David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

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Bob Comis, o relato de um ex-criador de porcos que abandonou a sua principal fonte de renda por respeito aos animais

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Comis: “Depois de cuidar de um grupo de porcos, nunca vou embora nem dirijo o trator sem sorrir ou, muitas vezes, rir em voz alta” (Foto: Reprodução)

São cinco horas da manhã, e temos quinze graus lá fora, e uma tempestade de neve que pode lançar até 16 polegadas sobre nós está a apenas algumas milhas de distância. Lá fora, nesta terra invernal, estão 250 porcos espalhados pelo campo e pelos celeiros da fazenda, aninhados calorosamente em grandes camadas de palha, dormindo profundamente como grandes pilhas suínas, compartilhando o calor do corpo e o conforto social do contato físico. Eles são porcos felizes. Eles são, talvez, tão felizes quanto a felicidade.

Afinal, tudo que eles poderiam querer ou desejar está bem à mão, ou casco, neste caso. Comida, abrigo, água, ar fresco, espaço para vagar, correr, brincar, se aquecer e se enterrar. Eles não desejam mais nada, mesmo no inverno. Ao percorrerem seus campos e celeiros, enfiando seus narizes na neve e ressurgindo do solo gelado, eles mantêm um fluxo constante de sons e grunhidos silenciosos que expressam contentamento, se comunicando com outros porcos no mesmo local onde estão. Os grunhidos silenciosos são partilhados pelos porcos o dia todo. São tão suaves quanto o som das cigarras nas noites de verão.

Alguns dos porcos, aqueles que estão no celeiro, onde é mais quente, e a palha é mais volumosa, pesam apenas 40 libras [18 quilos]. Outros pesam 150 libras [68 quilos]. Os maiores têm em torno de 300 libras [136 quilos]. Os porcos grandes são tão imunes ao frio que quando o dia está com 20 graus e ensolarado, eles mergulham suas cabeças no tanque de água apenas por diversão, tentando lambê-la enquanto desce pelos seus narizes. Suas várias expressões de contentamento, de felicidade, são contagiosas. Depois de cuidar de um grupo de porcos, nunca vou embora nem dirijo o trator sem sorrir ou, muitas vezes, rir em voz alta.

Dez desses maiores porcos vão morrer amanhã, não na minha mão, mas sob o meu pedido. Esta tarde, enquanto eles dormem, os prenderei no celeiro com uma série de painéis. Então retornarei com o trailer de reboque de gado e criarei uma espécie de rampa para arrebanhar os porcos e levá-los para o trailer. Eu levarei aqueles dez porcos, aqueles dez porcos felizes, para o matadouro, onde vou descarregá-los em uma área de confinamento pré-abate. Por causa da tempestade que está chegando, não posso deixá-los lá amanhã, o que eu preferiria. Em vez disso, esses porcos felizes terão que passar a última noite de suas vidas infelizes em uma estranha e malcheirosa prisão de concreto antes de serem reunidos um por um em um pequeno espaço onde serão mortos rapidamente.

Amanhã, antes das nove horas, no momento em que eu remover a neve para que eu possa alimentar e hidratar os porcos felizes, os dez porcos que deixei no matadouro estarão mortos. Eles terão sido baleados na cabeça com uma pistola pneumática que os deixará inconscientes. Então uma faca excepcionalmente afiada terá sido mergulhada em seus corações palpitantes, de forma a fazer toda a sua vida se esvair com o sangue que percorre suas veias e artérias, criando uma densa e dispersa camada vermelha carmesim no chão de concreto cinzento do matadouro.

Vinte minutos depois, eles estarão sem vida, divididos em duas metades e pendurados por cada perna traseira em longos ganchos brilhantes de aço inoxidável, e presos a um trilho por uma roldana, de modo que os porcos possam ser empurrados para dentro do frigorífico; para que seus corpos, suas carcaças ainda quentes das vidas que foram tiradas, estejam em temperatura abaixo de 40 graus para que possamos comer suas carnes, como determinado pelo USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos]. Seus olhos, seus olhos muito humanos que ao longo da vida olham para você com óbvia inteligência, estarão tão imóveis e vitrificados quanto o mármore.

Na atual conjuntura discursiva, os porcos felizes são a alternativa ideal para os porcos miseráveis e abusados que são criados nas fazendas industriais. Os porcos felizes se tornam carnes felizes, e a carne feliz é boa. Devemos nos sentir bem comendo carne feliz. Porcos felizes, sério? Sou assombrado pelos fantasmas de quase dois mil porcos.

(Há um mês, tive minha última crise consciência, em uma década de crises de consciência mais ou menos intensas. Tendo abandonado o último vestígio do que parecia ser a justificativa legítima, baseada na felicidade e na rápida morte indolor, me tornei vegetariano. Agora estou no começo do processo complicado de dar um fim à minha vida como criador de porcos.)

Bob Comis é um ex-criador de porcos que em 2014 abandonou a criação de animais para consumo. Suas histórias sobre as suas experiências que revelam a realidade da exploração animal sob a ótica de quem fez parte desse meio por muito tempo, e como ele percebeu que os animais são mais do que produtos ou meios para um fim, já chamaram a atenção de alguns dos mais importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos.

Referência

Comis, Bob. Happy pigs make happy meat. The Dodo (fevereiro de 2014).





 

Cheri Vandersluis: “Os animais usados nos testes [em laboratórios] não deveriam ter contato humano, porque isso faria com que tivessem vontade de viver”

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“Ficamos no portão ouvindo os nossos cabritos chorando enquanto eles eram levados embora”

O casal vegano Cheri e Jim administra o santuário Maple Farm no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos (Foto: Maple Farm Sacntuary)

Cheri Ezell-Vandersluis é a fundadora do santuário Maple Farm, criado em parceria com o marido Jim Vandersluis. O local situado na pequena Mendon, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, funciona como um refúgio seguro e amoroso para os chamados “animais de criação” ou seja, animais criados para consumo; criaturas que por diversos motivos escaparam de serem enviados para o matadouro. Lá, eles vivem suas vidas em paz e fazem tudo que têm vontade sob a tutela do casal vegano.

No entanto, Cheri admite que antes de fundarem um santuário, ela conheceu o lado mais obscuro e insensível da natureza humana no que diz respeito ao tratamento dispensado aos animais. “Sempre amei os animais, mas cresci em uma sociedade que os trata como bens, coisas. […] Eu não tinha ideia de que a carne que eu comia vinha de vacas de olhos arregalados e galinhas fofinhas e inocentes. Embora eu sempre quisesse trabalhar com animais, levou tempo e várias lições de vida para encontrar um emprego que realmente os beneficiasse”, relata.

O primeiro trabalho em que Cheri Ezell teve contato constante com os animais foi em um laboratório de testes de toxicidade de medicamentos. Ela atuava como técnica em histologia e autópsia: “Disseram-me que a pesquisa beneficiava a humanidade e que o assassinato de animais era um tipo de ‘sacrifício’. Nos diários de bordo onde gravávamos os dados da sala de autópsia, não havia o conceito de matar, mas apenas de “sacrificar números’.”

Essa dissimulação da realidade foi o que sempre facilitou o trabalho das pessoas em laboratórios. Ou seja, evita-se confrontar a realidade e refletir sobre as implicações das ações para as vítimas, nesse caso, os animais. Cheri se recorda de quando caminhava para as seções onde pequenos e doces beagles eram confinados e rotineiramente vitimados pela administração de compostos promotores de crescimento, antibióticos, dopamina e muitos outros fármacos.

“Eu queria conversar com eles, alcançar as gaiolas para acariciá-los, olhar em seus olhos confiantes e desconhecidos. Fiz isso por alguns dias antes de ser flagrada e repreendida por esse comportamento. Me disseram que os animais usados nos testes não deveriam ter contato humano. Deveriam apenas receber os medicamentos, serem examinados, limpos e alimentados, uma vez que qualquer expressão de carinho faria com que tivessem vontade de viver, afetando negativamente sua reação aos compostos”, revela.

Ela conviveu com essa justificativa por quatro anos até que pediu demissão. Então conseguiu um emprego em um aquário destinado a entreter visitantes. Em síntese, mais um trabalho em que “bolsos cheios significam o derramamento de sangue animal”, na perspectiva de Cheri. A sua função de “aquarista” incluía alimentar e monitorar a saúde dos milhares de peixes e mamíferos marinhos – supervisionando a qualidade da água e ajudando a equipe a cuidar dos mamíferos marinhos, além de auxiliar na realização de autópsias.

Um dia, o aquário recebeu quatro golfinhos nariz-de-garrafa. Cheri sentiu-se privilegiada pela oportunidade de nadar com eles durante a adaptação ao cativeiro. Mas a ideia romanesca de golfinhos vivendo muito bem em um ambiente artificial logo foi descortinada pela realidade: “No começo de uma manhã, ouvi gritos agudos. Nós não podemos falar a língua deles, mas a angústia, a tristeza e a frustração são facilmente traduzíveis. Um dos golfinhos machos prendeu seu nariz em uma rede e tentou se libertar. Ele estava retorcido e apertado – aprisionado sob a água. Na natureza, se um golfinho fica doente ou ferido, outros o auxiliam e o empurram para a superfície para conseguir ar. Nessa configuração cativa, eles só poderiam assistir o companheiro se afogando lentamente [os outros não atinham acesso ao local onde um dos golfinhos agonizava].”

Cheri e outro funcionário do aquário mergulharam com uma faca na esperança de cortar a rede onde o golfinho estava preso. Era tarde demais, e o corpo do animal já estava sem vida. Pouco tempo depois, o golfinho foi substituído por outro espécime capturado na natureza, e a rede substituída por uma corrente de metal. Assim o show prosseguiu. “Depois que saí do aquário, passei pouco tempo atuando como designer gráfica antes de entrar para o ramo de leite de cabra. Conheci meu marido, Jim, quando eu estava comprando cabras para o meu negócio. Ele estava vendendo suas vacas leiteiras e se preparando para adquirir novilhas. Nos tornamos inseparáveis”, revela.

Em uma ocasião, quando Jim estava ordenhando uma vaca, Cheri entrou no celeiro e encontrou uma bezerra doente. O marido explicou que a novilha seria vendida para um comerciante de carne e logo mais reduzida a pedaços de carne. “Naquele tempo, eu tinha algum dinheiro e implorei para que ele me deixasse cuidar dela. Ele concordou relutantemente. A levei para uma clínica veterinária, onde aplicaram fluidos intravenosos e antibióticos, e disseram que mais um dia sem cuidados e ela teria morrido. Quando ficou boa o suficiente, eu a trouxe para a fazenda onde ela acabou se tornando uma vaca leiteira”, confidencia.

Com o tempo, Jim e Cheri não conseguiram mais continuar ordenhando vacas. Por isso, aumentaram o rebanho de cabras e começaram a vender leite de caprinos: “O infeliz subproduto disso é: ‘O que fazer com todas as crianças?” Não demorou, e o casal percebeu que em certas comunidades étnicas é uma tradição consumir carne de cabras ainda bebês, ou seja, cabritos, durante o feriado de Páscoa. Pessoas de descendência portuguesa e grega sempre os procuravam nessa época do ano.

“Nós pesávamos os pequenos de 11 a 15 quilos e os clientes pagavam. Eles eram recolhidos e jogados na parte de trás do porta-malas ou na carroceria de uma caminhonete como se fossem pedaços de bagagem. Esses bebês olhavam nos meus olhos com confiança, admiração e medo. Jim e eu sabíamos o destino deles. Trabalhando com laticínios a vida toda, Jim tentava endurecer as minhas emoções. […] Muitas vezes, ficamos no portão ouvindo os nossos cabritos chorando enquanto eles eram levados embora. Foi em um daqueles momentos terríveis que Jim e eu nos olhamos de esguelha e decidimos começar a nossa jornada a favor da vida.”

Cheri e Jim conheceram a organização não-governamental Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta) e receberam toda a ajuda necessária para fazer uma transição para uma vida em verdadeira conformidade com o bem-estar animal:

“Entre soluços, falei com uma pessoa maravilhosa que me tranquilizou e disse que estávamos fazendo a coisa certa. Para aliviar o fardo financeiro, nos deram uma lista de santuários para onde poderíamos levar algumas das cabras. Depois de fazer contato com vários santuários sem espaço para mais animais, encontramos o OohMahNee. Os fundadores Cayce Mell e Jason Tracy garantiram que estávamos realmente fazendo o que era certo. Meu coração estava doendo. Eu amava minhas cabras e mandá-las para longe foi difícil mesmo sabendo que seria um lugar seguro para elas. Depois de muito refletirmos, enviamos metade do nosso rebanho para os santuários OohMahNee e PIGs. Foi um dia de sentimentos mistos, mas Cayce e Jason foram meus anjos e nos confortaram durante esse momento angustiante.”

Referência

Satya Magazine. From goat farmer to sanctuary founder. Vandersluis, Cheri-Ezell (junho de 2007).





 

Harold Brown, o pecuarista que se tornou um defensor dos direitos animais

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Brown: “Até que questionemos esse relacionamento que existe há cerca de 10 mil anos, teremos dificuldade em ver os animais com novos olho” (Acervo: Farm Kind)

Filho de pecuaristas, Harold Brown cresceu em uma fazenda repleta de animais – bois, vacas, porcos e cabras. Começou a acreditar desde cedo que os animais existiam simplesmente para servirem aos seres humanos. “Cresci imerso em uma doutrinação de como os animais estão classificados no ciclo da vida. Também fui um caçador”, relata. Além da sua família, o que ajudava a reforçar a ideia de que Brown estava no “caminho certo” ao tomar parte na exploração animal era a sua própria comunidade, a igreja e a TV.

“Cada intervalo [na TV] tem pelo menos um comercial vendendo produtos com carne, laticínios ou ovos, e eles são inventivos. Quando via isso, eu pensava que estava fazendo uma coisa boa”, afirma. Aos 18 anos, Brown teve um ataque cardíaco, e na época não entendeu o que aconteceu. Ele estava assistindo a um filme e tomando meio galão de sorvete, até que o lado esquerdo do seu pescoço começou a doer. A dor se estendeu para a mandíbula, ombros e se espalhou pelo braço esquerdo. “Eu estava no chão e não conseguia respirar. Parecia uma eternidade, mas durou apenas alguns minutos. Eu não conhecia os sintomas de um ataque cardíaco”, enfatiza.

Mais tarde, seu pai teve dois ataques cardíacos, um acidente vascular cerebral (AVC) que o privou da fala e um aneurisma que quase o matou. Então o médico informou que levando em conta o histórico familiar, Brown, assim como o pai, tinha uma predisposição a desenvolver graves problemas cardíacos. “Disse que se eu não mudasse o meu estilo de vida, teria que usar um marca-passo aos 35 anos. Falou que eu deveria cortar o sorvete, que era um vício para mim, e a carne vermelha. Não sugeriu ser vegetariano. Além disso, eu não saberia o que isso significava. Nunca ouvi falar disso até então”, revela.

Em casa, Harold conversou sobre a sugestão do médico com a esposa e os dois decidiram fazer uma transição para uma alimentação livre de alimentos baseados em calorias vazias e livre de carne vermelha. Em pouco tempo, ingressaram no Clube Vegetariano de Cleveland e se tornaram realmente vegetarianos. À época, Brown conheceu o trabalho dos médicos Caldwell Esselstyn e Michael Greger, defensores da alimentação livre de ingredientes de origem animal.

Alguns anos depois, Harold considerou insuficiente ser vegetariano, inclusive essa etapa de sua história foi registrada no documentário “Peaceable Kingdom – The Journey Home” ou “Reino Pacífico – A Jornada Rumo ao Lar”, lançado por Jenny Stein em 2009. Segundo Harold Brown, mesmo convivendo com animais desde muito cedo, ele não tinha percebido como desenvolveu um mecanismo que o impedia de ver os animais como sujeitos de uma vida.

“Eu tinha uma imagem imediata na minha cabeça de uma luz sobre o meu coração que eu poderia ligar ou desligar dependendo com quem eu estava lidando. Também percebi que a sugestão para esse mecanismo de desconsideração era a frase: ‘Não me importo’”, frisa. No seu entendimento, o ato de negar-se a se importar com os animais permitiu que ele vivesse desconectado emocionalmente, psicologicamente e espiritualmente em relação a eles.

Harold Brown chegou a um ponto em que não considerava mais correto continuar imerso nessa crença de desconsideração. “O que aprendi então foi que ao escolher não dizer que não me importo, então não haveria alternativa a não ser dizer: ‘Eu me importo’. Chamarei isso de cuidado condicional, mas pode ser melhor entendido como compaixão incondicional, que mudou profundamente a minha vida. Tive que trabalhar duro para aprender a praticar a honestidade emocional; algo que nossa cultura não ensina às pessoas, e particularmente aos homens”, avalia.

Um grande problema na perspectiva de Harold, e que dificulta o entendimento de que o respeito à vida animal deve estar muito além de “tratar bem” para explorá-los e matá-los, é que a honestidade emocional é substanciada como contraintuitiva para os homens em nossa cultura, sendo vista inclusive como sinal de fraqueza: “Mas no coração do meu coração eu sabia que era onde eu precisava estar. Se eu quisesse fazer qualquer tipo de diferença em prol de um mundo melhor, eu teria que viver essa verdade.”

Brown admite que não se tornou vegano apenas pela própria força de vontade. Ele teve muito apoio da esposa e de amigos da comunidade vegetariana de Cleveland: “Se eles não me proporcionassem um espaço seguro para explorar os traumas da minha vida, provavelmente eu não teria aprendido a entender verdades muito importantes. Uma dessas verdades é a ahimsa, a não violência.” O ex-pecuarista crê que não há ação sem reação no que diz respeito ao tratamento que dispensamos aos animais. Se os exploramos e os matamos em algum ponto isso também há de gerar consequências para nós.

Para Harold Brown, a forma como vivemos nossas vidas, e as coisas que fazemos ou não fazemos, têm tudo a ver com a realidade que criamos. Ele se recorda que na infância observou que os animais criados para consumo buscavam conforto, prazer, boa comida, abrigo e senso de comunidade. “Mas não permiti que essas observações atingissem a cultura dominante em que vivi. Quando me permiti incluir esses animais no meu universo moral, ficou claro que as observações mais simples que fazemos sobre os animais que chamamos de ‘animais de estimação’ não são diferentes das que poderíamos fazer sobre os ‘animais de fazenda’”, confidencia.

Brown, que antes de se tornar vegano trilhava os passos do pai, ou seja, já atuava na criação de animais para consumo, defende que os animais devem ser respeitados como seres sencientes que são. “Isso significa que eles estão na Terra por suas próprias razões, não pelas nossas. Eles têm seus próprios interesses, assim como os humanos, e devem ser respeitados. Por enquanto, são vistos como propriedade legal dos seres humanos, e essa dinâmica os coloca em grande desvantagem; particularmente em um sistema capitalista de livre mercado, onde os animais são comercializados nitidamente como commodities, unidades econômicas. Até que questionemos esse relacionamento que existe há cerca de 10 mil anos, teremos dificuldade em ver os animais com novos olhos”, acredita. Desde que se tornou vegano, Brown ministra palestras contando a sua própria história e motivando mais pessoas a seguirem o mesmo caminho contra a exploração de animais.

Saiba Mais

Harold Brown vive em Cleveland, em Ohio, nos Estados Unidos.

Referência

FarmKind.org

 

 





 

Capitán, o cão que dormia no túmulo do seu ex-tutor desde 2007

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Acervo: La Voz

Em Villa Carlos Paz, na Argentina, o cão Capitán, um cão mestiço, parte pastor alemão, chamava a atenção. O animal descobriu sozinho em 2007 onde o seu companheiro humano foi enterrado, e desde então dormia ao lado do túmulo. Infelizmente, esta semana Capitán foi encontrado morto a poucos metros do Cemitério Municipal de Villas Carlos Paz em decorrência de insuficiência renal. Aos 16 anos, ele já havia perdido a visão de um olho e tinha dificuldades para caminhar.

Capitán, encontrado por Miguel Guzmán em 2005, foi criado como um irmão de seu filho Damián. À época, a mãe Verónica Moreno não gostou muito da ideia porque já imaginava como seria trabalhoso cuidar futuramente de um animal de grande porte. Em 24 de março de 2006, Miguel faleceu, e não demorou para Capitán começar a vasculhar a casa, procurando pistas de Guzmán. Cheirou cada cômodo da residência e mais tarde desapareceu.

A família pensou que o cão tivesse sido morto ou adotado. Só descobriram o paradeiro de Capitán quando Damián foi visitar o pai no cemitério e encontrou o cachorro ao lado do túmulo. “Ele começou a ladrar de uma maneira que dava a impressão de que estava chorando”, contou Verónica que tentou levá-lo para casa, mas ele se recusou; preferiu continuar ao lado de Miguel.

De acordo com a vendedora de flores Marta, Capitán chegou ao Cemitério de Villas Carlos Paz em janeiro de 2007, quando encontraram o cão com uma pata da frente quebrada. “Percebemos que ele amava o seu tutor porque jamais deixou o cemitério”, testemunhou. Até hoje, ninguém sabe explicar como Capitán achou o túmulo de Miguel. O homem faleceu no hospital e de lá foi levado para uma casa funerária bem longe de onde morava.

Não havia um dia em que Verónica e Damián visitavam Miguel e não encontravam Capitán junto ao túmulo. Algumas vezes o cão acompanhava a família até em casa, mas sempre retornava ao cemitério. “Lá é a casa dele agora. Admito que antes eu não gostava tanto do Capitán. Isso mudou assim que percebi o amor que ele tem pelo meu marido. Desenvolvi um carinho muito grande. Sinto que o Capitán está com Miguel”, afirmou Verónica Moreno.

Damián desistiu de levar o cão para casa quando percebeu que não adiantaria. Não importava para onde Capitán ia, ele sempre retornava ao cemitério. “Todos os dias, às seis horas em ponto, ele se deitava em frente ao túmulo. É uma lição de preservação das memórias daqueles que partem. Incrível como os animais nos ensinam isso de modo tão fiel”, comentou o administrador do cemitério, Héctor Baccega, que todos os dias contava com a companhia do cão em suas andanças.

Referência

La Voz, de Córdoba, Argentina.

 

 





 

Written by David Arioch

February 23rd, 2018 at 1:45 pm

A lição de Dabo

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Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals

Meu pai sempre me contava a história de um senhor sérvio de Novi Pazar que ele conheceu por essas bandas na década de 1960, ainda garoto. Seu nome era Dalibor, mas como poucos sabiam pronunciá-lo, logo deram-lhe o apelido de Dabo. Era um senhor de meia-idade, olhar quiescente e barba ruça que pouco falava português. Nunca reclamava de nada para ninguém, e tinha maneira ímpar de demonstrar respeito diante das contrariedades.

Dabo não se alimentava de animais; consumia mormente o que plantava em sua chácara nas imediações do Parque Ouro Branco. Alguns o chamavam de estrambótico, esquisito, místico e “fruteiro”. Ele não se importava – nunca. Nem se abespinhava diante das provocações. Às vezes, jogavam pedaços de animais mortos em seu pomar, entre os apolíneos pés de mirtilo.

Antes de colher aqueles corpos mortos, ele sempre se ajoelhava, encostava a ponta do nariz na terra virgem e se desculpava enquanto mantinha uma das mãos sobre o corpo desfalecido – ou parte do que um dia foi um corpo. O ritual se repetia – um de cada vez. Então recolhia os animais e os sepultava.

Os episódios se repetiam e, em vez de reclamar ou denunciar os autores, logo transformou parte da chácara em um cemitério de animais. Alguns vizinhos começaram a se queixar, mesmo na inexistência de mau cheiro ou qualquer laivo cadavérico. Em uma noite de outono, convidaram Dabo para um grande churrasco em um sítio vizinho. Ele não rejeitava convites – nunca.

Quando a fumaça da churrasqueira começou a subir, ele a observou e se afastou a passos suaves. Depois de 15 ou 20 minutos, perguntou se alguém sabia a quantidade de carne que seria assada naquela ocasião e que tipo de carne.

Agradeceu e retornou para casa. Caminhou até o cemitério de animais e acendeu uma vela para cada quilo de carne. Havia muitas; as labaredas ganharam vida e iluminaram o céu da chácara. Tudo ao redor era escuridão. A fumaça da churrasqueira mirada ao longe vanesceu-se de súbito.

Muitas pessoas se aproximaram e o assistiram. Dabo, de olhos fechados, nem se moveu. Continuou de joelhos honrando a vida e a morte. Abriu a boca por um momento e disse: “Svetlost poštovanja je bombardovanje volje” – “A luz do respeito é o bombardeio da vontade.”

 





 

O fazendeiro sueco que abandonou a criação “humanitária” de animais e se tornou vegano

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Gustaf Söderfeldt e a esposa Caroline se dedicam à produção de vegetais orgânicos (Foto: Metro.se)

O fazendeiro sueco Gustaf Söderfeldt é uma prova viva do quanto a chamada “criação humanitária de animais” é uma contradição em essência. Em 2006, já fazendo parte de um movimento emergente na Suécia chamado “Grow Your Own”, ele criava porcos, ovelhas, cabras e galinhas. Tudo que ele produzia, incluindo o que ele chamava de “carne ética”, era comercializado em sua loja em Åmmeberg, na municipalidade de Askersund.

“Enquanto eu gerenciava a minha loja, minhas ideias e opções de uma ‘carne ética’ começaram a desmoronar. Logo percebi que produzir carne é tão desnecessário quanto violento. A ‘carne ética” é uma impossibilidade enquanto cultivar alimentos abundantes à base de plantas é sempre possível”, diz.

Söderfeldt notou que os rótulos que ele colocava em seus produtos, destacando-os como alimentos baseados no “bem-estar animal” serviam para convencer os consumidores de que eles estavam comprando produtos “éticos”, e isso os incentivava a jamais deixarem de consumi-los.

A consequência disso, na própria perspectiva do fazendeiro, era que ele contribuía para que os animais fossem vistos não apenas como seres inferiores, mas existencialmente inúteis. Afinal, segundo Söderfeldt, o seu trabalho ajudava a perpetuar a crença de que se os “criamos bem” podemos explorá-los e mata-los por razões completamente desnecessárias.

“Isso pode soar engraçado, mas descobri o veganismo no YouTube, e foi lá que aprendi que era uma opção saudável e viável. Meu mundo como um produtor de ‘carne ética’ em pequena escala foi totalmente virado de cabeça para baixo. Fechei a minha loja, parei de criar animais e me tornei ativo na comunidade vegana. Agora, com minha esposa Caroline, comando uma fazenda totalmente orgânica, sem manejo animal, sem sangue, sem ossos ou quaisquer outros insumos de origem animal. Acho importante considerar que [antes] matei muitos, muitos animais, além de enviá-los para numerosos matadouros”, revela Gustaf Söderfeldt.

A loja do fazendeiro sueco também tinha contrato com outros matadouros. Ele contava não apenas com um constante fornecimento de “carne ética”, mas também de queijos, ovos, laticínios e outros produtos de origem animal que recebiam o selo de “produto ético”: “Então, realmente matei muitos animais e, bem, sinto muito em dizer que na época isso não me afetou muito. Ou pelo menos não no nível do qual eu tenho consciência hoje.”

Mas como isso foi possível? O exemplo de Söderfeldt é muito comum nesse meio. Ele explica que a normalização da morte dos animais criados para consumo por parte de quem lucra nesse meio tem uma justificativa bem simples e usual. Os seres humanos têm formas muito efetivas de bloquear emoções negativas e se concentrar em aspectos positivos, mesmo que para isso seja necessário ignorar ou evitar a conscientização a respeito do impacto de nossas ações sobre os outros. Afinal, considera-se essencialmente o benefício para si mesmo.

“Eu estava recebendo tanto feedback positivo dos outros criadores quanto dos meus clientes que compravam a minha ‘carne feliz’. As pessoas realmente querem acreditar que matar animais é uma coisa boa. Então se você disser isso a elas, bem, então você tende a formar um clube (ou culto) em torno dessa mensagem em que você concede a si mesmo uma validação moral contínua. E assim surgem argumentos típicos como: ‘os animais são necessários para a agricultura sustentável’ ou ‘o pasto é bom para a biodiversidade’, etc”, enfatiza.

De acordo com Gustaf, só aos 34 anos ele abriu os olhos para a realidade dos animais, despertando para a empatia e o respeito independente de espécie. O que também o levou para o veganismo foi o fato de que ele já tinha uma predisposição em tentar minimizar o sofrimento animal. Porém, buscou refúgio na ilusão do chamado “abate humanitário”, que considera que se você cria animais proporcionando-lhes algum tipo de “qualidade de vida”, qualidade esta que é dúbia, porque é reconhecida assim por você, não pelo animal, isso te leva a crer que você tem o “direito” de matá-los:

“Em primeiro lugar, eu era alguém da cidade, e toda a razão pela qual comecei a criar animais de forma ‘humanitária’ era que eu odiava a ideia das fazendas industriais e queria desenvolver uma alternativa viável. Eu genuinamente me importava com os animais e queria fazer o certo para eles. Queria que eles tivessem melhores vidas do que no sistema convencional. Essa era a minha motivação como fazendeiro. Veganismo não era um conceito com o qual eu estava familiarizado.”

Quando começou a aprender mais sobre o veganismo, Söderfeldt percebeu que os veganos se importam verdadeiramente com os animais e, mais do que ele na época em que criava animais para consumo sob o sistema “humanitário”: “Veganos eram mais logicamente e moralmente rigorosos e responsáveis do que eu. Eles chegaram a uma conclusão lógica a partir dessa ideia, que é: se você se preocupa com os animais, você não deve explorá-los.”

Outro testemunho de grande importância do fazendeiro sueco é o de que se você cria animais para consumo ou como fonte de matéria-prima a violência e a crueldade integram a sua rotina, não importando se você trabalha em um sistema considerado “mais humano” ou “menos humano”. Isto porque, segundo ele, o sangue, a coragem, o medo, o sofrimento, a separação das famílias, a degradação da mercantilização dos corpos e da vida em geral são parte da sua realidade:

“Com mais pesquisas, aprendi que o veganismo é uma opção mais saudável e realista. […] Se o veganismo fosse viável, isso significaria que eu poderia realmente fazer o tipo de mudança significativa e positiva na minha vida e na minha relação com os outros, que até então eu pensava estar fazendo quando me tornei um fazendeiro “ético”. Então dei uma chance ao veganismo.”

Gustaf Söderfeldt não nega que no início foi difícil transformar o seu negócio totalmente baseado na exploração de animais em uma fazenda orgânica e vegana. O problema maior não era ele ou a sua força de vontade, mas a típica realidade do mundo ocidental, onde as pessoas são muito habituadas a se alimentarem basicamente com poucos vegetais, muita carne, muita gordura e muito açúcar.

Porém, hoje o fazendeiro afirma com orgulho que ele e a esposa Caroline conseguem sobreviver com a renda de uma fazenda orgânica e vegana: “Cultivamos tomates, batatas, feijões, ervilhas, cenouras, alface, cebolas, repolho, brócolis, flores e muito mais. Vendemos tudo em vários mercados para produtores por meio de subscrições.”

Söderfeldt, que se tornou vegano em 2013, garante que o veganismo foi uma das melhores escolhas de sua vida. Além de reconhecer que os animais não merecem ser explorados, ele defende, valendo-se da sua experiência como agricultor, que o futuro da agricultura sem a exploração de animais é muito promissor tratando-se de eficiência de recursos, uso da terra, sustentabilidade e bem-estar emocional do próprio agricultor. “Tudo isso além de poupar trilhões de animais por ano. Minha fazenda, minha consciência e minha saúde melhoraram imensamente desde que me tornei vegano, e fico grato por compartilhar essa história”, destaca.

Referência

Söderfeldt, Gustaf. I Became a ‘Humane Farmer’ to Help Animals; I Should Have Gone Vegan . Free From Harm (Agosto de 2017).  





 

Um exemplo de baliza ética vegana

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Darei um exemplo de baliza ética. Se tenho uma empresa e alguém diz que a única forma de eu comercializar o meu produto em determinado mercado é realizando testes em animais, sabe o que faço? Simplesmente abro mão desse mercado ou redireciono o foco da minha atividade, até porque quem tem condições de realizar testes de produtos em animais tem grana para fazer outra coisa.





Você se lembra de mim?

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There Is Always Hope, Banksy

Perto do Banco do Brasil, um rapaz se aproximou de mim sorrindo e perguntou se eu me recordava dele.

— Lembro sim. Você ficou um tempo na rua, não?
— Sim. Então, parei com o crack, mano. Na verdade, parei com tudo.
— Que bom, cara. Muito bom mesmo saber disso.
— É…agora estou bem mesmo. Estou limpo desde o final do ano passado. Não tive nenhuma recaída e estou trabalhando também.
— Você é um exemplo. Pode ter certeza. Isso é uma grande notícia.
— Você acha que estou bonito?
— Está sim. Nem parece o mesmo cara.
— Recuperei todo o peso que perdi enquanto fumava pedra. Olha minha roupa limpinha e nova.
— Ficou muito bem em você.
— Comprei sexta quando recebi o pagamento.
— Que beleza.
— Fiquei mais de ano vagando pela rua, noiado mesmo. Você lembra que eu andava pedindo dinheiro, né?
— Lembro, claro que lembro.
— Isso já passou. Voltei a trabalhar como ajudante de marceneiro também. Tô feliz, cara, de verdade.
— Me desculpe se estou incomodando, falando demais.
— Que isso. Claro que não. É sempre bom receber uma notícia assim. Anima qualquer um com um pouquinho de sensibilidade.
— Valeu mesmo! Vou indo porque amanhã tenho que acordar bem cedo pra trabalhar.
— De nada, cara. Fique bem. Bom trabalho e siga o seu caminho.

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Written by David Arioch

June 19th, 2017 at 12:17 am

Ativista vegano de 12 anos tem chamado a atenção no Canadá

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Daniel: “Seu corpo é o seu templo, então você precisa comer os alimentos certos”

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Daniel Bissonnette é vegano desde que nasceu (Foto: Divulgação)

Aos 12 anos, o estudante Daniel Bissonnette está se tornando um dos mais conhecidos ativistas veganos do Canadá. Depois de passar oito anos sendo chamado de “garoto estranho” por causa da sua alimentação livre de ingredientes de origem animal, atualmente, sempre que possível, ele viaja pelo país compartilhando suas experiências com o veganismo.

Depois de sofrer preconceito por alguns anos, na 3ª série uma de suas professoras o convidou para fazer uma apresentação para a classe, falando sobre sua alimentação e os benefícios do veganismo. “A senhora Stanley veio até mim e disse que seria uma ótima ideia. Percebi que eu tinha certas capacidades que outras crianças não tinham, certas forças que vêm da forma como me alimento”, relatou a David Bell, da CBC News.

Nem por isso Daniel se vê como melhor que as outras crianças, porém, ele declarou que por meio de uma alimentação vegana suas habilidades cognitivas estão melhores do que nunca – seu cérebro tem adquirido o combustível certo. Os três alimentos mais importantes na alimentação do garoto são mirtilo, óleo de coco e cacau. “Que é do que todo chocolate é feito. [Esses alimentos] estimulam a memória, o foco e a concentração, então você pode dar o seu melhor em um exame escolar ou em um projeto em que esteja trabalhando”, declarou.

Bissonnette, que vive perto de Vancouver, importante cidade litorânea da Colúmbia Britânica, deixa claro que seu maior objetivo é inspirar outros jovens a mudarem sua alimentação e a sentirem o impacto positivo do veganismo. “Estou realmente apaixonado por ensinar as crianças a comerem um café da manhã saudável, porque eu sei que muitas têm medo de que outras crianças zombem delas por se alimentarem assim”, comentou.

Daniel, que é vegano desde que nasceu, tem compartilhado suas experiências se pautando principalmente em uma alimentação saudável e livre de ingredientes de origem animal. Segundo ele, as crianças são muito negligentes em relação ao café da manhã, que é uma refeição de extrema importância no rendimento cotidiano. “Seu corpo é o seu templo, então você precisa comer os alimentos certos e, se seus amigos o chamarem de estranho, encontre melhores amigos”, recomendou em entrevista a David Bell.

Saiba Mais

Daniel Bissonnette tem se apresentado em eventos veganos e vegetarianos e feito o seu ativismo em canais de mídia social. Ele também publicou um livro intitulado “Daniel’s Breakfast Burst”.

Referências

http://www.cbc.ca/news/canada/calgary/daniel-bissonnette-calgary-health-show-1.3999718

http://vegnews.com/articles/page.do?pageId=9117&catId=1

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Written by David Arioch

March 14th, 2017 at 12:06 pm

Um exemplo de mudança

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tommy-kanes-art-blog

“O Embutido de Sofrimentos”, do artista Tommy Kane

Ontem, um jovem comerciante chamado Mateus Rodrigues compartilhou uma das imagens do meu álbum no Facebook, do artista Tommy Kane. Um de seus amigos fez piada, perguntando por que ele compartilhou aquele tipo de imagem se ele comercializa esse tipo de produto em seu mercado. Então Mateus respondeu o seguinte: “Vou parar de vender.”

E o seu amigo insistiu: “Vai ter prejuízo por conta disso? Quem compra pão, quer presunto, queijo e mortadela.” Sem titubear, Mateus explicou: “Mano, inclusive tô pra substituir os frios por outros alimentos. Não ligo para o prejuízo. Todos os animais têm direito à vida.” Sem dúvida, Mateus Rodrigues é um exemplo de mudança.

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Written by David Arioch

February 11th, 2017 at 3:28 pm