazing Stories

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Série produziu 45 episódios entre 1985 e 1987 (Foto: Reprodução)

Baseada na HQ homônima de Hugo Gernsback, lançada em 1926, a série de ficção científica Amazing Stories é uma das melhores criações de Steven Spielberg para a TV, pois explora com beleza e magia algumas de nossas maiores fantasias e medos, independente de faixa etária.

Infelizmente, produziram apenas 45 episódios entre setembro de 1985 e abril de 1987, ano em que o contrato com a NBC foi cancelado. A série também revelou atores talentosos e ajudou a impulsionar a carreira de muitos outros. Até os anos 1990, as fitas em VHS da franquia estavam entre as mais procuradas nas locadoras, principalmente por fãs de ficção científica.

Written by David Arioch

November 16th, 2012 at 1:00 pm